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Esta Tese apresenta o estudo das propriedades ópticas, morfológicas, estruturais e magnéticas de NCs de Zn1-xAxTe (A = Mn; Co), crescidos no sistema vítreo PZABP (P2O5–

ZnO – Al2O3 – BaO – PbO) sintetizado pelo método de fusão, após submetê-lo a tratamento

térmico apropriado. Este estudo foi motivado devido às possíveis aplicações desses NCs na área de nanotecnologia. Várias técnicas experimentais, tais como absorção óptica (AO), fotoluminescência (FL), espalhamento Raman (ER), microscopia de força atômica/magnética (MFA/MFM), microscopia eletrônica de transmissão (MET), difração de raios-X (DRX), magnetometria de amostra vibrante (MAV) e ressonância paramagnética eletrônica (RPE) e, também, a teoria do campo cristalino (TCC), foram utilizadas neste estudo a fim de obter um entendimento compreensivo das referidas propriedades desses NCs, visando orientar as suas possíveis aplicações nanotecnológicas.

Investigou-se nanocristais de ZnTe dopados com Mn (Zn1-xMnxTe) crescidos na

matriz vítrea PZABP, confirmando o comportamento paramagnético desses NCs à temperatura ambiente. Experimentos à temperatura ambiente revelaram o tamanho dos NCs, o crescimento da magnetização e o comportamento da susceptibilidade magnética em função da concentração de íons Mn2+. Em baixas concentrações, os elétrons sp do átomo da rede

semicondutora de ZnTe interagem com os elétrons do átomo de Mn, resultando na interação de troca sp-d, que provoca um pequeno aumento na susceptibilidade magnética; em concentrações mais elevadas de Mn, a interação de troca d-d entre átomos de Mn domina a interação de troca sp-d, o que resulta em um aumento abrupto da susceptibilidade. Essa observação confirma o estado paramagnético de NCs de Zn1−xMnxTe, à temperatura ambiente.

A origem do paramagnetismo dessas estruturas, em nanoescala, é devido a existência de íons Mn2+ na estrutura semicondutora de NCs de ZnTe, sugerindo que íons Zn2+ são substituídos por íons Mn2+. Os espectros RPE exibem o bem conhecido sexteto de linhas hiperfinas de íons Mn2+, uma vez que amostras com baixas concentrações de Mn revelaram a presença de íons Mn2+ no interior e próximos à superfície dos NCs de ZnTe. Essas são a melhor prova da presença de íons Mn2+ incorporados substitucionalmente em NCs, ou seja, a explicação conclusiva para o comportamento paramagnético de NCs de Zn1-xMnxTe.

0,100) em NCs de Zn1-xMnxTe. Acima dessa concentração, observou-se a formação de NCs

de óxido de manganês, tais como MnO e MnO2, uma vez que a taxa de nucleação para a

formação desses NCs é maior que a de NCs de Zn1-xMnxTe, em altas concentrações. Essa

observação é obtida a partir dos espectros AO, analisados com base na teoria de campo cristalino (TCC), DRX, MET e Raman. Medidas de FL, além de comprovar esses resultados, mostram a sintonização da energia de emissão relacionada à transição 4T1(4G) → 6A1(6S) de

íons Mn2+, do laranja ao infravermelho próximo, em função da concentração. Isso foi possível devido à mudança do campo cristalino local, em que o íon Mn2+ está inserido. Esse efeito é muito interessante para aplicações em dispositivos luminescentes.

A partir dos espectros AO, analisados com base na TCC, evidenciou-se que íons Co2+ são incorporados substitucionalmente em sítios tetraédricos de ZnTe, devido às transições características desses íons na região espectral do visível e infravermelho próximo. A partir das imagens de MET, observa-se a formação de NCs de Zn0,995Co0,005Te e Zn0,2Co0,8Te,

praticamente, com a mesma distância interplanar que a dos NCs de ZnTe (x = 0,000) na estrutura ZB. Isto sugere invariância no parâmetro de rede dos NCs, com a incorporação substitucional. Este resultado já é esperado, e está de acordo com o que foi observado a partir dos difratogramas de raios-X (DRX), uma vez que os raios iônicos de Zn2+ e Co2+ não são

muito diferentes. Nesses difratogramas observa-se, também, que íons Co2+ causaram

desordem no meio vítreo hospedeiro. As imagens de MFM mostraram que as amostras, contendo íons magnéticos, respondem magneticamente quando induzidas pela magnetização da sonda. Este resultado é mais uma prova da incorporação substitucional de íons Co2+ em

NCs de ZnTe. O crescimento de NCs de ZnTe dopados com Co2+, em uma matriz vítrea, ainda não foi relatado na literatura.

Enfatizamos que todos esses resultados podem ter impactos sobre possíveis aplicações nanotecnológicas que requerem a manipulação de diversas propriedades dos nanocristais.

Lista de Artigos Publicados e Submetidos desta Tese de Doutorado

- Artigo Publicado:

 Paramagnetic behavior at room temperature of Zn1-xMnxTe

nanocrystals grown in a phosphate glass matrix by the fusion method.

Alessandra S. Silva, Adolfo Franco Jr., Fernando Pelegrini, Noelio O. Dantas. Journal of Alloys and Compounds 647 (2015) 637-643.

- Artigos Submetidos:

 Solubility limit of Mn2+ ions in Zn

1-xMnxTe nanocrystals grown within an ultraviolet-

transparent glass template.

Alessandra S. Silva, Sebastião W. Silva, Paulo C. Morais, Noelio O. Dantas. Submetido na Journal of Alloys and Compounds.

 Mn concentration-dependent tuning of Mn2+ d emission of Zn

1-xMnxTe nanocrystals

grown in a glass system.

Alessandra dos Santos Silva, Sidney Alves Lourenço, Noelio Oliveira Dantas. Submetido na Journal of Physical Chemistry Letters.

- Artigo em Fase de Submissão:

 Evidência da Formação de Nanocristais de ZnTe Dopados com Co em uma matriz vítrea.

Futuros Trabalhos

 Estudar as propriedades luminescentes das amostras vítreas contendo NCs de Zn1-

TCC, as transições de emissão com as transições de absorção características, observadas a partir dos espectros AO.

 Crescer SMD quaternários como, por exemplo, Zn1-2xMnxCoxTe (e vários outros), e

aplicar a TCC para estudar as transições características de cada metal de transição, bem como processos de transferência de energia.

Dopar NCs de ZnTe com outros íons metais de transição como Cu, Cr, Ni, Sc, Ti, V e Fe e estudar suas propriedades físicas.

 Crescer outros NCs de sais de zinco, tais como ZnS e ZnSe, na matriz vítrea PZABP, devido a mesma ser transparente ao UV próximo, bem como dopados com metais de transição.