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Conclusões e discussões

No documento Gestão municipal com o uso de geotecnologias (páginas 146-150)

6. CONCLUSÕES, DISCUSSÕES E RECOMENDAÇÕES

6.1. Conclusões e discussões

No decorrer deste trabalho pode se concluir que para implantar um Sistema de Informações Geográficas Municipal é necessário primeiramente constituir uma equipe multidisciplinar que conheça além das geotecnologias as necessidades, recursos e características do município para que seja elaborado um projeto especifico; o número de especialistas envolvidos na equipe deve ser compatível com as necessidades e características do município.

A implantação de uma rede de referência cadastral municipal com precisão, exatidão, confiabilidade e adensamento suficiente aos trabalhos de mapeamento deve ser a primeira etapa a ser elaborada quando se necessita coletar, armazenar, analisar e recuperar dados espaciais, portanto antes da elaboração de uma Base Cartográfica deve se possuir uma rede de referência cadastral municipal condizente com as características, precisões e exatidões a serem obtidas desta base.

A integração da metodologia de rastreamento de satélites com poligonais topográficas na implantação e adensamento da rede de referência cadastral municipal, capítulo 5, mostrou-se eficaz, ágil, confiável, com precisão e exatidão condizente com as normas; a homologação de um ou mais vértices da rede de referência cadastral municipal ao SGB contribui com o adensamento da rede GPS do SGB e auxilia os usuários que necessitam referenciar seus trabalhos a vértices de 1ª ordem, como acontece no georreferenciamento de imóveis rurais, lei n.º 10.267 de 28 de agosto de 2001 (BRASIL 2001).

Na contratação dos trabalhos referentes à elaboração de redes de referência cadastrais municipais é aconselhável que sejam especificados todos os procedimentos técnicos e equipamentos para coleta e processamento dos dados, pois a NBR 14166 (ABNT 1998) deixa a desejar, conforme capítulo 2; também é aconselhável que se especifique a estrutura física dos marcos, as características das placas de identificação, o layout e os dados contidos nas monografia e que seja solicitada à entrega de todos os documentos que originaram a rede de referência cadastral municipal, principalmente os arquivos no formato Receiver INdependent

EXchange format - RINEX que podem ser úteis em uma eventual reavaliação da rede.

Analisando a Base Cartográfica digital elaborada neste trabalho pode se notar que é possível e realizável a elaboração de bases cartográficas digitais da área urbana com precisão e exatidão através de levantamentos topográficos, principalmente em municípios de pequeno porte onde os custos de aerolevantamentos podem inviabilizar economicamente a elaboração; nota-se também que tal método de mapeamento auxilia na densificação da rede de referência cadastral municipal.

A maioria das bases cartográficas digitais encontradas no decorrer deste trabalho não possui estrutura topológica compatível com os software de SIG, como mencionado no capítulo 3, em alguns casos não existe nem uma estrutura CAD compatível com os dados, como exemplo pode se citar a feição pontos cotados da Base Cartográfica digital da Unicamp, onde a simbologia dos pontos é representada graficamente pela letra “o”.

É aconselhável que se inclua nos documentos referentes à contratação dos trabalhos de elaboração de bases cartográficas digitais uma especificação contendo todos os detalhes da estrutura topológica, bem como uma listagem com todas as feições que devem ser mapeadas; também é aconselhável que seja solicitado a entrega de todos os documentos que originaram a Base Cartográfica, especialmente quando esta for elaborada através de aerolevantamento, pois alguns dados podem auxiliar em futuros trabalhos de mapeamento, como por exemplo, os dados de apoio terrestre.

Geralmente as administrações municipais possuem software específicos que gerenciam determinados cadastros, como por exemplo: cadastro imobiliário, cadastro mobiliário, cadastro de alunos, cadastro de usuários de saúde, etc., ocorrendo que na maioria das vezes estes software não utilizam à mesma base de dados, muito menos os mesmos software de banco de dados, gerando assim redundâncias de dados e conseqüentemente dados incoerentes entre as bases de dados.

Além da não utilização de uma base de dados única percebe-se que a grande maioria das empresas que desenvolvem estes software específicos não tem interesse no intercâmbio dos dados entre os software, pois na maioria das vezes são necessárias adaptações especificas que tornam o software somente compatível com as necessidades de determinado município; em alguns municípios chega se ao ponto de modificar o cadastro para que este se adapte ao software escolhido pela administração, quando o correto seria adaptar o software a realidade do município.

Conclui-se que o intercâmbio dos dados municipais e a adoção de um SGBD são primordiais antes ou durante a implantação de um Sistema de Informações Geográficas Municipal, principalmente quando se deseja integrarem dados e informações oriundas de diversas secretarias municipais ou outros órgãos.

Os SGBDs Objeto-Relacionais com extensões espaciais são sistemas essenciais hoje em dia aos sistemas de SIG, pois possibilitam o intercâmbio dos dados gráficos e não gráficos entre todos os software do sistema de forma confiável e segura; a utilização dos SGBDs com extensões espaciais indefere ao porte e estrutura do município, pois é perfeitamente possível encontrar soluções a custos reduzidos que podem atender municípios com pequeno aporte financeiro, destacando-se: POSTGIS, MYSQL SPATIAL EXTENSIONS, ORACLE 10G XE e ORACLE

INTERMEDIA LOCATOR.

O estudo de caso apresentado permite concluir que a implantação de um Sistema de Informações Geográficas Municipal com precisão e exatidão cadastral, confiabilidade, segurança e interoperabilidade das informações geográficas é possível e realizável, deste que sejam obedecidas as normas brasileiras de mapeamento e que o sistema seja projetado por uma equipe multidisciplinar centrada nas necessidades, recursos e características do município.

Ao final do trabalho pode-se concluir que a implantação de um Sistema de Informações Geográficas Municipal que gerencie a área urbana é perfeitamente exeqüível para qualquer município brasileiro, sendo necessária apenas vontade política dos administradores municipais, pois existem programas com recursos para este fim, como o PMAT e o Programa Nacional de apoio a Administração Fiscal para os Municípios - PNAFM.

Em relação às normas nacionais de mapeamento nota-se que é necessário um empenho maior da comunidade e dos órgãos responsáveis para que se analise, discuta e elabore novas normas para mapeamento, gerenciamento e disponibilização de dados e informações geográficas, pois as vigentes não contemplam algumas técnicas e equipamentos; a utilização das normas da

International Organization for Standardization - ISO série 19000 como base para futuras normas

No documento Gestão municipal com o uso de geotecnologias (páginas 146-150)

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