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Conclusões e propostas de trabalho futuro

No documento Ana Sofia Bernardo Saraiva (páginas 137-141)

Após execução de avaliação de risco aos equipamentos presentes no sector dos injetáveis, controlo de qualidade e sólidos não orais conclui-se que estes apresentam o nível de risco mais elevado correspondente a requisito de qualificação de IQ/OQ/PQ, uma vez que se tratam de equipamentos bastante complexos e com grande impacto. É de salientar que se verificar existirem normas de qualificação específicas para determinados equipamentos de requisitos de qualificação superior ao resultado de classificação de risco, o especificado na norma é requisito obrigatório.

Após revisão da qualificação das autoclaves Uniclave e Sulzer não existem evidências documentais de qualificação de IQ/OQ/PQ, sendo necessário elaboração de protocolo e execução de IQ/OQ.

Após execução da qualificação de performance da autoclave Uniclave conclui-se que para as cargas e ciclos utilizados os ensaios de distribuição de calor, penetração de calor e validação biológica estão conforme com os critérios de aceitação estabelecidos. O equipamento considera- se portanto qualificado para as cargas de sacos de descontaminação de placas de petri e descontaminação de frascos com ciclo 121ºC/ 45 minutos.

Após execução da qualificação de performance da autoclave Sulzer conclui-se que para as cargas e ciclos utilizados os ensaios de de distribuição de calor, penetração de calor e validação biológica estão conforme com os critérios de aceitação estabelecidos. A autoclave considera-se qualificada para as cargas de 9 e 6 frascos de 1000 mL (meio de cultura) para o ciclo de 121ºC / 15 minutos e 8 copos de filtração, 8 pinças e 4 tesouras para o ciclo de 121ºC/ 20 minutos.

Para as cargas de 8 frascos de 250 mL e de 2 frascos de 1000 mL para ciclo 121ºC/ 15 minutos não existe conformidade dos resultados uma vez que o ciclo foi realizado a 20 minutos e não a 15 minutos como era pretendido. Isto poderá ter ocorrido por um erro na programação do parâmetro tempo sendo portanto solicitada a repetição destes ensaios.

Deverá existir requalificação das autoclaves, com a periodicidade anual. Esta deverá abranger revisão documental (registos de manutenção, calibração, revisão de documentos normativos) e estudo de penetração de calor para carga que apresenta pior caso (um ensaio). No caso da autoclave Uniclave o pior caso determinado foi a carga de sacos de descontaminação de placas e na autoclave Sulzer foram a carga com 9 frascos de 1000 mL (meio de cultura) e a carga com 8 copos de filtração, 8 pinças e 4 tesouras.

Para ambas as autoclaves, os valores de F0 obtidos são bastante elevados em relação

aos requeridos, os ciclos de esterilização estão sobredimensionados. Sugere-se a revisão dos ciclos de esterilização, ajustando o valor dos ciclos com redução do tempo de esterilização, estudo de melhoria de eficiência energética.

110 Alterações às cargas, tanto na sua configuração/quantidade, como também dos parâmetros do ciclo, requere nova qualificação. Deverão ser elaborados protocolos de requalificação, que reflitam as anteriores considerações.

A revisão documental da qualificação de instalação e operação do túnel permite concluir que existem evidências documentadas da realização de qualificação de instalação e operação a este equipamento, portanto a QI e QO está conforme. Quanto à revisão da qualificação de performance não está conforme, não existe requalificação dentro da periodicidade exigida (anual).

Após execução do protocolo de qualificação de performance do túnel de despirogenização, os resultados dos ensaios de distribuição de calor e a validação biológica para o formato de 2 ml estão conformes, para ambas as temperaturas utilizadas no entanto a penetração de calor apresenta resultados não conformes com os critérios de aceitação estabelecidos pelo utilizador, concluindo-se que a performance do equipamento não está conforme.

Destacamos a parte final do lote, 3ª zona, como a razão principal para a não conformidade dos resultados de penetração de calor. No fim de lote – 3ª zona, sem ampolas atrás, existe uma diminuição acentuada da temperatura. Supõe-se que a não existência de ampolas para trás da 3ª zona cria uma maior área livre, o que diminui a velocidade do fluxo de ar, promovendo um comportamento de fluxo laminar, menos turbulento e portanto as últimas ampolas não atingem temperaturas tão elevadas e aquecem menos.

Propõe-se, que nos ensaios a realizar, após o n.º de ampolas previstas para o lote, sejam colocadas mais ampolas, ou em alternativa peça(s) que preencham pelo menos o mesmo volume de forma a otimizar as condições de transferência de calor. Caso se opte pelas ampolas adicionais, estas devem estar segregadas para que não se misturem com as outras ampolas e permitindo a sua fácil rejeição.

Propõe-se como segunda hipótese aumentar a velocidade de fluxo de ar ou diminuir a velocidade de transporte de forma as ampolas permanecerem mais tempo expostas ao calor, isto é, aumentar o tempo de residência. No entanto esta situação não é desejável porque interfere com a produção na máquina de enchimento posterior.

Os ensaios de penetração de calor e validação biológica, para o formato de 2 ml, devem ser repetidos, com as alterações enunciadas anteriormente. Se os resultados obtidos com este novo procedimento forem conformes, estes devem ser incluídos no normal funcionamento do equipamento e os ensaios a realizar, de outros formatos, também já devem contemplar esta alteração.

Após qualificação de performance da linha de acondicionamento de supositórios e óvulos para o produto A e B, conclui-se que o equipamento está conforme com as especificações do fabricante e com os critérios de aceitação estabelecidos pelo utilizador para o produto A mas não está conforme para o produto B.

111 O equipamento pode ser utilizado sem restrições para a produção do produto A. Propõe- se a alteração do tipo de inspeção passar de normal a reduzida uma vez que os últimos 3 lotes estiveram em inspeção normal e não houve nenhuma rejeição.

Na inspeção realizada aos três lotes do produto B, no parâmetro do enchimento os valores de as massas estão fora dos limites de especificação. Com impacto na qualificação.

Após averiguação das causas da ocorrência inerentes ao processo que podem influenciar a variação de massa do supositório e com base no diagrama de espinha de peixe realizado estima-se que é um erro no procedimento da pesagem por parte do operador. Propõe-se a repetição da qualificação de três novos lotes do produto B para o parâmetro enchimento (massa), eliminando a origem da ocorrência identificada.

Para uma análise mais exaustiva das falhas que podem acontecer num produto ou processo, seus efeitos e causas e identificação das ações que possam eliminar ou reduzir a falha potencial propõe-se a gestão de risco de qualidade com a realização de uma avaliação de risco ao processo de fabrico através da FMEA. Esta permitirá priorizar os riscos mais graves e investir de forma mais eficiente na melhoria do processo.

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No documento Ana Sofia Bernardo Saraiva (páginas 137-141)

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