• Nenhum resultado encontrado

Íleo Colón

6. CONCLUSÕES E PERSPETIVAS FUTURAS

Os resultados obtidos neste trabalho, em que observamos expressão de componentes da via de sinalização olfativa no intestino, e face aos resultados de outros autores em diversos tecidos, sugerem que a via possa estar associada ao reconhecimento de estímulos químicos presentes no lúmen intestinal. Estes poderão corresponder a moléculas tóxicas e citocinas expressas em situações fisiológicas normais e também de patologia/trauma, que poderão estar associadas à indução de uma resposta celular que permita colmatar as necessidades fisiológicas do organismo.

A via transdução olfativa, ativa nas células de intestino, poderá também ter um papel crucial na deteção de moléculas químicas que circulam no lúmen intestinal, bem como na regulação da motilidade intestinal, funcionando, deste modo como um sistema vigilante e protetor do lúmen intestinal. Contudo os nossos estudos têm ainda de ser finalizados, especialmente no que diz respeito à análise do mRNA, e a relevância desta via de sinalização terá que ser comprovada por estudos funcionais.

Um possível estudo funcional a ser efetuado, poderá passar pela estimulação de culturas primárias de células de intestino, com diferentes moléculas químicas e analisar a resposta medindo por exemplo os níveis de Ca2+ intracelular.

Outros estudos passam pelo esclarecimento da expressão de AC3 e Gαolf a nível de mRNA no intestino de rato, utilizando primers específicos para estes genes, bem como da possibilidade de existência da via não canónica de transdução olfativa envolvendo os ORs e a fosfolipase C. Thomas Braun e os seus colaboradores (2007) verificaram que o aumento dos níveis de cálcio induzido pela ligação de moléculas de odores a alguns ORs (OR73, hOR17-7/11, OR1G1, and hOR17-210) identificados nas células EC intestinais depende do influxo de cálcio e não do cálcio armazenado nas células. Este resultado sugere que os componentes envolvidos na transdução olfativa são os ORs, a PLC, os recetores para o IP3 e os canais de cálcio do tipo L

(Thomas Braun et al., 2007). O envolvimento da PLC, dos recetores para o IP3 e dos canais de

cálcio do tipo L na cascata de transdução olfativa foi também observado nos neurónios sensoriais olfativos (Liu G. et al., 2006; Thomas Braun et al., 2007) o que nos faz pensar que existe a possibilidade de as duas vias de sinalização (via canónica e não canónica) estarem presentes no intestino.

Para o estudo da via olfativa a nível de mRNA, perspetiva-se, ainda, efetuar a metodologia de PCR em tempo real para ORs utilizando sondas Taqman comerciais altamente específicas, uma vez que os ORs pertencem a uma família génica que codifica cerca de 1000 genes, que partilham grande homologia entre si.

Baxendale, R. W. and L. R. Fraser (2003). "Evidence for multiple distinctly localized adenylyl cyclase isoforms in mammalian spermatozoa." Mol Reprod Dev 66(2): 181-189.

Brinda C. Prasad et al, (1999). “Chemosensation in worms and mammals” TIG 15(4): 150-153 DeMaria, S. e J. Ngai (2010). "The cell biology of smell." J Cell Biol 191(3): 443-452.

Elina NEKRASOVA, et al., (1996). “Overexpression, solubilization and purification of rat and human olfactory receptors.” Eur. J. Biochem. 238: 28-37

Ferrufino Juan C. et al, (1996). “Histología normal del intestino delgado”. Rev Med Hered

7:46-57.

Gautier-Courteille, C., M. Salanova, et al., (1998). "The olfactory adenylyl cyclase III is expressed in rat germ cells during spermiogenesis." Endocrinology 139(5): 2588-2599.

Gerard J. Tortora, Bryan Derrickson. “Principles of Anatomy and Physiology”; 12th edition,

2009.

Gonçalves, C. e Bairos, V., Histologia, IU, 2009.

Hadley and Dahl, (1982). “Cytochrome P‐450 dependent monooxygenase activity in rat nasal epithelial membranes”. Toxicol Lett 10:417-422.

Hurowitz, E. H., J. M. Melnyk, et al., (2000). "Genomic characterization of the human heterotrimeric G protein alpha, beta, and gamma subunit genes." DNA Res 7(2): 111-120. Itakura, S., K. Ohno, et al., (2006). "Expression of Golf in the rat placenta: Possible implication in olfactory receptor transduction." Placenta 27(1): 103-108.

