• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO III – METODOLOGIA

2. Conclusões

2.2 Conclusões do inquérito por questionário

De acordo com o exposto no capítulo anterior, depois de recolhidos e analisados os dados pretendidos, constatamos que a população feminina do nosso estudo predomina em grande número sobre a população masculina.

Por outro lado, os docentes a trabalhar no Agrupamento da Terra Fria Transmontana pertencem maioritariamente à faixa etária entre os 41 e os 50 anos, havendo também uma percentagem significativa de docentes jovens. De entre os primeiros (41 a 50 anos), referimos que a sua maioria tem entre 15 a 20 anos de serviço. Dos restantes professores, é elevado o número daqueles que têm entre 20 e 25 anos de serviço. A tudo isto acresce dizer que, estamos perante um grupo de trabalho experiente, convertendo-se num corpo docente estável, o que pode ser uma mais-valia para a escola/agrupamento no sentido de se poderem conseguir obter melhores resultados na aprendizagem dos alunos.

92

Verificámos que a maior percentagem de docentes leciona o 3º Ciclo e o Ensino Secundário. Quase todos os professores apresentam como formação inicial uma licenciatura, poucos são aqueles que têm grau de mestre, registando-se apenas um docente com grau de doutoramento, aquando da realização do estudo.

Quando se pergunta aos docentes o que cada um entende por autonomia, imediatamente constatamos que, a maioria das opiniões são convergentes pois as respostas maioritariamente demonstram que autonomia é o poder de se fazer o que é necessário face aos valores da sociedade (interesse público) e face às necessidades da comunidade (interesse local) e dos alunos (interesse individual) e ter meios administrativos, financeiros, humanos e materiais para isso.

Curiosamente, também a maioria dos docentes inquiridos neste estudo refere que o conceito que tem sobre a autonomia em geral, se aplica ao nível de autonomia da sua escola/agrupamento. Isto leva-nos a concluir que, de facto, há bastante determinação e coerência nas respostas às questões sobre este conceito. Poucos são os docentes que entendem que a escola tem autonomia limitada mas não tem meios para a realizar.

No que concerne à questão da área organizacional em que a escola tem mais margem de liberdade para se adaptar aos alunos e à comunidade, os professores indicam que é na liderança das relações humanas e na gestão das atividades de complemento curricular que isso acontece. Por oposição, a gestão financeira e a gestão curricular são os domínios em que a escola tem menos margem de liberdade.

A constatação referida anteriormente é também reforçada quando os docentes respondem à questão sobre quais são os setores em que na escola/agrupamento há agora mais autonomia do que havia antes. A maioria dos professores é de opinião que onde há mais autonomia atualmente é na liderança das relações humanas e na gestão de atividades de complemento curricular. Os mesmos professores não identificam neste modelo mais autonomia na gestão financeira e na gestão curricular. Portanto, continua a manifestar-se uma coerência evidente nas respostas em relação a esta temática.

Verificamos neste estudo que, de modo geral, os professores não apresentam um elevado grau de concordância em relação aos conceitos de participação e representação dos professores nos vários órgãos de gestão da escola. Porém, apraz-nos dizer que os docentes concordam que este modelo permite mais a participação das famílias, dos alunos e dos funcionários e permite mais a participação dos professores no Conselho de Departamento e no Conselho de Turma. A afirmação que reúne menor concordância, por parte dos docentes, é que este modelo permite mais participação dos professores na direção do agrupamento.

93

Reportando-nos agora à caracterização das funções, atribuições e competências do Diretor, os docentes consideram que este modelo concede mais autonomia ao Diretor, que é visto pelos professores como mais líder e mais gestor. Os docentes discordam das afirmações que o Diretor tem ainda falta de poderes e de que é pouco comunicativo. Tudo isto está em consonância com a maioria das respostas dos professores ao afirmarem que, neste modelo é mais fácil ao Diretor ser autoritário, arbitrário e injusto.

Ao contrário daquilo a que se propõe o diploma, no seu conteúdo, verificámos que os professores, na sua grande maioria, não concordam que este modelo tenha vindo a melhorar o processo de ensino/aprendizagem dos alunos, nem tão pouco melhorar as relações interpessoais entre os professores e os restantes membros da comunidade escolar. Os docentes sentem que o modelo responsabiliza mais a escola/agrupamento, onde cada vez mais se pratica a autoavaliação institucionalizada. É também relevante a discordância de que, com este modelo há maior justiça e equidade nas escolas.

Na sequência do que já foi concluído anteriormente pelas respostas dos docentes inquiridos, os mesmos são perentórios em afirmar que as eventuais deficiências deste modelo prendem-se essencialmente com a falta de dinheiro e de autonomia financeira. Há também falta de autonomia em relação à gestão financeira e à gestão do currículo e os professores concordam com a ideia de que antes, não se falando tanto de autonomia, a escola funcionava na mesma.

Grande parte dos professores tem consciência de que cada um sabe o que verdadeiramente é a autonomia.

Não criticando negativamente este diploma, nem discordando totalmente dele, os docentes apontam como possíveis alterações a este modelo a forma de eleição da direção e do Diretor. O modelo deveria ser mais democrático e, por isso, deveria ter maior número de professores no Conselho Geral. As alterações passam ainda pelo aumento dos poderes para os professores no que concerne ao poder disciplinar sobre os alunos.

Documentos relacionados