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Parte II – Metodologia de pesquisa

8. CONCLUSÕES

Esta etapa da pesquisa é destinada a propor algumas das possíveis empregabilidades da energia elétrica provenientes da elaboração de artefatos geradores de energia exemplificando com demonstrações de projetos de outros pesquisadores neste mesmo mote. O propósito não é enaltecer muito menos depreciar os projetos apresentados, mas sim propor a reflexão e inspiração para atuais e futuros profissionais no campo do design para a concepção de novos artefatos sustentáveis e que agreguem benefícios ao meio ambiente.

Nesse primeiro momento, acredita-se que uma das diversas áreas que podem tirar proveito dessa eletricidade gerada através artefatos dispostos ao longo das avenidas seria o setor de iluminação pública, destinada a fornecer uma melhor visibilidade em períodos de ausência de luz para as próprias avenidas em questão.

Segundo Guerrini (2010), A iluminação para meios públicos devem ser previstas de modo a garantirem a segurança tanto do tráfego quanto a do pedestre. Além do fator segurança, Guerrini menciona ainda que para um bom desenvolvimento de projeto voltado para a iluminação pública, deve-se atender também aos fatores de conforto, economia e

73 continuidade, esse último, entende-se a transição brusca de regiões muito iluminadas para regiões escuras.

A iniciativa de alguns projetos nesse sentido, muito embora não tenham sido postas em prática, a ideia surge como auxilio para o desenvolvimento de novos produtos. Nesse aspecto podemos observar o projeto desenvolvido por um grupo de designers da TAK Studio denominado Turbine Light (Figura 34), no qual se trata de uma luminária onde seus desenvolvedores tiveram o propósito de justamente tentar aproveitar o potencial dos ventos gerados pelos veículos em uma rodovia para a produção de energia elétrica voltada para a própria iluminação da rodovia.

Figura 34: Turbine Light – TAK Studio.

Fonte: Inhabitat, 2015.

O desenvolvimento de luminárias com alto desempenho e baixo consumo já podem ser consideradas uma realidade devido a novas tecnologias como o uso dos Diodos Emissores de Luz - LED’s que surgem com a proposta de substituir as tradicionais lâmpadas existentes no mercado, isso devido aos seus aspectos de luminosidade, durabilidade e baixo consumo quando comparados às lâmpadas tradicionais.

A geração de artefatos geradores de energia não limita-se apenas à iluminação, a ideia de elaborar artefatos pode ser abrangida através de projetos como o New Jersey

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Figura 35: New Jersey Barrier.

Fonte: Inhabitat, 2015.

A proposta do projeto de Oberholzer também segue o propósito principal desta pesquisa, onde, seguindo os princípios da energia eólica baseia-se na integração de aerogeradores nas barreiras rodoviárias que dividem o tráfego, nos quais equipados por turbinas de eixos verticais rotativos, que segundo o autor são capazes de gerar energia a partir do vento criado pelos veículos em ambos os sentidos da rodovia.

Projetos como o de Oberholzer caso viessem a ser implementados seriam grandes facilitadores para diversas propostas projetuais nas quais dependessem da energia elétrica, onde, algumas dessas propostas poderiam ser facilmente enquadradas, por exemplo, para meios de sinalização das próprias vias, fornecendo melhor visibilidade e segurança para os condutores em períodos noturnos. Um bom exemplo pode ser observado através do projeto intitulado Illuminated Roads ou “Estradas Iluminadas” (Figura 36) desenvolvido pelo engenheiro elétrico e visionário Scott Brusaw pela Solar Roadways.

Figura 36: Illuminated Roads.

75 A proposta de Brusaw foi a elaboração dos tradicionais “tachões” encontrados ao longo das avenidas, equipados com LED’s, nos quais tendem a melhorar a visibilidade dos motoristas em pontos de pouca luminosidade nas pistas, evitando possíveis acidentes. Segundo o autor, pesquisas realizadas em uma pista na Inglaterra demonstraram que a aplicação dos “pregos solares” em uma determinada estrada, os acidentes em períodos noturnos caíram em cerca de 70% (SOLARROADWAYS, 2015).

Em contrapartida, com o desenvolvimento desta pesquisa também foi possível constatar a possibilidade de geração de energia com a elaboração de artefatos que se agreguem as estruturas dos veículos, onde, foi possível observar que um veículo em uma velocidade média de 40Km/h podem captar ventos com velocidades de até 10m/s o que seria suficiente para impulsionar algumas pequenas turbinas eólicas destinadas ao uso residencial existentes no mercado. Uma proposta nesse sentido pode ser observada através de alguns modelos já existentes, como é o caso do modelo desenvolvido pela Kinesis

Industries intitulado de Kinesis K3 Charger (Figura 37), no qual se trata de um carregador

portátil baseado nos princípios das energias renováveis e da sustentabilidade ambiental.

Figura 36: Kinesis K3 Charger.

Fonte: Próprio autor, 2015

O modelo elaborado pela Kinesis Industries além da energia eólica é equipado também com uma pequena placa fotovoltaica no qual permite a geração de eletricidade também através da energia solar permitindo o carregamento de pequenos gadgets como celulares, mp3 players, notebooks, etc. O seu uso é de forma individual e portátil, podendo ser utilizado em alguns meios de transporte pequenos como motos e bicicletas, porém de maneira adaptativa. O propósito da apresentação do modelo da Kinesis é de vislumbrar a possibilidade da elaboração de artefatos geradores de energia seguindo o mesmo propósito do modelo apresentado, porém de formas a serem incorporados também aos veículos.

76 Ainda com base nas premissas da captação de energia com equipamentos integrados à estrutura dos próprios veículos, porém, desta vez com um ponto de vista visionário, os meios de captação dos ventos nas avenidas podem surgir como meios de geração de energia para os próprios veículos, o que dispensaria o uso de combustíveis fósseis e o lançamento de diversos poluentes na atmosfera. Um bom exemplo disso vem da China, com o desenvolvimento de carros elétricos, pequenos, simples e baratos.

Os chamados “Elétricos de baixa velocidade” (Figura 37) vêm sendo desenvolvidos por centenas de pequenos fabricantes, formando uma revolução no setor e que vem ganhando diversos adeptos, apenas no ano de 2014, cerca de 400 mil veículos dessa categoria foram vendidos no país (OGLOBO, 2015).

Figura 37: Modelo de carro elétrico de baixa velocidade.

Fonte: OGLOBO, 2015

A possibilidade de um veículo gerar sua própria energia atualmente podem ainda serem vistas como distantes, porém com o surgimento de novas tecnologias tenha como tendência a reversão desse quadro.

Por fim, não podemos mencionar que os modelos apresentados como propostas nessa pesquisa venham a surgir como uma solução final para todos os problemas energéticos encontrados no nosso planeta, porém que venham como simples propostas de inspiração para o desenvolvimento de novos projetos, por mais simples que possam parecer, de modo a terem foco na sustentabilidade ambiental e que só tendam a trazer benefícios para o presente e futuro do nosso planeta.

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