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O objetivo deste estudo é analisar a utilização de ferramentas informáticas por parte do auditor interno nas empresas portuguesas. Dar a conhecer quais as ferramentas informáticas mais utilizadas, as motivações para a adoção, ou para a não adoção, das mesmas.

Considerando a variada oferta de ferramentas informáticas de suporte à auditoria é importante saber se estas estão a ser de facto utilizadas, pois, além de facilitarem o trabalho do auditor interno, têm imensas funcionalidades recomendadas pelos diversos organismos nacionais e internacionais que regulam a profissão.

Esta investigação foi desenvolvida para esclarecer a perceção que os auditores internos têm relativamente à utilização de softwares específicos que apoiam a auditoria.

Os principais resultados desta investigação revelam que, apesar da imensa oferta de programas informatizados para a auditoria, os auditores internos utilizam, sobretudo, ferramentas informáticas genéricas, como o Microsoft Excel, nos seus trabalhos.

Apesar disto, o nível de utilização, em Portugal, de ferramentas informáticas específicas de suporte à auditoria é considerável. Sendo que, mais de metade da amostra utiliza uma ferramenta de específica, além do Microsoft Excel.

Outro principal resultado, é que o custo dessas ferramentas é o principal motivo para a não utilização das mesmas. O que vai de encontro às conclusões dos trabalhos realizados pela AuditNet, presente no subcapítulo com a apresentação de trabalho relacionado.

A utilização de ferramentas tecnológicas, por parte dos auditores internos nas empresas portuguesas, está relacionada com a sua experiência em auditoria. Isto é, quanto mais anos os auditores internos trabalham em auditoria, mais estão inclinados a utilizar estas ferramentas. Está também relacionada com a dimensão do departamento de auditoria onde trabalham, o que significa que quanto maior o departamento de auditoria, mais os auditores internos utilizam softwares específicos de suporte à auditoria. E, a utilização das ferramentas supramencionadas também se encontra relacionada com a existência de um CIA na empresa onde os auditores internos trabalham, ou seja, a existência de um Auditor Interno Certificado no local de trabalho aumenta a utilização das ferramentas informáticas de apoio à auditoria.

Em relação às ferramentas informatizadas em si, conclui-se que, para além dos auditores internos portugueses utilizarem o Microsoft Excel para os seus trabalhos, um número considerável de auditores utiliza softwares que a própria empresa desenvolve. Isto indica que as empresas preferem

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o custo de desenvolver algo especificamente desenhado para as suas necessidades do que investir numa ferramenta com imensas e variadas funcionalidades, eventualmente desajustadas ao seus objetivos e/ou estratégias.

Grande parte das diferentes tipologias de aplicações de suporte à auditoria são conhecidas pelos auditores internos portugueses, apenas as aplicações de Data Mininq são pouco conhecidas e, consequentemente, muito pouco utilizadas.

Conclui-se também que, apesar do uso reduzido de ferramentas informáticas especialmente designadas para a auditoria, os auditores internos das empresas portuguesas, sentem-se motivados para utilizar este tipo de ferramentas pelos benefícios associados à utilização das mesmas e também pelos seus superiores.

O resultado relacionado com o custo do software como motivo de não utilizar estas ferramentas vai ao encontro do resultado obtido na investigação da AuditNet realizada em 2009 e investigação da AuditNet realizada em 2012, que se encontram expostos no subcapítulo trabalho relacionado. Já o resultado obtido acerca de qual o a ferramenta informática mais utilizada o resultado não é o mesmo que os obtidos nestas investigações. Isto é, o software mais utilizado em ambas investigações é o ACL, já neste trabalho é o Microsoft Excel.

A principal limitação deste trabalho, por ser uma investigação específica sobre ferramentas informáticas e a auditoria interna, foi encontrar bibliografia em português, e consequentemente, dados que permitissem uma comparação mais adequada sobre os auditores internos portugueses e as TI na auditoria interna. No entanto, isto reforça a pertinência deste tipo de estudo.

Neste sentido, futuras investigações dentro deste tema em específico poderão analisar a evolução da utilização destas ferramentas. Poderão desenvolver análises comparativas das conclusões obtidas em Portugal com conclusões obtidas em outros países e determinar as principais diferenças e semelhanças. Outra pesquisa futura dentro deste tema poderá perceber se um maior nível de utilização de novas ferramentas informáticas transforma o trabalho do auditor em algo mais eficiente e eficaz e consequentemente, determinar se a auditoria interna tenha evoluído com a introdução das TI.

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