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O presente trabalho buscou identificar por meio de uma pesquisa documental o impacto das atividades de controle sobre a gestão do Departamento de Polícia Federal. As atividades de controle analisadas foram os controles internos exercidos pelo próprio órgão, o Controle Interno exercido pela Controladoria Geral da União e o Controle Externo exercido pelo Tribunal de Contas da União.

A seção de avaliação dos controles internos e seu formulário de avaliação constante nos Relatórios de Gestão da unidade central e das 27 unidades descentralizadas do DPF referentes aos exercícios de 2010, 2011 e 2012 foram utilizados para a análise dos controles internos.

As respostas ao formulário indicam que os controles internos foram bem avaliados, apresentando, como valor de tendência central, a mediana de 4, em uma escala de 1 a 5, para os três anos estudados. Apesar de a mediana ter sido constante, testes demonstraram que é estatisticamente relevante o crescimento nos valores da avaliação dos controles internos, ou seja, os controles internos do Departamento de Polícia Federal vêm sendo mais bem avaliados ano após ano. Dentre os cinco aspectos do sistema de controle interno, o ambiente de controle foi o mais bem avaliado. Importante destacar que os dois aspectos pior avaliados, Procedimento de Controle e Monitoramento, foram os que apresentaram a maior evolução nos escores de avaliação.

O índice de percepção compartilhada calculado aponta que as unidades do DPF apresentam pouca concordância quanto às suas percepções acerca dos Controles Internos. Monitoramento foi o único aspecto a encerrar 2012 apresentando uma concordância entre as unidades avaliadoras.

A análise textual das considerações presentes na seção de avaliação dos Controles Internos dos Relatórios de Gestão demonstra que o conceito de controles internos vem se aprimorando no âmbito do DPF e que essa atividade vem se tornando mais relevante, culminando com a criação de Unidades de Controle Interno em unidades descentralizadas do DPF. Dados dos relatórios de Auditoria Anual da CGU corroboram a evolução dos controles internos no DPF.

Assim, quanto aos controles internos, conclui-se que eles estão ascendentes e convergentes com seus objetivos, impactando e contribuindo com a gestão.

Acerca do Controle Interno exercido pela CGU, foi possível perceber seu impacto na gestão do DPF. As recomendações da CGU têm sido atendidas e nenhum passivo tem-se acumulado. O perfil das recomendações não demonstrou mudança entre os exercícios, entretanto o quantitativo reduziu. As recomendações têm abordado constatações recentes, o que permite ao gestor atuar de forma célere e reduzir a reincidência.

Dessa forma, conclui-se que o Controle Interno da CGU tem impactado e contribuído com a gestão.

Quanto ao Controle Externo exercido pelo TCU, os dados não evidenciam impacto direto significativo sobre a gestão do DPF. Há grande reincidência de aposentadorias ilegais, a distribuição das classes de acórdãos apresenta pouca oscilação, e o número de achados de auditoria é crescente, principalmente se desconsiderada a classe das Deliberações Processuais.

O intervalo entre a execução do ato administrativo e sua apreciação pelo TCU é também longo. Como evidência, cita-se a média anual, que é de 3 anos para esse intervalo, e o último relatório de gestão do DPF julgado pelo TCU, que é do exercício de 2005 e foi apreciado em 2012. Um lapso temporal tão dilatado reduz significativamente o potencial dos achados de auditoria impactarem na gestão.

A partir dos dados levantados na pesquisa, é possível concluir que a concepção positiva do controle é presente nos controles a que o DPF está submetido. Os Controles Internos e o Controle Interno exercido pela CGU têm impactado e contribuído com a gestão do órgão. O controle externo apresenta menor impacto direto sobre a gestão, em especial devido ao lapso temporal da apreciação dos atos de gestão e ao pequeno número de contas apreciadas.

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