• Nenhum resultado encontrado

6. CONCLUSÕES

6.1 Conclusões Gerais

A utilização de um método de simulação de VTCDs constitui uma importante alternativa às medições, evitando-se os gastos de recursos financeiros com a implantação de medidores e também com a espera de um longo tempo de monitoramento.

Uma medida adotada por concessionárias tem sido utilizar medições de VTCDs obtidas em um curto prazo de tempo. No entanto, essa medida pode não retratar o valor médio, mas apenas uma situação atípica. Assim, a tomada de decisão neste assunto deve ser complementada ou substituída pelas simulações.

Como a maior parte dos trabalhos publicados sobre simulações consideram apenas as redes de transmissão e subtransmissão, este trabalho apresentou uma proposta de procedimento de simulação de VTCDs para sistemas de distribuição e transmissão.

Uma das contribuições deste trabalho são as taxas de falta obtidas, por barra e por alimentador, através de dados de ocorrências de desligamentos obtidos das concessionárias. Esse parâmetro de entrada é de extrema importância para as simulações já que ele influencia diretamente no número de faltas aplicadas por ano. Também é um valor muito particular para cada sistema, não podendo ser definido um único valor para todas as barras e alimentadores. Assim, é difícil adotar valores típicos da literatura para estas taxas de falta, pois as características dos sistemas são muito diferentes. Além disso, se alguns exemplos de aplicação deste trabalho, que utilizou a mesma taxa média para os alimentadores da mesma barra, não conseguiram alcançar o resultado esperado, é de se esperar que valores típicos de literatura não atendam as expectativas.

Neste trabalho também se destaca a contribuição de obtenção das durações na caracterização dos eventos, uma vez que a modelagem da proteção foi inserida no software utilizado. De toda base de dados, pode-se ressaltar que os ajustes das proteções são parâmetros de grande dificuldade de obtenção e também de muito trabalho devido à expressiva quantidade de dispositivos a serem representados.

A proposta de modificação na tabela do ONS também contribuiu com o trabalho já que foram sugeridas três expressivas alterações. A primeira delas consistiu na adição da coluna entre 0,5 e 1 ciclo, onde foi observada uma expressiva frequência de eventos tanto nas medições quanto nas simulações. A segunda foi o acréscimo de uma coluna entre 1 e 3 minutos que visou atender o conceito de VTCDs apresentado pelo PRODIST (2014).

CONCLUSÕES 102

Finalmente, a separação dos eventos com durações entre 1 ciclo e 300 ms em duas colunas, sendo a primeira para os eventos entre 1 ciclo e 100 ms e a outra para durações entre 100 ms e 300 ms, o que permitiu uma melhor caracterização do maior grupo de eventos registrados.

Outro importante ponto, reflexo das taxas de faltas calculadas de dados reais, são as contribuições vindas de cada sistema. Observou-se que a contribuição de afundamentos de tensão vindas dos sistemas de transmissão e subtransmissão são bem menores do que a contribuição dos sistemas de distribuição local, e menores ainda são as contribuições por parte dos sistemas de distribuição remotos.

As simulações realizadas mostraram que a média do número de afundamentos de tensão converge logo nos primeiros trinta anos. No entanto, é necessário definir um tempo de observação considerável das simulações para que se obtenha uma variabilidade maior dos eventos, permitindo uma melhor visualização do comportamento estatístico dos dados.

Os resultados também mostraram, através dos dois cenários simulados, que o cenário 1 é mais próximo da medição que o cenário 2, já que o primeiro acaba equilibrando as quantidades de faltas aplicadas por ano.

Foram apresentados resultados de medição, tanto para magnitude como duração, com o intuito de validar as simulações realizadas. Observa-se, entretanto, que a comparação entre simulações e medição na Escelsa teve melhores resultados do que na Bandeirante.

A validação da simulação através da medição ocorreu para as duas barras do sistema da Escelsa em todos os cenários, tanto para a magnitude quanto para a duração. A única exceção foi o caso da duração absoluta do cenário 2 na Barra B1.

Quanto às barras do sistema da Bandeirante, as magnitudes foram validadas em sua frequência relativa para todos os cenários, mas não foram validadas em valores absolutos. Apenas o cenário 1 na barra C3 apresentou a validação tanto na escala relativa quanto absoluta. Já as durações destas barras não foram validadas nem de forma absoluta e nem relativa, exceto para o caso dos cenários relativos da barra C1, onde a validação das durações em frequência relativa obteve sucesso.

Com isto, a falta de aderência entre resultados de medição e simulação, comprovada estatisticamente pelo estudo de regressão, pode ser justificada por diversos fatores, entre estes:

 Ocorrência de um ano atípico no comportamento do sistema e consequente retrato somente nos resultados de medição;

CONCLUSÕES 103

 Valores adotados para taxas de falta podem não retratar a realidade do sistema, principalmente, no nível de distribuição, em que se pode encontrar relativa dificuldade para obtenção destes dados;

 A rede modelada na simulação pode não corresponder exatamente à rede medida, pois a dinâmica dos sistemas de distribuição produz alterações constantes na configuração da rede que não foram consideradas nas simulações;

 A amplitude da rede modelada nas simulações pode não contemplar toda a área de vulnerabilidade das barras analisadas, principalmente no que tange a algumas linhas de transmissão excluídas do escopo deste trabalho;

 Divergência entre as condições operacionais da rede simulada e medida, não só no nível de topologia de rede, mas também de diversas variáveis importantes, como a tensão pré-falta e os ajustes de proteção.

Documentos relacionados