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Os pressupostos teóricos apresentados nesta dissertação de Mestrado, permitem uma compreensão alargada sobre a problemática que envolve os doentes com EM e da necessidade de compreender o seu estado de QV e Saúde Mental.

A doença crónica surge como um obstáculo gerador de crise e que necessita de ser encarado como tal, para que se encontrem estratégias adaptativas a esta nova situação. A EM enquadrando-se nas doenças crónicas, assume características próprias pelo facto de a podermos definir como sendo uma doença que conduz à incapacidade, mas que tanto pela sua etiologia como o seu curso se encontram em mistério, onde as incertezas são a única certeza deste doentes (Soares, 2006).

Ao reflectir sobre estes aspectos, é provável sentir-se a necessidade de conhecer melhor a problemática que envolve estes doentes. Desta forma, a QV e a Saúde Mental destes doentes centrou-se como a principal preocupação neste estudo, tendo-se debruçado o mesmo em aspectos que parecem ser conducentes de uma compreensão desta problemática.

Neste seguimento, procurou-se conhecer aspectos relacionados com os indicadores de saúde mental e a percepção de QV nestes utentes.

Face aos objectivos formulados neste estudo, e a partir dos resultados obtidos, retiraram-se algumas conclusões que passam a ser apresentadas.

Conclusão 1: Em média, os sujeitos portadores de EM apresentaram valores mais elevados de psicopatologia nos diferentes indicadores de Saúde Mental em comparação com os sujeitos normativos.

Conclusão 2: Os sujeitos com EM apresentaram uma maior incidência de psicopatologia comparativamente com os sujeitos do grupo normativo.

Conclusão 3: Nos sujeitos com EM, os homens apresentaram em média valores mais elevados nos indicadores de psicopatologia, comparativamente com as mulheres.

Conclusão 4: Os sujeitos do grupo clínico com idade superior a 45 anos apresentaram em média valores mais elevados no índice de severidade de sintomas presentes. Na amostra normativa, verificou-se também uma exacerbação dos índices de sensibilidade Interpessoal e Ansiedade Fóbica nos sujeitos mais velhos (idade superior ou igual a 45 anos) comparativamente com os mais novos.

Conclusão 5: Para os índices Total de Sintomas Positivos, Obsessão compulsão, Sensibilidade interpessoal, Ansiedade fóbica, Índice de Severidade de Sintomas Positivos, os sujeitos do grupo clínico, com o Ensino básico

apresentaram valores médios mais elevados destas escalas de Saúde Mental do que os sujeitos com Ensino Secundário ou Superior. Para os índices Índice Global de Severidade, Somatização, Depressão, Ansiedade, as diferenças de valores médios foram significativas apenas entre os grupos de escolarização Básico e Superior. Desta forma verificou-se que foram os sujeitos com um nível de escolaridade mais baixo que apresentam indicadores de saúde mental mais elevados.

Conclusão 6: No grupo clínico verificou-se a existência de uma maior variabilidade de percepção da qualidade de vida comparativamente com o grupo normativo, para todos os domínios, com excepção do domínio psicológico. Desta forma, constatou-se uma percepção de qualidade de vida mais dispersa entre os sujeitos do grupo com Esclerose Múltipla (grupo clínico). Conclusão 7: No grupo clínico verificou-se uma maior incidência de casos com pior

percepção de Qualidade de Vida comparativamente com os sujeitos do grupo normativo.

Conclusão 8: No grupo normativo os valores mais altos de correlação foram registados no domínio das relações Sociais com o domínio do meio ambiente e, o domínio psicológico com o domínio do meio-ambiente, denotando correlações moderadas positivas entre esses domínios. Já no grupo clínico os valores de correlação mais elevados registaram-se no domínio psicológico com o domínio das relações sociais e, o domínio psicológico com o domínio do meio-ambiente. Estes valores indicaram que se um sujeito com Esclerose Múltipla apresentou uma baixa percepção de qualidade de vida no domínio Psicológico, também, apresentou uma baixa percepção no domínio das relações sociais e vice-versa.

Conclusão 9: Segundo o género, no grupo clínico, os homens apresentaram uma percepção da qualidade de vida, nos domínios geral, psicológico e relações sociais, em média, mais elevada do que as mulheres.

Conclusão 10: Segundo a faixa etária, em ambos os grupos da amostra total, os sujeitos com idade superior a 45 anos apresentaram, em média, valores mais baixos de percepção de qualidade de vida nos dois domínios acima mencionados comparativamente com os sujeitos mais novos.

Conclusão 11: Os sujeitos do grupo clínico, no domínio físico, com escolarização ao nível do Ensino Básico apresentaram, em média, uma percepção pior da sua qualidade de vida comparativamente com os sujeitos que apresentaram habilitações ao nível Secundário ou Superior.

Conclusão 12: No grupo clínico, os sujeitos apresentaram uma pior percepção da Qualidade de Vida quando os valores dos indicadores psicopatológicos de saúde mental foram mais elevados.

Conclusão 13: Observou-se, no grupo clínico, um maior número de casos com valores patológicos nos indicadores de saúde mental – Índice Global de Severidade, Depressão, Ideação Paranóide e Psicoticismo - com pior percepção geral de qualidade de vida comparativamente com os sujeitos que apresentaram melhor qualidade de vida, ou seja, os sujeitos com índices de severidade mais elevados apresentam pior percepção de qualidade de vida.

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