Joerg Fleischer, Heinz Breer, Joerg Strotmann (2009). “Mammalian Olfactory Receptors”. Frontiers in Cellular Neuroscience Vol3 (9): 1-10.

L. Dryer e A. Berghard (1999). “Odorant receptors: a plethora of G-protein-coupled receptors “. TiPs 20: 413-417

Liu G, Badeau RM, Tanimura A, Talamo BR (2006). “Odorant receptors directly activate phospholipase C/inositol-1,4,5-trisphosphate coupled to calcium influx in Odora cells”. J Neurochem 96: 1591–1605.

Mezei, L. M. and D. R. Storts (1994). "Purification of PCR products. In: PCR technology: current innovations, Griffin, H.J. and Griffin, A.M., eds., CRC Press, Boca Raton, FL, 21. Michael T. Shipley, et al., (2008). “The Olfactory System”. Neuroscience in Medicine 611-622. Milligan, G. and E. Kostenis (2006). "Heterotrimeric G-proteins: a short history." Br J Pharmacol 147 Suppl 1: S46-55.

NaNa Kang e JaeHyung Koo, (2012). “Olfactory receptors in non-chemosensory tissues”. BMB Reports 612-622.

Nathalie Ferrand et al., (1999). “Olfactory Receptors, Gαolf and Adenylyl Cyclase mRNA Expressions in the Rat Heart During Ontogenic Development. Journal of Molecular and Cellular Cardiology 31: 1137–1142.

Noe J. and Breer H. (1998). “Functional and molecular characterization of individual olfactory neurons”. J. Neurochem. 71: 2286–2293

O. Matsuzaki, et al., (1999). “Localization of the olfactory cyclic nucleotide-gated channel subunit 1 in normal, embryonic and regenerating olfactory epithelium”. Neuroscience 94: 131-140

Otaki et al., (2003). “Odorant receptor expression in the mouse cerebral cortex”. Journal of Neurobiology 58(3): 315-327.

Pluznick, J.L., D.J. Zou, et al., (2009). "Functional expression of the olfactory signaling system in the kidney." Proc Natl Acad Sci USA 106(6): 2059-2064.

Purves, D., Augustine, G.J., Fitzpatrick, D., Lawrence, C. K. Lamantia, S., McNamara, J. O. Williams, S. M. Neurosciemce. 3rd edition, Sinauer Associates Inc., 2005

Ronnett, G.V. e C. Moon (2002). "G proteins and olfactory signal transduction." Annu Rev Physiol 64:189-222.

Sambrook, J. and D. W. Russell; Molecular cloning, a laboratory manual; 3rd edition, 3vols, Cold Spring Harbor Laboratory Press, EUA, 2001.

Stuart Firestein (2001). “How the olfactory system makes sense of scents”. Nature Vol43: 211-218.

Schmutz G., et al., (2005). “Anatomie et imagerie du duodenum: Duodenum imaging: anatomical and radiological features.” EMC-Radiologie 2: 256–271

Thomas Braun, et al., (2007). “Enterochromaffin Cells of the Human Gut: Sensors for Spices and Odorants”. Gastroenterology 132: 1890–1901.

Tresguerres, M., Levin, L.R., et al., (2011). "Intracellular cAMP signaling by soluble adenylyl cyclase". NIH 79(12): 1277-1288.

Uraih, L.C. and Maronpot, R.R (1990). "Normal histology of the nasal cavity and application of special tecniques." Environmental Health Perspectives 85: 187-208.

Videira, A; "Engenharia Genética, princípios e aplicações"; 1ªed., Lidel, Lisboa, 2001.

Vosshall, L. B. (2004). "Olfaction: attracting both sperm and the nose." Curr Biol 14(21): R918- 920.

Wackym, P. A., J. A. Cioffi, et al., (2005). "G-protein Golfalpha (GNAL) is expressed in the vestibular end organs and primary afferent neurons of Rattus norvegicus." J Vestib Res 15(1): 11-15.

Wei, J., A. Z. Zhao, et al. (1998). "Phosphorylation and inhibition of olfactory adenylyl cyclase by CaM kinase II in Neurons: a mechanism for attenuation of olfactory signals." Neuron

21(3): 495-504.

Young, B., Lowe, J.S., Stevens, A., Heath, J.W. Wheater's Functional Histology: A Text and Colour Atlas. 5th edition. Churchill Livingstone, 2008.

Documentos relacionados