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Os testes realizados para determinação das propriedades físicas de Pinus taeda foram bem conclusivos com relação à madeira estudada, gerando informações detalhadas e precisas, considerando as limitações deste experimento.

Com base nos resultados apresentados para as propriedades pode-se concluir que:

1. O teor de umidade inicial da madeira que será seca em estufa é muito importante ser conhecido para saber em qual etapa da secagem será iniciado o processo, além de se poder estimar com maior facilidade o tempo que se terá do início até o final do processo. Para madeiras com maior umidade inicial, o tempo de secagem será maior que para madeiras com menor umidade inicial, quando são consideradas madeiras com as mesmas propriedades físicas, sob as mesmas condições de secagem.

2. Como foi verificado neste trabalho que a umidade da madeira é consideravelmente aumentada no sentido casca à medula, pode-se concluir que para a secagem de Pinus taeda existe diferença no tempo de secagem entre os diferentes tipos de corte estudados, se tratadas sob as mesmas condições de secagem.

3. A massa específica da madeira também interfere na secagem, pois esta influi diretamente na contração da madeira e na umidade inicial. A permeabilidade da madeira está relacionada com a massa específica. Madeira de Pinus taeda com maior massa específica normalmente têm menor teor de umidade, o que poderia diminuir o tempo de secagem, caso a permeabilidade não fosse diminuída. Porém isto não ocorre, pois existe uma maior quantidade de água higroscópica em madeira com maior massa específica, sendo este tipo de água retirada com maior dificuldade.

32 4. Como madeiras de menor largura são mais influenciadas pela massa específica na formação de trincas superficiais, estas devem ter prioridade na separação para secagem do lenho juvenil e adulto.

5. Madeiras de diferentes tipos de corte apresentam diferentes contrações máximas na largura, o que pode ser explicado pela variação de massa específica e pelo ângulo de inclinação dos raios em relação à base das peças. Normalmente quanto maior a massa específica maior a contração da madeira. É ideal a separação dos deferentes tipos de corte para o processo de secagem da madeira, sendo este adaptado com diferentes tipos de programas de secagem.

Com base nos resultados apresentados para as trincas superficiais pode-se concluir que:

1. Quanto ao tempo de secagem até a formação de trincas como referencial para análise de defeitos, foi considerado que quanto mais rapidamente ocorre o defeito, maior a propensão a este. Como foi verificado para todas as larguras das peças que madeira tangencial adulto trinca antes que madeira tangencial juvenil, pode-se concluir que existe maior propensão à defeitos em madeira tangencial adulta, o que pode ser explicado pela maior contração máxima na largura, devido à maior massa específica. Outra explicação para este menor tempo de formação de trincas para madeira tangencial adulta é a umidade inicial, que por ser menor nesta madeira, a superfície estará abaixo do ponto de saturação das fibras em menor tempo.

2. Foi verificado também que tábuas com maiores larguras têm menores tempos de secagem até a formação de trincas superficiais, portanto, conclui-se que madeiras largas têm maior propensão a defeitos que madeiras estreitas, sendo estas do mesmo tipo de corte. Explica-se isto com a contração linear, que em função da largura, tem maior influência em madeiras mais largas. Madeiras largas, contraindo linearmente com maior magnitude, geram uma tensão de tração da superfície maior que madeiras estreitas.

33 3. A madeira de Pinus taeda de corte radial com medula tem menor propensão às trincas superficiais, não ocorrendo trincas nas caras das tábuas e sim nas laterais. Como a espessura das tábuas é sempre menor que a largura, cortes radiais podem ter maior agressividade na secagem, sem a ocorrência das trincas superficiais, devido à menor contração linear existente nas laterais.

4. A madeira de Pinus taeda estudada, quando possui maior massa específica, tem maior propensão à formação de trincas superficiais, com base no tempo de secagem até a sua formação.

5. Como foi verificado, madeiras de diferentes tipos de cortes têm comportamentos diferenciados na secagem e madeiras de corte tangencial adulto tem maior propensão à trincas superficiais, o que exige da secagem um melhor controle e menor agressividade no inicio da secagem que madeiras tangenciais juvenis. Com isto se pode concluir que é interessante a separação das tábuas de diferentes cortes na secagem, facilitando o processo. Da mesma forma madeiras com diferentes larguras devem ser secas separadamente, o que faz do processo mais homogêneo e otimizado, reduzindo perdas por defeitos originados, em especial trincas superficiais.

6. O gradiente de umidade máximo sem a formação de trincas superficiais foi consideravelmente menor em madeiras tangenciais adultas que em madeiras tangenciais juvenis. Conclui-se daí que a propensão às trincas superficiais em madeira juvenil é menor que em madeira adulta, tendo esta última uma maior dificuldade na secagem, exigindo uma menor agressividade.

7. A comparação do gradiente de umidade máximo sem trinca entre as larguras das peças não pôde ser conclusivo por não apresentar uma relação de linearidade. Este tema deve ser alvo de um estudo mais aprofundado, sendo incluídas nas comparações, os valores de resistência da madeira influenciada pela umidade na sua superfície, o que pode fazer com que os resultados não sejam lineares ao considerar apenas o gradiente de umidade, pois a resistência à tração perpendicular às fibras varia com a umidade. No caso de se ter

34 uma umidade superficial menor, podemos ter um gradiente de umidade influente maior sem a formação de trincas superficiais, sendo a resistência à tração perpendicular da madeira maior com um menor teor de umidade.

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