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Capítulo 3 – Emissão de NOx: Análise no Pórtico e na Chaminé 30

3.4 Conclusões 45

As conclusões vão ser apresentadas separadamente, para as duas fases de trabalho. A partir da primeira análise conclui-se sobre a relação entre o teor de oxigénio e a emissão de NOx, sendo que, tipicamente, quando um aumenta o outro também.

Com a segunda análise foi possível demonstrar a relação entre o poluente em estudo, o teor de oxigénio e a incorporação de casco, o que permitiu concluir sobre a importância destes nas emissões de NOx. A emissão aumenta para valores de oxigénio superiores e diminui com o aumento da incorporação de casco.

A diferença de resultados obtidos entre as análises às emissões de NOx no pórtico e na chaminé do forno AV5 parece justificar-se pelo facto de nesta última estar representado quase todo período de funcionamento do AV5.

Apesar de o valor de emissão de NOx medido na chaminé ser superior ao valor medido no pórtico, não se retiram conclusões mais genéricas da relação entre estes dois valores devido ao facto de isto ter sido verificado apenas para uma única medição.

3.4.1 Primeira Análise – Avaliação das emissões de NOx no pórtico do forno AV5

A gama de variação do NOx medido foi de 284 mg/Nm3 e 1487 mg/Nm3, ambos corrigidos a 8% de O2 e medidos em base seca.

Não foi possível estabelecer as relações entre a emissão de NOx e alguns dos parâmetros analisados, nomeadamente o consumo de gás natural, o rácio ar/gás, a incorporação de casco e a temperatura da parede final do forno.

O teor de oxigénio no gás de exaustão foi o parâmetro que evidenciou a tendência esperada, sendo que quando o oxigénio aumenta o NOx também. A relação foi demonstrada pelo facto de o teor de oxigénio no gás de exaustão ser um dos parâmetros registados conjuntamente com as medições do NOx, contrariamente ao que se verifica para os outros parâmetros, em que os valores expressam médias diárias. Este resultado é esperado tendo em conta que quanto maior a quantidade de oxigénio disponível, maior será a formação de NOx térmico.

No caso do consumo de gás, apesar de ser representado o valor fixo ao qual foi efectuada a medição, não foi possível estabelecer a relação esperada com o NOx. A justificação que se mostrou mais provável para tal acontecimento assenta no facto de existirem outros factores que, simultaneamente, afectam a formação do poluente, como a temperatura, ou mesmos outros aspectos práticos de funcionamento do forno que não foram abordados com o pormenor exigido, como é o caso da chama e da distribuição do gás pelos quatro queimadores, que se sabe afectarem a formação do NOx.

O mesmo acontece para o rácio ar/gás, ou seja, foi aqui apresentado o valor no qual foi efectuada a medição contudo não se percebe uma relação com o NOx, o que se deve provavelmente a interferências de outros parâmetros e à descontinuidade entre as medições.

Para os restantes parâmetros (incorporação de casco, temperatura da parede forno), a razão pela qual se pensa não ter sido possível estabelecer relações assenta também no facto de haver um espaço temporal considerável entre medições e ainda por estes representarem valores médios diários.

A incorporação de casco no forno vai depender essencialmente da sua qualidade, no que respeita à existência de contaminantes e à sua disponibilidade.

A análise conseguida com as temperaturas do forno não foi, como seria de espera, conclusiva em relação ao NOx.

Conclui-se que a descontinuidade entre as medições, a diferença de tempo em que alguns dos parâmetros foram registados por comparação com os registos das emissões de NOx, e a interferência que alguns outros parâmetros não avaliados (chama, queimadores de baixo-NOx) possam ter no funcionamento do forno sejam o motivo pelo qual não se consegue estabelecer uma relação entre o rácio ar/gás e a emissão de NOx.

Realça-se ainda o facto de ser importante ter uma visão global do forno, sendo neste caso essencial avaliar a variação no mesmo instante para cada um dos parâmetros avaliados para se poder descrever com maior pormenor o modo de operação do forno e relacionar os parâmetros de funcionamento com as emissões de NOx.

3.4.2 Segunda Análise – Avaliação das emissões de NOx na chaminé do forno AV5 determinadas pelo CTCV

Conclui-se que as emissões obtidas durante as monitorizações ambientais são inferiores ao valor limite de emissão definido pela licença ambiental da BA Avintes (1200 mg/Nm3 para 8% de O2, medido em base seca).

A gama de variação do NOx medido foi de 415 mg/Nm3 e 1207 mg/Nm3, ambos corrigidos a 8% de O2 e medidos em base seca.

Conclui-se ainda que ao aumento de casco de vidro usado na fusão, ao longo do período de análise, está associada uma diminuição de emissão de NOx. De igual modo, estabelece-se uma relação entre a percentagem de oxigénio no gás de exaustão e a concentração de poluente. Constata-se também que, salvo algumas excepções, o aumento do teor de oxigénio no gás de exaustão é acompanhado por um aumento da emissão de NOx.

Relativamente ao consumo de gás natural não foi evidenciada a tendência esperada, conclui-se que, em particular após 2005, o consumo específico de gás natural se mantém aproximadamente constante, enquanto que as emissões de NOx diminuem.

Tal como na primeira análise, também aqui houve o problema da escala temporal dos parâmetros, ou seja, se por um lado os parâmetros se referem a valores médios diários, obtidos através dos registos horários manuais dos operadores da fábrica, por outro as medições são obtidas num determinado período do dia, levando isso ao desfasamento temporal acima referido. Importa referir que apenas os valores médios diários são introduzidos no computador, não tendo sido por isto apresentada a sua oscilação diária.

Capitulo 4 – Análise das condições de operação do forno AV5:

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