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QUEIMA (%) ABSORÇÃO

5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

5.1 CONCLUSÕES

O rejeito de esmeraldas da Serra da Carnaíba é um material com potencial para aplicação em massas cerâmicas de materiais refratários, pois a análise química de fluorescência de raios x mostra que ele possui 70% de sílica e alumina (SiO2, Al2O3), compostos normalmente usados nos materiais refratários devido a sua alta refratariedade. Todavia, a grande quantidade (21%) de óxidos de metais alcalinos e alcalinos terrosos (Na2O, K2O, MgO e CaO) e (6%) de óxido de ferro, presentes no rejeito, impedem que este substitua completamente os componentes sílica e alumina.

A adição de 72% de rejeito de esmeraldas na massa cerâmica R4 é responsável pela maior retração linear de queima, menor absorção de água, consequentemente, pela maior tensão de resistência à flexão das amostras sinterizadas. Os altos teores de óxidos alcalinos e de óxido de ferro presentes no rejeito de esmeraldas são responsáveis pela formação de fase líquida e tendem a abaixar a temperatura de fusão desses materiais, contribuído, assim, para o aumento da retração e da resistência. Por outro lado, uma deterioração da propriedade de refratariedade do material é observada.

A massa cerâmica, de composição 45% de rejeito de esmeralda, 45% de alumina e 10% de caulim, denominada por R2 apresenta as propriedades exigidas para aplicação na fabricação de materiais refratários conformados semi-isolantes, pois as amostras sinterizadas exibem uma variação linear dimensional menor que 2%, densidade de massa aparente de 1,56 g/cm3, porosidade total de 46,68% e uma refratariedade de 1420oC. Propriedades estas que estão dentro dos valores exigidos para tais materiais refratários de acordo com as normas ABNT NBR 6225:2001, ABNT NBR 6115:2012, ABNT NBR 8003:2012, ABNT NBR 10237:2001, PETROBRAS N 1728 e ABNT NBR ISO 8895:2012.

A formação das fases mulita e espinélio durante o tratamento térmico de sinterização é a responsável pela alta refratariedade das amostras de massa

cerâmica R2. Estas fases possuem alto ponto de fusão, o que contribui para elevada refratariedade dessa massa.

Vale ser ressaltado, contudo, que o material produzido não só apresentou resultados concretos para sua utilização como refratário conformado semi-isolante, como também demonstrou a potencialidade dos rejeitos da mineração de esmeraldas para o desenvolvimento de outros materiais refratários.

5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Analisar a influência da incorporação de materiais sólidos voláteis, como a serragem e o naftaleno (C10H8), nas massas cerâmicas R1, R2, R3 e R4, em relação à porosidade, para aumentar a capacidade de isolamento térmico do refratário produzido.

Estudar a viabilidade de redução do teor de potássio do rejeito de esmeraldas, para melhorar a refratariedade dos materiais isolantes produzidos com estes rejeitos, assim como, para aproveitar o potássio retirado na produção de fertilizantes para agricultura, já que o Brasil é carente deste elemento, importando 91% da sua demanda.

Estudar a viabilidade de utilização do rejeito de esmeraldas, como agregado, na produção de tijolos de solo cimento para construção de casas populares e verificar os benefícios que a mica, presente neste rejeito, poderia proporcionar em relação à capacidade de isolamento térmico destes tijolos.

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