• Nenhum resultado encontrado

Os medicamentos derivados do plasma são medicamentos importantes, seguros e eficazes que salvam milhões de vidas em todo o mundo.

Dentro das especialidades farmacêuticas este tipo de medicamentos reveste-se de particularidades relevantes no que diz respeito á forma como são encarados do ponto de vista regulamentar. O facto de serem considerados medicamentos biológicos e da matéria prima de onde são fabricados ser o sangue humano, mais propriamente um dos seus constituintes, o plasma, torna estes medicamentos diferentes de qualquer outro que exista no mercado.

Como vimos, nesta pequena revisão, o seu enquadramento legal reveste-se de bastantes especificidades o que obriga o profissional de assuntos regulamentares a ter uma noção mais abrangente do seu papel quer a nível nacional quer internacional. Ser conhecedor das diferenças para antecipar e escolher a melhor estratégia possível é fundamental para debater lado a lado, a nossa posição nacional dentro de um panorama internacional não só a nível europeu mas também mundial.

A acessibilidade destes medicamentos é um aspecto de grande relevância. Estudos mostram que a matéria prima é escassa e que os países têm que rapidamente desenvolver estratégias consertadas, transparentes e inclusivas de forma a garantir a sustentabilidade num futuro que se prevê difícil. Basta pensarmos na pandemia que agora atravessamos e que nos mostrou a todos que tudo se pode alterar de uma maneira muito rápida e com uma elevado impacto na vida de cada um. A Europa deve definitivamente libertar-se da dependência do plasma recolhido nos estados unidos com uma alteração de mentalidade e abertura que já se vislumbra pelos relatórios e informações que começam a ser alvo de debate nas conferências Europeias sobre esta matéria. A dependência das dádivas benévolas deve ser reanalisada rapidamente sob risco da Europa perder a tão desejada auto-suficiência.

Perante todo este cenário, urge também defender a nossa posição enquanto país na procura da auto-suficiência mas também na garantia da disponibilidade deste tipo de medicamentos aos cidadãos portugueses de uma forma constante e sustentável. A presença nos concursos públicos, na formação do preço e também na discussão e análise, com as autoridades, quer da acessibilidade quer das estratégias de fraccionamento é um papel fundamental para o profissional de assuntos regulamentares alargando de sobremaneira o seu âmbito de intervenção e tornando esta área extremamente desafiadora e fascinante.

Página 70 de 72

14 Bibliografia

1. Groopman, J. The History of Blood. The New Yorker. [Online] 7 de Janeiro de 2019.

[Citação: 14 de Agosto de 2020.] https://www.newyorker.com/magazine/2019/01/14/the- history-of-blood.

2. The Story of a Blood Transfusion to a Pope. Lindebom, G. A. 1954, Journal of the

History of Medicine and Allied Sciences, Vols. Volume IX, Issue 4, pp. 455–459.

3. NBTS. History of blood. National Blood Transfusion Service. [Online] [Citação: 14 de

Agosto de 2020.] https://deputyprimeminister.gov.mt/en/nbts/Pages/About- Blood/History-of-Blood.aspx.

4. WHA 28.72 - Utilization and supply of human blood and blood Products. WHO. 1975.

5. WHA 56.30 - Global health-sector strategy for HIV/AIDS. WHO. 2003.

6. WHA 58.13 - Blood safety: proposal to establish World Blood Donor Day. WHO. 2005.

7. WHA 63.12 - Availability, safety and quality of blood products. WHO. 2010.

8. WHA 67.6 - Hepatitis. WHO. 2014.

9. Global status report on blood safety and availability 2016. WHO. Geneva: World

Health Organization, 2017. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.

10. WHO. Blood safety and availability. World Health Organization. [Online] [Citação: 14

de Agosto de 2020.] https://www.who.int/en/news-room/fact-sheets/detail/blood-safety- and-availability.

11. WHO. Blood Products. World Heatlh Organization. [Online] [Citação: 14 de Agosto

de 2020.] https://www.who.int/health-topics/blood-products#tab=tab_1.

12. Modern plasma fractionation. Burnouf, Thierry. 2007, Transfusion Medecine

Review, Vol. 21(2), pp. 101-17.

