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PARTE III – ESTÁGIO

3. DESENVOLVIMENTO DO ESTÁGIO

3.6. Conclusões da Autoavaliação

3.6.1. Conclusões do Processo de Autoavaliação

A Autoavaliação constitui um instrumento ao serviço da melhoria das escolas. A sua operacionalização requer recursos humanos capazes de implementar a mudança. Muito embora seja inquestionável a importância da autoavaliação no campo das organizações educativas, parece-nos evidente as dificuldades que a escola enfrenta para levar a cabo esta atividade, sobretudo num paradigma que transcenda a visão instrumental e uma forma de prestar contas.

Num quadro de crescente autonomia das escolas e indo ao encontro das ideias de Alaíz et al, (2003), é inegável o contributo da autoavaliação como ferramenta capaz de planear e implementar o seu processo de melhoria, melhoria dos serviços, dos equipamentos, dos recursos e, em última análise, dos resultados escolares.

O presente trabalho permite à organização escolar ter um maior conhecimento sobre si própria e, consequentemente adotar mecanismos de melhoria e de mudança. O envolvimento neste projeto possibilitou amadurecer a ideia de que sem controlo não há evolução e sem avaliação não há melhorias. Efetivamente, a avaliação da satisfação dos serviços levada a cabo, nesta organização, permitiu chegar a algumas conclusões:

Em primeiro lugar, concluímos que o grau de satisfação dos atores educativos face aos serviços que a escola presta, aponta para um nível bom de satisfação, o que evidencia que a escola necessita de adotar estratégias adequadas de modo a melhorar o seu desempenho.

Seguidamente, nem todos os inquiridos percecionam a autoavaliação como uma estratégia para (re) lançar a mudança e a melhoria ao nível da organização, na medida em que foram rececionados questionários com questões por responder.

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De facto, a falta de respostas aponta para a necessidade de um maior envolvimento e responsabilização, muito embora se destaquem contributos significativos e ponderados dos pais/encarregados de educação.

Por outro lado, algumas respostas a determinados itens parece que nem sempre refletem o que os inquiridos pensam e percecionam acerca de alguns serviços. Esta situação prende-se com algumas respostas obtidas e a ausência de sugestões atinentes a esses itens.

Afigura-se a ideia de que algumas respostas poderão constituir o reflexo da obrigatoriedade de devolução do instrumento de avaliação, abrindo espaço para refletir sobre as ideias que Santos Guerra (2003) sustenta, ao entender que a autoavaliação deve ser da iniciativa da escola e, em nosso entender, de cada um dos intervenientes.

A equipa de autoavaliação aprendeu a ser uma “Equipa Aprendente”. Tratou-se de uma primeira experiência de autoavaliação da escola, sustentado na autoformação e, inevitavelmente, nos insucessos e nas conquistas que vão ocorrendo durante o percurso, numa permanente reformulação construtiva do trabalho desenvolvido.

Ao longo do caminho, que não foi fácil, regemo-nos, pelo princípio da simplicidade. Tal como refere Alaíz et al (2003), este não é um trabalho feito por peritos em avaliação, é sobretudo, uma reflexão que serve para sensibilizar os atores educativos acerca do processo e dos resultados da avaliação, para suscitar a discussão sobre as suas conclusões, na certeza de que a autoavaliação cria raízes e, decerto, constituirá um Projeto reflexivo de toda a Escola.

Das atividades realizadas ressaltaram conclusões que constituirão o (re) início do problema, o que vai de encontro à revisão de literatura efetuada, na convicção de que todas as práticas de avaliação devem ter como finalidade a tomada de decisões rumo à melhoria dos processos, do funcionamento e dos resultados das aprendizagens, num ciclo que jamais se fecha Plan, Do, Check, Act (PDCA) - Planear, Executar, Verificar e Actuar (António e Teixeira, 2007).

A ESEN evidencia uma cultura de avaliação de escolas pouco arreigada. Efetivamente, os professores sentem que muitas tarefas ultrapassam as funções da docência e nem

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sempre a sua formação inicial lhes permite acreditar no trabalho a realizar no âmbito da autoavaliação da escola.

As propostas recolhidas na caixa de sugestões vão de encontro às provenientes do questionário, no âmbito da resposta aberta, e ambas às áreas a melhorar, o que reflete o conhecimento que existe no campo desta organização educativa. Dentro das sugestões, o enfoque recai na criação de uma cabine telefónica para o serviço Receção/telefone, no sentido de garantir uma maior privacidade nos telefonemas.

Concluímos que esta sugestão de melhoria é proveniente dos docentes, o que é compreensível, dado que são eles que mais o utilizam. Constatamos, a posteriori que essa pretensão foi atendida. Outra sugestão atendida diz respeito aos armários existentes no espaço da Portaria, sendo retirados na fase final do processo de autoavaliação. O relatório de Autoavaliação, no nosso entender, só poderá ser avaliado posteriormente, quando for possível averiguar se o mesmo serviu para efetivamente melhorar a gestão e organização da Escola e, simultaneamente, para apontar e propor sugestões para o futuro da escola e dos alunos.

Nesta linha, concluímos que o alcançar da excelência exige um total envolvimento de todos os atores, e de um modo peculiar da liderança, quer na aceitação dos pressupostos de melhoria quer na preparação dos que com ela trabalham.

Os bons líderes primam por um planeamento estratégico, uma visão voltada para o futuro, de modo a antecipar possíveis cenários e atuar no sentido de garantir a sustentabilidade da organização. Neste contexto, a autoavaliação constitui uma ferramenta dirigida para o futuro e permitir desocultar múltiplas interações, motivações, expetativas, críticas e sugestões.

Sendo desígnio da escola a busca de excelência e o reconhecimento público, procurámos enumerar um articulado de áreas de melhoria transpostas para ações concretas, ao procurar conhecer o nível de maturidade da organização acerca do processo de autoavaliação, de modo a focar-se nos procedimentos futuros e nas razões dos mesmos.

A implementação da autoavaliação na escola proporciona o contato com uma realidade crescente no campo das organizações – a avaliação da escola. A avaliação interna ou

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autoavaliação constitui uma ferramenta utilizada pelos atores educativos e direcionada para a procura permanente da melhoria da qualidade de cada serviço, o que implica cada um neste projeto. A formação de base na área de Informática constituiu uma mais-valia em todo o estágio, em especial na implementação e tratamento dos dados estatísticos relativos à autoavaliação da ESEN.

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