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7. Conclusões

Neste capítulo apresentamos as principais conclusões do estudo, de acordo com os objectivos e hipóteses formulados:

Reportando-nos ao objectivo geral do nosso trabalho constatamos que na mudança de direcção o escalão de iniciadas contacta o solo com ângulo de flexão do joelho significativamente superior ao escalão de juvenis. O ângulo mínimo observado neste escalão é significativamente inferior comparativamente aos outros escalões competitivos.

No entanto, este escalão executa a mudança de direcção com uma velocidade angular, no contacto inicial com a plataforma, significativamente inferior aos restantes escalões. De salientar que os escalões mais velhos possuem uma velocidade de contacto com a plataforma e uma velocidade correspondente ao ângulo mínimo significativamente superiores aos restantes escalões competitivos, o que predispõe estes dois escalões a um maior risco de lesão.

Quanto à duração do movimento constatamos que o escalão de juniores é o escalão que executa a mudança de direcção de forma mais explosiva.

Durante a Fase I do movimento analisado as iniciadas estão sujeitas a maiores valores médios de força na componente ântero-posterior e vertical, no entanto solicitam também de forma mais pronunciada os extensores da perna, comparativamente aos escalões de juvenis e de juniores.

Na Fase II o escalão de juniores sobressai pelos valores médios significativamente mais elevados na componente médio-lateral e vertical, enquanto que o escalão de iniciadas os apresenta, na componente ântero- posterior.

Quanto à activação muscular constatamos que, novamente, o escalão de iniciadas solicita os extensores e flexores de forma superior, o que possivelmente ajudarão a suportar as forças a que este escalão está sujeito e assim diminuir assim o seu risco de lesão, o que não acontece com o escalão de juniores.

Assim, parece-nos que de uma forma geral o escalão de iniciadas realiza o movimento de mudança de direcção de forma significativamente diferente dos restantes escalões. No entanto estas diferenças não significam linearmente um maior risco de lesão no LCA, na medida em que nesta idade o LCA é mais resistente.

O escalão de juniores, principalmente na segunda fase do movimento, evidencia parâmetros biomecânicos significativamente diferentes aos restantes escalões competitivos, colocando-o sob um maior risco de lesão.

No que concerne às hipóteses formuladas temos:

Relativamente ao ângulo coxa-perna, no momento de contacto com o solo, no movimento de mudança de direcção, concluímos que o escalão de iniciadas revela um valor médio superior, comparativamente ao escalão de juvenis, o que confirma a primeira hipótese do nosso estudo.

Quanto ao mínimo ângulo coxa-perna existente durante o movimento de mudança de direcção, concluímos que o escalão de seniores possui um valor médio significativamente menor, quando comparado com os restantes grupos, confirmando-se a segunda hipótese formulada.

Existem diferenças na velocidade angular produzida na articulação do joelho, no momento de impacto com o solo, quando ocorre uma mudança de direcção, pois o escalão de iniciadas apresenta um valor médio significativamente inferior relativamente aos demais escalões competitivos, o que confirma a hipótese 3.

No que concerne à velocidade angular produzida na articulação do joelho, no momento correspondente ao ângulo mínimo de flexão, do movimento de mudança de direcção, verificamos que os dois escalões mais novos possuem uma velocidade angular significativamente inferior relativamente aos

dois escalões mais velhos, confirmando-se assim a quarta hipótese por nós formulada.

Na aceleração angular produzida na articulação do joelho, entre o momento inicial de contacto com o solo e o momento correspondente ao ângulo mínimo de flexão da articulação, no movimento de mudança de direcção, apuramos a existência de valores médios significativamente inferiores nos escalões de iniciadas e de juvenis, comparativamente aos escalões de juniores e de seniores, o que confirma a hipótese 5.

O escalão de juniores possui, durante a mudança de direcção, um contacto com o solo significativamente mais longo do que os restantes escalões estudados, confirmando a sexta hipótese enunciada.

Apesar de existirem diferenças na duração das diferentes fases que constituem o movimento de mudança de direcção, não observamos diferenças das diferentes fases entre os escalões investigados. Logo a sétima hipótese foi rejeitada.

Relativamente às componentes da FRS, na primeira fase da mudança de direcção observamos resultados divergentes nas direcções estudadas. Na componente médio lateral não se registaram diferenças significativas entre os escalões competitivos. Já na componente ântero-posterior as iniciadas registaram valores médios de força, significativamente mais elevado, comparativamente aos restantes escalões investigados. Quanto à componente vertical o nosso estudo evidenciou um valor médio significativamente superior no escalão de iniciadas, comparativamente aos outros três escalões em estudo. Pelo exposto, a oitava hipótese não foi confirmada.

Na segunda fase da mudança de direcção verificou-se que, na componente médio lateral, o escalão de juniores demonstrou valores médios de força mais elevados, relativamente aos restantes escalões em causa. Já na

componente ântero posterior foi o escalão mais jovem que revelou valores médios de força significativamente superiores. A análise da componente vertical permitiu constatar que o escalão de juniores está sujeito a valores médios de força significativamente superiores relativamente aos escalões de iniciadas e seniores. Na variável FVmed o escalão de seniores está também sujeito a maiores valores médios de força, nesta direcção, quando comparardos com o escalão de iniciadas. Logo, a hipótese nove foi confirmada.

Na última fase que compõe a mudança de direcção, constatámos a existência de diferenças em todas as componentes, médio lateral, ântero posterior e vertical da FRS. Apesar do comportamento destas variáveis em função aos grupos ser diferentes, a décima hipótese foi confirmada.

Relativamente ao impulso total na componente médio lateral verificamos que este é significativamente superior no escalão de juniores quando comparados com os restantes escalões competitivos, mas no impulso ântero posterior é o escalão de iniciadas que evidencia valor médio mais elevado. Não existem diferenças no impulso vertical. No que concerne aos impulsos parciais, na direcção médio lateral, apenas na terceira fase o escalão de juniores apresenta a maior quantidade de movimento, relativamente aos outros escalões competitivos. Na direcção ântero posterior, apenas na Fase III, as juniores demonstram possuir um Impulso significativamente superior às restantes andebolistas. Por último, na direcção vertical, na Fase I, as iniciadas registaram um valor médio de Impulso significativamente mais elevado do que os dois escalões mais velhos. Face ao exposto, a décima primeira hipótese foi rejeitada.

A hipótese 12 foi confirmada, pois o nosso estudo evidenciou diferenças no nível de activação muscular dos músculos extensores da perna, durante as diferentes fases do movimento de mudança de direcção, nos diversos escalões competitivos, designadamente entre o escalão de iniciadas e os restantes escalões competitivos.

Existem diferenças no nível de activação muscular dos músculos flexores da perna, na segunda fase da mudança de direcção, entre o escalão de iniciadas e os escalões de juvenis e juniores e na terceira fase o escalão de juniores possui um valor médio mais elevado na activação muscular dos flexores. No entanto, não verificamos diferenças significativas entre os escalões estudados, na primeira fase do movimento, o que nos permite rejeitar a décima terceira hipótese formulada.

A análise qualitativa dos resultados obtidos permite confirmar a hipótese 14, dado que existem diferenças no comportamento da activação muscular dos músculos flexores e extensores da perna, na transição entre as fases que constituem o movimento de mudança de direcção, nos diversos escalões competitivos. Dado que observamos um padrão diferente entre os vários grupos musculares estudados.

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