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A persistência de desempenho dos fundos de investimento interessa tanto a académicos como a investidores. Se por um lado os académicos desenvolvem modelos com o objetivo de serem mais precisos na avaliação do desempenho e da sua persistência, são os investidores que utilizam estas informações no momento de investir. Saber se o desempenho passado de um fundo está relacionado com o desempenho futuro é um aspeto a ter em conta, e caso estejam relacionados é necessário saber qual o desempenho passado (curto, médio ou longo prazo) que está relacionado com o desempenho futuro.

Da análise global do desempenho conclui-se que, com significância a um nível de 5%, 5 em 57 alfas com significância estatística são positivos, dos quais 4 são referentes a França e 1 à Alemanha. Os alfas estatisticamente negativos estão distribuídos em 26, 18 e 13 para França, Alemanha e Espanha respetivamente. Estes resultados vão de encontro aos encontrados por estudos anteriores, que defendem que os gestores apresentam resultados neutros ou têm desempenho inferior ao mercado, em muitos casos pelo valor das taxas que cobram. Os R2

ajustados também se apresentam com valores maioritariamente acima dos 80%, o que revela que o modelo usado consegue explicar grande parte da rendibilidade em excesso dos fundos.

Na análise da persistência de desempenho dos fundos de investimento em ações no contexto europeu conclui-se que em períodos de cinco anos não se verifica persistência em nenhum dos países.

Com base em períodos de três anos os resultados apontam para um fenómeno de desaparecimento gradual da persistência de desempenho nos fundos franceses. Se até sensivelmente 2008 se verifica persistência, os valores dos anos seguintes dissipam essa evidência. Com base em períodos de dois anos existe evidência de persistência apenas no primeiro período da análise. Para períodos de um ano, usando o procedimento de Keswani, Ferreira, Miguel e Ramos (2010), os resultados não revelam evidência de persistência para nenhum dos períodos.

Assim, no caso dos fundos Franceses apenas se observa persistência de desempenho nos primeiros períodos analisados já que todas as análises feitas nos períodos subsequentes até 2011 não revelaram qualquer evidência.

Os fundos alemães não apresentam persistência de desempenho em períodos de três anos consecutivos. Analisando períodos de dois anos, apesar de na maioria dos períodos não se ter

10%) na análise do primeiro período e no último período (nível de significância de 5%). A análise anual está em linha com a análise dos períodos de dois anos já que evidencia persistência no primeiro e no último período e não revela evidência em nenhum outro.

Para a Espanha verifica-se consistência nos resultados ao não se encontrar evidência de persistência de desempenho até metade do período em análise. Na última metade verifica-se alguma evidência de persistência estatisticamente significativa a 10% com base em períodos de três anos. A análise com base em períodos de dois anos mostra persistência nos fundos para Espanha nos períodos 2006/2007 - 2008/2009, com um nível de significância de 1%, contudo no período seguinte a evidência desaparece. Na análise de períodos anuais não verifica existência de persistência para todos os períodos analisados. Isolando o período na análise de dois anos onde se verificou evidência forte de persistência de desempenho, existe uma harmonia nas análises feitas em não revelar evidência de persistência de desempenho.

Assim, apesar de em alguns períodos das diferentes análises se verificar evidência de persistência, no global não se verifica evidência de persistência de desempenho em nenhum dos países.

Alterando os critérios de classificação dos fundos, isto é, os fundos são definidos como Winner ou Loser dependendo se o alfa é superior ou inferior a zero conclui-se que no global não existe persistência de desempenho. Contudo, nos períodos em que se verifica alguma evidência, esta centra-se nos fundos que apresentam desempenho inferior, já que o número de fundos que se apresentam como vencedores é bastante reduzido face aos perdedores.

Nos resultados da persistência com recurso ao índice de Sharpe (1966) para avaliar o desempenho verifica-se que em nenhum momento, na análise para períodos de cinco anos, três anos e dois anos, se verifica evidência estatística de persistência de desempenho.

Na análise de períodos anuais, os fundos espanhóis não evidenciam persistência em nenhum período. Para fundos franceses e alemães, a espaços, a evidência de persistência verifica-se. Ainda assim, no global, não se verifica persistência de desempenho de curto prazo já que a maioria dos períodos não revela evidência de persistência.

Este resultado deixa a ideia que em análises de mais curto prazo é possível verificar-se evidência estatística de persistência.

Como limitações deste estudo é de referir o facto da amostra sofrer de survivorship bias; nos primeiros anos de análise para Espanha o número de fundos é reduzido; e atendendo a que os

fatores disponíveis para a europa são mensais, todo o estudo foi efetuado com recurso a dados mensais.

Para estudos posteriores recomenda-se o recurso ao uso de dados diários já que a persistência de curto prazo continua a ser o ponto onde existem maiores dúvidas acerca da sua existência. Seria interessante dissipar o problema de survivorship bias e partir para análise de desempenho com base em modelos condicionais.

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