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CAPÍTULO VI – CONCLUSÕES

6.1. Conclusões do estudo

Este estudo procura compreender que pensam as crianças sobre os padrões de repetição e de crescimento. Para tal, procuro responder às seguintes questões: (1) Que estratégias são utilizadas pelas crianças, na exploração de padrões de repetição? (2) Quais as dificuldades que as crianças apresentam, na exploração de padrões de repetição? (3) Que estratégias são utilizadas pelas crianças, na exploração de padrões de crescimento? (4) Quais as dificuldades que as crian- ças apresentam, na exploração de padrões de crescimento? Seguidamente, apresento as conclu- sões obtidas.

6.1.1. Estratégias das crianças na exploração de padrões de repetição

No acompanhamento prestado a todas as crianças e depois da análise aos resultados obti- dos, apreciei várias estratégias de exploração de padrões de repetição.

No pré-escolar a maioria das crianças recorreu à leitura do padrão e à memória visual para entender como as sequências figurativas se formavam e lhes poder dar continuidade e descobrir possíveis intrusos. Na tradução dos padrões, as crianças optaram, em primeiro lugar por traduzir cada elemento, acertando regras de tradução com os restantes colegas e, posteriormente, forma- vam o padrão completo. Em todos os casos, as crianças procuraram descobrir as regularidades existentes em cada padrão figurativo, e aplicá-las na sua continuação e exploração.

No 1.º Ciclo as crianças optaram por observar as sequências de repetição desde o início e descobrir as unidades de repetição. Depois de perceberam a sua lei de formação, as crianças aplicavam as regularidades descobertas na continuação e exploração dos padrões. No final, as crianças já exploravam estes padrões com bastante destreza.

122 6.1.2. Dificuldades das crianças na exploração de padrões de repetição Nas sessões e na análise dos resultados, detetaram-se algumas dificuldades das crianças na realização das tarefas com padrões de repetição.

No pré-escolar as crianças nutriram facilidade na continuação de padrões e na descoberta de intrusos. Contudo, nutriram dificuldades na substituição de intrusos e na tradução de padrões. A criação destes mostrou-se uma tarefa simples para as crianças de 5 anos, mas complexa para as de 4 anos, pois necessitaram de algum apoio inicial por não terem autonomia suficiente para os começarem a criar. A dificuldade das crianças na comunicação entre pares, na expressão de raciocínios e na organização do pensamento travou um pouco a exploração dos padrões, mas com trabalho e empenho foi melhorando, significativamente.

No 1.º Ciclo o primeiro contacto com padrões de repetição revelou-se estranho e um pouco complexo. Inicialmente, as crianças do 4.º ano sentiram dificuldades no entendimento e na des- coberta do número de elementos que se repetia e, consequentemente, da lei de formação do padrão. Depois de algumas atividades com padrões de repetição, essas dificuldades foram ultra- passadas. As atividades de descoberta de intrusos mostravam-se simples quando se tratava de sequências figurativas e mais complexas quando eram sequências numéricas. As crianças nutriam pouco destreza em comunicar e fundamentar os raciocínios, o que me surpreendeu, pois nesta fase escolar, estas crianças já deveriam ter alguma destreza na comunicação matemáticas e na justificação de raciocínios. Isto deve-se à falta de prática das crianças, certamente por os profes- sores desvalorizarem estes aspetos nas aulas. Assim, foi necessário um maior esforço, tanto da minha parte como da deles. Os vários momentos de partilha resultaram numa melhor organização de pensamento e na melhoria da comunicação matemática e partilha de raciocínios. A fase da generalização foi a mais difícil de explorar e desenvolver. Foram várias as atividades desenvolvidas com o intuito de criar condições para que as crianças generalizassem para uma figura qualquer. Na fase final, a generalização em padrões de repetição já era concretizável, revelando que a minha intervenção foi bastante benéfica para estas crianças.

6.1.3. Estratégias das crianças na exploração de padrões de crescimento Os padrões de crescimento são mais complexos que os padrões de repetição.

No pré-escolar o facto de ter contactado com um grupo muito heterogéneo e por ter pouco tempo, fez-me a optar por explorar somente padrões de repetição.

123 No 1.º ciclo os padrões de crescimento foram bastante explorados, pois tratava-se de um grupo do 4.º ano. Nos padrões figurativos de crescimento, as crianças começavam por analisar a sequência e tentar perceber quantos elementos aumentavam de termo para termo, aumentando, consecutivamente, essa diferença na sua continuação. Nos padrões numéricos de crescimento, as crianças optavam por calcular a diferença de valores entre os elementos de cada termo e, assim, verificar a sua lei de formação. Nestes casos, as crianças verificavam que alguns termos resultavam da soma dos dois termos anteriores e que a lei de formação era um pouco mais com- plexa do que as exploradas, anteriormente.

6.1.4. Dificuldades das crianças na exploração de padrões de crescimento Primeiramente, as crianças do 1.º Ciclo não entendiam como é que nestes padrões os elementos diferiam entre si, ao contrário dos padrões de repetição. As dificuldades surgiram nas tarefas com padrões numéricos de crescimentos e, principalmente, no momento de generalização, fossem sequências figurativas ou numéricas. As tarefas de descoberta de intrusos mostravam-se bastante mais complexas se fossem sequências numéricas de crescimento. A justificação raciocí- nios, através da comunicação matemática, era mais simples quando transmitida oralmente, pois, a maioria as crianças revelaram uma enorme dificuldade em expressar-se por escrito, principal- mente, na área da matemática. A correção das atividades, em grande grupo, teve grande relevân- cia e utilidade, pois as crianças só nesse momento conseguiam expressar o raciocínio matemático e as estratégias utilizadas. Por escrito, muitos destes aspetos não eram claramente referidos e não me era possível chegar a algumas conclusões. Este grupo do 4.º ano foi incansável, pois transmitiu sempre empenho e motivação, participando ativa e voluntariamente nas tarefas. Na intervenção as crianças esforçaram-se e vivenciaram ótimos momentos de entreajuda e partilha.

As dificuldades de comunicação matemática e de generalização foram sendo colmatadas e ultrapassadas de dia para dia. Os participantes mostraram-se cada vez mais motivados e com maior empenho na aquisição de conhecimentos e no desenvolvimento de aprendizagens matemá- ticas. A evolução foi notória em ambos os grupos, como se pode constatar na minha intervenção pedagógica

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