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5. CONCLUSÕES

5.1. Conclusões gerais

O objetivo primordial de estudar, no processo de gestão de riscos, a influência da utilização de ferramentas BIM, por oposição aos métodos tradicionais, no planeamento e controlo de projetos de construção, foi, de um modo geral, alcançado. O estudo das principais funcionalidades das ferramentas BIM, aplicadas a um caso prático, permitiu concluir que a adoção desta metodologia de trabalho pode levar a uma otimização nos processos de gestão de projetos de construção. Contudo, são necessários mais estudos ainda mais completos para sustentar esta premissa. A automatização do desenvolvimento de peças desenhadas, a identificação de erros e omissões do modelo, o faseamento construtivo e a obtenção de mapas de quantidades de forma automática, são algumas das potencialidades que foram utilizadas, ao longo desta dissertação. Juntamente com isto, a temática da gestão de riscos cuidada, foi também desenvolvida e explorada, nesta dissertação. A criação de uma base de dados, passível de ser atualizada pela empresa, aquando do aparecimento de novos riscos envolvidos nos projetos e, todos os procedimentos a adotar no processo de gestão dos mesmos, foram devidamente identificados e testados, com a aplicação da metodologia proposta.

A conceção do modelo 3D, incluindo as três principais especialidades, permitiu uma perceção imediata de como seria a moradia referente ao caso de estudo, através da visualização 3D e de vistas

walkthrough. O facto de o autor já ter experienciado trabalhar com o software de modelação

permitiu que esta fase da dissertação fosse realizada, com um detalhe considerável. Contudo, o facto do BIM possibilitar a modelação com elevados níveis de detalhe, podendo atingir níveis

inicialmente, programar qual o nível de detalhe pretendido, de maneira a que não seja desperdiçado tempo com a modelação do projeto, desnecessariamente. Mesmo assim, esta tarefa foi a que despendeu mais tempo pois, a complexidade e a pormenorização do projeto assim o exigiu.

Quanto à simulação 4D, pode concluir-se que, quando o modelo 3D é suficientemente completo, este processo torna-se relativamente simples e pode trazer vários benefícios à gestão do planeamento dos projetos. Pode ainda concluir-se, acerca desta ferramenta, que a possibilidade de estudar várias opções relativas à calendarização de tarefas, a identificação de todos os elementos a construir, a visão global de todos os trabalhos envolvidos e a verificação da viabilidade do planeamento em estudo, são algumas das vantagens que trazem uma análise do planeamento mais eficiente e eficaz, contrariamente, ao processo tradicionalmente utilizado.

Os testes de deteção de conflitos efetuados demonstraram alguns erros de sobreposição de elementos que foram corrigidos, posteriormente. Esta análise do modelo permitiu que os erros na modelação fossem identificados, de modo a evitar surpresas desagradáveis, numa fase mais tardia do projeto.

No que diz respeito à extração de quantidades, embora este processo não seja totalmente automatizado, a elaboração deste caso de estudo resultou, na sua maioria, em listas de quantidades semelhantes às obtidas através de métodos tradicionais. No entanto, nestes resultados, existiram valores que não foram de encontro aos valores comparados e, portanto, foram revistos e comprovados relativamente à sua veracidade, sobrepondo-se aos resultados do método tradicional. Note-se também que, comparativamente, com as abordagens tradicionalmente usadas pela indústria AEC, a extração de quantidades através de ferramentas BIM, é um processo bastante mais simples e eficiente.

A estimativa dos custos relativos ao caso de estudo permitiu uma comparação direta entre métodos e, mais importante que isso, demonstrou que a estimativa feita pelo método tradicional, tinha de facto, certos erros que, no final, resultariam em alguns milhares de euros de diferença.

No que diz respeito ao processo de gestão de riscos, este demonstrou-se uma mais valia para os responsáveis do projeto que, desta forma, tiveram oportunidade de identificar os problemas que podem surgir, durante todas as fases do projeto. Contudo, este processo é bastante subjetivo, na

medida em que, os valores atribuídos à probabilidade e impacto dos riscos é inteiramente dependente da experiência e conhecimento de quem está a realizar este processo, podendo assim, obter-se diferentes valores, com pessoas diferentes a avaliar. Ainda assim, o autor, com a ajuda dos responsáveis da empresa e do orientador, conseguiu chegar a uma importante lista de possíveis medidas de atuação para os riscos mais importantes, determinados durante o trabalho de avaliação quantitativa. O simples facto de se ter desenvolvido vários tipos de avaliação, levou à possibilidade de comparação entre métodos, obtendo-se assim, uma perspetiva mais realista da influência positiva que as ferramentas BIM têm neste processo.

Posto isto, estão reunidas as condições para responder à questão central da dissertação. A implementação da metodologia BIM é importante, na medida em que, a sua utilização, permite obter uma maior precisão na construção e melhor otimização de processos, comparativamente com os processos tradicionais, diminuindo os erros ou omissões de projeto e melhorando a qualidade da construção final. Todos estes fatores trazem benefícios à empresa, que são devidamente comprovados pelo processo de gestão de riscos, através do qual, é possível percecionar as diferenças da utilização, ou não, do BIM num projeto, seja ele relativo a uma moradia unifamiliar ou a um edifício com oitocentos metros de altura.

Assim sendo, e relativamente à metodologia BIM, é certo que o futuro passa pela inclusão desta metodologia, não só no planeamento e controlo, mas também em todas as fases dos projetos das empresas de construção. Esta nova metodologia, traz às empresas que a utiliza uma série de vantagens e oportunidades que podem e devem ser exploradas.

Pode então finalizar-se, dizendo que o BIM veio para ficar. Quanto às empresas do setor da construção, só resta saber como tirar o melhor proveito de todas as potencialidades do BIM, de forma a fazerem crescer os seus resultados e reforçarem a sua competitividade.

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