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Conclusões

O presente trabalho apontou para os benefícios do gás natural face à electricidade. A determinação da matriz teórica de calor permite conhecer quais as necessidades de energia em calor para o sector de edifícios. Verificamos que as necessidades energia útil, 1195 GWh no total, repartiam-se em: o aquecimento ambiente ocupa o maior peso da desagregação com 63%, para as AQS e preparação de refeições corresponde 15%, 4% para as máquinas de lavar louça e para as máquinas de lavar roupa correspondem 3%.

De seguida apresentaram-se dois cenários No primeiro atribui-se prioridade à electrici- dade (790 GWh de energia final e 1732 GWh de energia primaria) e no segundo cenário atribui-se prioridade ao gás natural (985 GWh de energia final e 1000 GWh de energia primária).

Comparando os dois cenários, conclui-se que a prioridade ao gás natural apresenta ligei- ramente maior energia final devido a piores rendimentos da parte dos equipamentos a gás natural. No que diz respeito à energia primária é o cenário prioridade à electricidade que apresenta maiores valores, ou por outras palavras, em termos de emissões de CO2

para a atmosfera é claramente superior com 381068 ton de CO2 para os 190867 ton de

CO2 do cenário prioridade ao gás natural.

Quanto à análise de custos, também é o gás natural que apresenta maiores vantagens, mesmo quando se aplica a tarifa bi-horária para a electricidade. Contudo a diferença é apenas de 474 euros de electricidade (tarifa bi-horaria) para os 438 euros do cenário prioridade ao gás natural.

No capítulo 3 é caracterizada a energia em calor que a cidade do Porto consome efecti- vamente nos edifícios, quer em perspectiva de oferta (vectores energéticos) quer em perspectiva de procura (usos finais de energia). Aquando da apresentação da energia actual comparou-se com os cenários mencionados no capítulo 2. As principais conclu- sões da análise de resultados são:

- na perspectiva de oferta para o sector de serviços a electricidade domina claramente com 57% em energia final e 75% de energia primaria. Este facto indica que na cidade do porto há um acentuado consumo de electricidade para fins de calor face ao consumo de gás natural, situação extremamente desfavorável para o meio ambiente. Uma das causas possíveis é a herança da situação de privilégio de que o Porto aproveitou e, rela- ção ao tarifário eléctrico durante quase meio século, agravada também pela inexistência de outras alternativas por rede [4];

- Na perspectiva de procura, relativamente à electricidade é o aquecimento ambiente com cerca de 47% que domina claramente a matriz de calor. Para o gás natural não exis- te nenhum domínio claro por parte das utilizações finais. A repartição actual é apenas para AQS (38%), aquecimento ambiente (35%) e preparação de refeições (27%).

-comparando os cenários referidos no capítulo 2 com o cenário real em termos de ener- gia final concluímos que há uma diferença significativa nas utilizações de energia. As utilizações para efeitos de calor que apresentam maior diferença são: aquecimento ambiente, águas quentes sanitárias e preparação de refeições. A possível justificação para o aquecimento ambiente como já foi referida anteriormente, deve-se a que na reali- dade não se climatizam em permanência as fracções todas nos edifícios ou não cum- prem as necessidades de conforto térmico. As razões para a diferença nas AQS podem ser atribuídas ao facto de nem todas as pessoas tomarem banho todos os dias. Para o caso da utilização de calor em preparação de refeições pode ser justiçado pelas pessoas recorrerem a refeições rápidas e frias, sem grande confecção e também por serem prepa- radas em grande massa como por exemplo em cantinas e restaurantes.

Em relação ao capítulo 4, onde se pretendia optimizar a eficiência energética dos equi- pamentos a gás natural, comparar sistemas solares com apoio eléctrico ou gás natural, e migração do vector electricidade real para gás natural apresentam-se em seguida as principais conclusões.

Comparando o cenário definido como optimização ao cenário prioridade ao gás natural (985 GWh de energia final) obteve-se resultados com diminuição significativa para 706 GWh em energia final. Como resultado do aumento de eficiência, os impactos ambien- tes e custos de energia também reduzem consideravelmente, apesar que nos custos de energia não se verifica a mesma proporcionalidade de diminuição das emissões de CO2.

Ainda no capítulo 4 conclui-se que as vantagens da migração são mais significativas em termos de impacto ambiental, com uma redução cerca de 79040 ton de CO2 por ano

aquando da migração do vector electricidade para gás natural. Em termos de custos de energia apenas se verifica uma redução de cerca 70 euros por pessoa em cada ano. Do estudo pretendido para os colectores solares conclui-se que o período de retorno do investimento na instalação deste tipo de equipamento é variável em função do tipo de energia substituída, sendo o caso economicamente menos vantajoso a utilização de gás natural. Comparando em custos financeiros e emissões de gases poluentes para a atmos- fera (CO2) ao fim de vinte anos é o gás natural o mais compensador.

Por fim, fez-se uma tentativa de identificação de dificuldades ou barreiras para a pene- tração do gás natural na cidade do Porto. Apenas 16% num universo de aproximada- mente 140000 fogos estão ligados á rede de gás natural. Uma dificuldade estará ligada à disponibilidade de acesso à rede de gás natural, onde concluímos que actualmente cerca de 34% dos edifícios ainda não têm acesso ao gás natural, constitui uma possível barrei- ra. Acrescem outras razões, como o investimento inicial em equipamento para utilização do vector gás natural, ou mesmo factores culturais e sociais.

Bibliográfica

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Publicas do Norte – CICCOPN.

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[4] Agência de energia do Porto – AdEPORTO. Matriz energética do Porto, Mar- ço 2008. http://www.adeporto.eu (Março 2008).

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[7] Fernandes, Oliveira (2006/2007) – Acetatos da disciplina Transferências de calor do curso mestrado integrado em engenharia mecânica, FEUP.

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[10] Casa Virtual de Energia – Ecocasa. http:// www.ecocasa.org [11] Energias de Portugal – EDP. http:// www.edp.pt

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[13] Direcção Geral de Energia e Geologia – DGEG. http://www.dgge.pt (2006) [14] Damas, Manuel Costa (2007). Avaliação de cenários para a evolução do

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[16] Catálogo Vulcano (2008).– VULCANO. http:// www.vulcano.pt

[17] Aguiar, R, Carvalho, M.J. Programa de Software SolTerm, Versão 5.02. 27 Abril 2007

[18] Catalagos tecnologias térmicas wilarco – WILARCO. http://www.wilarco.pt [19] Catalago manutan –MANUTAN. http://www.manutan.pt/radiadores-banho-

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