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O Centro Histórico de Porto e Gaia, junto às margens do Rio Douro, possuem espaços públicos favoráveis à concentração de vivência urbana, prevalecendo um contínuo urbano entre as duas cidades, que se deseja equilibrado, de modo a preservar a identidade e a memória colectiva.

O tema de fundo do trabalho, o espaço público nas frentes de água, foi aqui relacionado com as formas de utilização e vivência das margens urbanas do rio Douro do Porto e de Vila Nova de Gaia, as quais, constituem uma unidade ligada pelo rio.

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), nomeadamente os Sistemas de Informação Geográfica (SIG), constituem actualmente, uma oportunidade para o

ordenamento e gestão dos espaços públicos desta área de estudo, designadamente no

que se refere à capacidade desta ferramenta em sistematizar os padrões de vida urbana, com o objectivo de criar valor para cidadania urbana.

É tarefa morosa, onerosa e complexa, a recolha e tratamento dos dados para construção de um modelo de análise espacial georreferenciada, uma vez que o comportamento

humano no espaço público é extremamente variável e imprevisível. Por isso, como não

cabia no propósito temporal definido, este estudo constitui a base da proposta de futura

investigação na área, com aplicação neste território.

Para o efeito, expôs-se um plano de desenvolvimento de um SIG que poderá avaliar o modo como as pessoas interagem com o espaço urbano e obter resultados concretos que dêem a conhecer como estes espaços são apropriados pelas pessoas, através do seu uso.

Com a análise das variáveis sintácticas, poderá confirmar-se a existência de espaços públicos com menor vivência, onde a vida urbana é escassa ou ocorre esporadicamente correspondendo a espaços de menor acessibilidade, menos integrados, e a existência de espaços com boa acessibilidade, onde a vida urbana é mais intensa e diversificada, assumindo-se como espaços de passagem e de permanência.

Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território 99 Embora a área estudada possua uma grade diversidade de actividades económicas,

apenas algumas (serviços, comércio/restauração e equipamentos) revelaram a existência de relações de mais forte dependência com as pessoas presentes no espaço público. A qualidade do desenho urbano (largura dos passeios, área de espaço público pedonal), a presença de mobiliário urbano na maioria dos espaços públicos (bancos, balizadores, etc.), a qualidade ambiental do espaço (áreas de sombra, elementos de água), foram factores que permitiram atestar a agradabilidade do espaço e a dinâmica das relações entre o espaço e as pessoas, tendo-se verificado que o primeiro estimulou as segundas a permanecerem durante mais algum tempo.

Planear e ordenar os espaços públicos em contexto de frente de água é por certo uma tarefa complexa que deve ter em conta variados factores que interferem no equilíbrio urbano (dinâmico e sempre instável), mas também todo o enquadramento paisagístico da área a intervir, já que os espaços públicos e as formas de vida urbana nestes espaços condicionam positiva ou negativamente todo o contexto envolvente.

O estudo apresenta uma metodologia que identifica os problemas e oportunidades, define uma estratégia, preconiza ações e faseamento de execução, tendo em vista alcançar determinados resultados.

Neste contexto, importa ter em atenção as constantes alterações sociais e culturais que ocorrem no território condicionam por vezes todas as estratégias de desenvolvimento planeadas. Por isso, é necessário recorrer a todas as ferramentas de análise e monitorização disponíveis, de modo a que o equilíbrio desejável entre a valorização estética destes novos espaços não se revele na perda de uma identidade complementar e comum às duas cidades.

O conhecimento científico, proporcionado pela padronização da vida urbana nos espaços públicos, conferirá aos decisores, com poderes de gestão e ordenamento do

território, a capacidade de influenciar o comportamento das variáveis que afectem

Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território 101

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Decreto-Lei n.º 316/2007, de 16 de Setembro Lei n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro

ANEXOS

Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território 109 Mapa de enquadramento da área de estudo

Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território 111 Ortofotomapa de enquadramento

Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território 113 Mapa do centro histórico do Porto e Vila Nova Gaia

Mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Ordenamento do Território 115 Ficha Tipo de recolha de dados

LEVANTAMENTO / OBSERVAÇÃO FICHA

N.º

1. LOCALIZAÇÃO HORA DIA Rua Praça 2. FUNÇÕES Restauração Jogos Passeios Jardim 3. ESPAÇO PÚBLICO Área espaço público Largura passeios 4. MOBILIÁRIO URBANO Esplanadas Abrigos Bancos Arvores 5. PADRÕES DE COMPORTAMENTO Sentar Correr Passear Conversar 6. NOTAS