13. WHO. Model List of Essential Medicines, 21st List. World Health Organization.

[Online] 2019. [Citação: 14 de Agosto de 2020.] https://www.who.int/ medicines/publications/essentialmedicines/en/.

14. An overview of plasma fractionation. Burnouf, Thierry. 2018, Annals of Blood, Vol.

3:33.

15. Directiva 2001/83/CE de 6 de Novembro de 2001 que estabelece um código

comunitário relativo aos medicamentos para uso humano. CE. s.l. : Comissão Europeia.

16. Directiva 2002/98/CE de 27 de Janeiro de 2003 que estabelece normas de qualidade

e segurança em relação à colheita, análise, processamento, armazenamento e distribuição de sangue humano e de componentes sanguíneos. CE. s.l. : Comissão

Europeia.

17. INFARMED. Autorização de Introdução no Mercado. Infarmed. [Online] [Citação: 7

de Agosto de 2020.] https://www.infarmed.pt/web/infarmed/entidades/medicamentos- uso-humano/autorizacao-de-introducao-no-mercado.

Página 71 de 72 18. CE. European Comission. [Online] [Citação: 1 de Agosto de 2020.]

https://ec.europa.eu/health/sites/health/files/files/eudralex/vol- 2/b/update_200805/ctd_05-2008_en.pdf.

19. CE. Eudralex. Medicinal Products. [Online] [Citação: 7 de Agosto de 2020.]

https://ec.europa.eu/health/documents/eudralex.

20. EMA/CHMP/BWP/706271/2010 Rev. 4 - Guideline on plasma-derived medicinal

Products. EMA. s.l.: Euroepan Medecines Agency.

21. EMA/CHMP/BWP/303353/2010 Rev. 3 - CHMP position statement on Creutzfeldt-

Jakob disease and plasma-derived and urine-derived medicinal products. EMA. s.l. :

European Medecines Agency.

22. INFARMED. Autorização de Utilização de Lote. Infarmed. [Online] [Citação: 7 de

Agosto de 2020.] https://www.infarmed.pt/web/infarmed/entidades/medicamentos-uso- humano/autorizacao-utilizacao-lote.

23. Directiva 2005/61/CE de 30 de Setembro de 2005 que aplica a Directiva 2002/98/CE

no que se refere aos requisitos de rastreabilidade e à notificação de reacções e incidentes adversos graves. CE. s.l.: Comissão Europeia.

24. Directiva 2004/33/CE de 22 de Março de 2004 que dá execução à Directiva

2002/98/CE no que respeita a determinadas exigências técnicas relativas ao sangue e aos componentes sanguíneos. CE. s.l.: Comissão Europeia.

25. EMEA/CHMP/BWP/3794/03 Rev.1 - Guideline on the Scientific data requirements

for plasma master file. EMA. s.l. : European Medecines Agency.

26. Directiva 2003/63/CE de 25 de Junho de 2003 que altera a Directiva 2001/83/CE

que estabelece um código comunitário relativo aos medicamentos para uso humano.

CE. s.l.: Comissão Europeia.

27. CPMP/BPWG/BWP/561/03 - Note for Guidance on the warning on transmissible

agents in the Summary of Product Characteristics (SPCs) and Package Leaflets for plasma-derived medicinal products. CHMP. s.l.: European Medecines Agency.

28. ICH Q5C Quality of Biotechnological Products: Stability Testing of

Biotechnological/Biological Products. ICH. s.l.: International Conference on

Harmonization.

29. CPMP/BWP/4663/03 - Guideline on requirements for Plasma Master File

Certification. CHMP. s.l. : European Medecines Agency.

30. Eudralex Volume 2C on 2nd Step - Guideline on Plasma Master File (PMF) and

Vaccine Antigen Master File (VAMF) “Second Step”. EMA. s.l.: European Medecines

Agency.

31. Regulamento da Comissão (CE) n.º 1234/2008 de 24 de Novembro de 2008 relativo

à análise das alterações dos termos das autorizações de introdução no mercado de medicamentos para uso humano e medicamentos veterinários. CE. s.l.: Comissão

Europeia.

32. 2013/C 223/01 - Orientações sobre os procedimentos previstos no Regulamento

Página 72 de 72 33. Summary of the Conference on the Evaluation of the EU Legislation on Blood,

Documentos relacionados