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CONCLUSÕES GERAIS DA INVESTIGAÇÃO

PARTE III – CONSIDERAÇÕES FINAIS

6. CONCLUSÕES GERAIS DA INVESTIGAÇÃO

Esta investigação pretendeu responder às questões de investigação acerca da relação existente entre o empreendedorismo e o marketing nas empresas do sector de turismo de saúde e bem-estar e de entender qual o nível de empreendedorismo das empresas estudadas.

Através desta investigação pretendeu-se relacionar os resultados com os objectivos propostos de forma a compreender melhor a relação entre a orientação empreendedora e o marketing no sector do turismo de saúde e bem-estar; compreender como esta relação pode melhorar o desempenho no turismo de saúde e bem-estar, aprofundar o conhecimento teórico sobre este tema na revisão de literatura e comparar as realidades existentes. Através da aproximação entre as empresas tentou-se compreender as diferenças internas nas empresas estudadas, de forma a melhorar a organização e desempenho das mesmas.

Neste sentido e apesar de algumas empresas na área do turismo de saúde e bem-estar padecerem de alguns problemas, entre os quais pertencerem a uma estrutura empresarial fragmentada, constituída dominantemente por empresas familiares e apresentarem uma determinada instabilidade no seu funcionamento, visto que ainda são demarcadas por pequenas oscilações ao nível da procura que reflectem enormes repercussões na viabilidade económica e financeira das empresas (sazonalidade). Assim, é urgente ultrapassar estes obstáculos e definir estratégias para atingir novos mercados e produtos, que permitam a estas empresas crescerem.

Com esta investigação, conclui-se que o marketing no sector de turismo de saúde e bem-estar ainda não é suficiente, a ligação ao turismo é também ainda diminuta em Portugal, na medida em que ainda existem empresas centralizadas num público restrito. Foi com base nestas perspectivas que foi possível identificar a principal problemática desta investigação, passa pela inércia e “comodismo” do sector termal e fundamentalmente pela falta de financiamento em algumas estâncias termais, o que limita a evolução do sector, tornando-se urgente definir estratégias e mudar mentalidades.

No entanto, a procura do bem-estar está a crescer cada vez mais em todo o mundo. A saúde assumiu-se como uma inovação e necessidade básica para um segmento vasto em todo o mundo. Neste sentido e reconhecendo que os novos modelos de desenvolvimento termal europeus, assentam numa diversificação e inovação da oferta, através da criação dos denominados produtos específicos, adequados a cada segmento de mercado, então, parece poder apontar-se, no futuro, para um quadro evolutivo, caracterizado por um termalismo voltado para a saúde e não para a doença, por oposição ao que se tem verificado na maioria das estâncias termais europeias e sobretudo, das portuguesas. Contudo, nunca se poderá prescindir da água e dos seus efeitos, considerando-se a água mineral o elemento motor de toda a actividade termal.

O grande objectivo que norteou a realização desta investigação foi, em termos globais, a caracterização actual do sector termal português e perspectivas face ao turismo de saúde e bem-estar, tendo em conta a orientação empreendedora das empresas do sector estudado. Assim, através do recurso à orientação empreendedora e à orientação para o mercado no sector de turismo de saúde e bem-estar foi possível perceber novos segmentos de mercado que estarão receptivos a novas experiências e, sobretudo, às novas técnicas revitalizadoras utilizadas.

Projectar o círculo termal, através de uma cooperação intra-sectorial e intersectorial irá fazer surgir um novo produto de turismo com fortes potencialidades, cujo objectivo é a promoção do bem-estar individual, da saúde, da aptidão física, bem como a harmonia ou o equilíbrio através da prevenção, terapia e reabilitação do corpo e da mente, com e sem recurso à água mineral natural. Nesta perspectiva será integrada a envolvente (hotelaria, restauração, actividades de lazer) como complemento ao bem-estar.

Segundo Ramos (2005a) é preciso olhar as estâncias termais como destinos turísticos credíveis, de valor acrescentado, com futuro e projecção internacional, afirmando-se como um produto de inquestionável importância na oferta turística nacional, uma vez que existe matéria-prima de grande qualidade, património natural e edificado de excelência, uma longa tradição termal e uma procura emergente.

De acordo ainda com Ramos (2005a:309) os desafios estão lançados, se por um lado nos deparamos com a criação de uma nova imagem: “uma imagem que tenha a ver com

vida e não com morte; com saúde e não com doença; com alegria/entusiasmo e não com tristeza e melancolia; com sociabilização e não com solidão; com conhecimento e não com desconhecimento ou desactualização; com o futuro e não com o passado; por outro, encontra-se a recuperação do prestigio turístico de outrora, que permite integrar-se no mundo dos modernos spas, valorizando heranças patrimoniais, ambientais e de recursos naturais, reforçando-se, assim, a sua atractividade e enriquecendo a oferta de produtos de saúde e bem-estar”. Neste sentido temos as ferramentas necessárias para dinamizar e trabalhar este novo produto do sector turístico.

Começam a surgir, em Portugal, no âmbito do circuito termal novos projectos, novos conceitos, novos produtos, como é o caso do Mountain Spa de Unhais da Serra, a Villa Termal de Caldas de Monchique e dos Centros de Talassoterapia, associados aos mais diversos produtos, sejam de bem-estar, sejam do terapêutico. Actualmente já se pode ver nos estabelecimentos termais equipamentos modernos e adaptados a cada situação e os mais diversos produtos, desde a estética, a programas de relaxamento, a consultas de nutrição, até às diversas terapias, que variam consoante as características da água.

Conclui-se que ainda existem empresas neste sector com grandes obstáculos pela frente. No entanto o conceito está a mudar, as empresas estão a adaptar-se às realidades e adoptar um carácter empreendedor. O marketing já não se limita apenas às brochuras com a divulgação dos produtos, entregues nos estabelecimentos e nas feiras, e no futuro, poderá projectar-se este novo produto turístico – o Turismo de Saúde e Bem-estar.

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