• Nenhum resultado encontrado

Diante dos resultados e das discussões expostas ao longo deste estudo, pode-se perceber que o objetivo de definir formatos de códigos identificadores de parcelas urbanas capazes de concordar com os critérios de singularidade, permanência, simplicidade, facilidade de manutenção, flexibilidade, referência para a localização e referência histórica foi alcançado.

Foi constatado que o código empregado para identificar as parcelas territoriais urbanas no Brasil, proposto no Projeto CIATA, e o código confeccionado pelo método da Geolocalização Absoluta são precários quanto a sua singularidade e falho em relação aos demais critérios.

Um dos principais problemas de ambos os formatos é a desconsideração de um elemento temporal no código. A omissão do elemento temporal ignora completamente a dinâmica territorial ao longo do tempo. Outro problema dos dois formatos é que os identificadores não incluem um elemento capaz de singularizar os códigos em âmbito nacional. Por estas razões, o código utilizado no Brasil e o código criado pela Geolocalização Absoluta não são apropriados para identificarem as parcelas urbanas do Cadastro Territorial.

Visando tornar mais eficientes os códigos diante da dinâmica territorial da jurisdição, foi proposto um sétimo critério a ser cumprido: a referência histórica. Assim, os formatos dos códigos propostos, estruturado na divisão administrativa da jurisdição e baseado nas coordenadas do ponto médio da testada, empregados para identificarem as parcelas territoriais urbanas atendem os sete critérios necessários, como a singularidade, a permanência, a simplicidade, a facilidade de manutenção, a flexibilidade, a referência para a localização e a referência histórica.

Nos formatos de códigos propostos, o elemento temporal, representado pela data de criação da parcela, é o responsável por singulariza o código ao longo do tempo. A data de criação especifica as épocas de atualizações dos identificadores. Independente do formato de código empregado na jurisdição para identificar as parcelas, a data de criação da parcela consegue referenciar os momentos das atualizações promovidas pela dinâmica territorial. Significa que o elemento temporal singulariza o código em âmbito municipal ao longo do tempo.

O formato de código fundamentado na divisão administrativa é composto por unidades da divisão administrativa da jurisdição, elemento temporal e número que identifica a parcela na quadra. Singularizar a nível nacional a divisão administrativa é suficiente para haver integração em âmbito nacional dos bancos de dados cadastrais.

Associado com a data de criação da parcela, o número que identifica a parcela na quadra permite referenciar a sua correta localização.

Já o formato de código estruturado nas coordenadas do ponto médio da testada é composto por elemento temporal e coordenadas do ponto médio da testada, que podem estar referenciadas no sistema geodésico ou no sistema de projeção UTM. A incorporação no código dos atributos que indicam os hemisférios ou do fuso UTM garantem a singularidade do código em bancos de dados cadastrais de âmbito nacional.

Diante disso, os dois formatos de códigos propostos por este estudo são adequados para identificarem as parcelas urbanas diante da dinâmica territorial ao longo do tempo e da integração dos bancos de dados cadastrais a nível nacional, pois atendem os critérios necessários.

O cumprimento dos sete critérios para os códigos propostos garante que as informações cadastrais sejam gerenciadas, organizadas, atualizadas e compartilhadas com os usuários do sistema cadastral. Garante ainda a interoperabilidade das informações cadastrais não somente com os demais setores da prefeitura, mas também com os órgãos e entidades públicos ou privados que alimentam o banco de dados cadastral. A construção de um identificador de parcela territorial urbana que atende os critérios necessários é, portanto, indispensáveis para a idealização do Cadastro Territorial Multifinalitário.

Para trabalhos futuros, propõem-se formatos de códigos identificadores que individualizam as unidades situadas no interior da parcela, como apartamentos, condomínio de lotes, direito de laje. Além disso, propõem-se a criação de um código para identificar as parcelas localizadas no meio rural, visando o atendimento dos critérios necessários.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGUILA, M.; ERBA, D. Geotecnologias Aplicadas ao Cadastro e a Identificação

Parcelaria. Material de Estudo do Curso de Aplicações do Cadastro Multifinalitário na

Definição de Políticas de Solo Urbano, Lincoln Institute of Land Policy, Cambridge-MA, Estados Unidos, 2006.

BRASIL. Lei nº 6766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Providências. Lei no 6.766. Brasília, DF, 1979a.

BRASIL. Ministério da Fazenda. Secretaria de Economia e Finanças. Projeto CIATA -

Manual do Cadastro Imobiliário: Parte I - Execução do Cadastro. Brasília: Ministério

da Fazenda, 1979b. 191 p.

BRASIL. Lei Complementar nº 101, de 04 de maio de 2000. Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências. Lei Complementar Nº 101. Brasília, DF, 2000.

BRASIL. Portaria nº 511, de 7 de dezembro de 2009. Diretrizes para a criação, instituição e atualização do Cadastro Territorial Multifinalitário (CTM) nos municípios brasileiros.

Portaria N° 511, Brasília, DF, 2009.

BRASIL. Projeto de Lei n° 3876, de 2015 . Brasil, 2015. Disponível em: <https://goo.gl/QMKYDj>. Acesso em: 06 de maio de 2018.

BRASIL. Decreto Nº 8.764, de 10 de maio de 2016. Institui o Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais e regulamenta o disposto no art. 41 da Lei Nº 11.977, de 7 de julho de 2009. Decreto Nº 8.764, SINTER. Brasília, DF, 2016.

CASTRO, Emilio Mata de; ÁNGELES, María de Los; CARO, Hernández. Referencia catastral y sistemas de referencia. Congresso Internacional Sobre Catrastro Unificado

Multipropósito, Jaén, v. 1, n. 1, p.1-8, maio 2010.

ECE, Economic Commission for Europe. Guidelines On Real Property Units And

Identifiers. Genebra, Suíça, 2004.

ERBA, Diego Alfonso. Catastro multifinalitário: aplicado a la definición de políticas

de suelo urbano. Cambridge, Ma: Lincoln Institute Of Land Policy, 2007. 448 p. (ISBN

97-85).

ERBA, Diego Alfonso. El catastro territorial em América Latina y el Caribe. Cambridge, Ma: Lincoln Institute Of Land Policy, 2008. 428 p. (ISBN: 978-85-906701- 3-1).

EUA. Utah State Tax Commission. Mapping and Parcel Identification Standards of

Practice. Utah, 2010. 19 p. Disponível em:

<http://propertytax.utah.gov/library/pdf/standards/standard08.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2016.

IAAO, International Association of Assessing Officers. Standard on Digital Cadastral

Maps and Parcel Identifiers. 2. ed. Kansas City, Missouri, United States: International

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Diretoria de Geociências - DGC.

Malha Territorial Censo 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2010. 44 slides, color.

IRIB, Instituto de Registro Imobiliário do Brasil. Registro eletrônico de imóveis e o

Sistema Nacional de Gestão de Informações Territoriais - SINTER. Salvador. Bahia:

Associação dos Notários e Registradores do Estado da Bahia, 2016. 15 slides, color. Disponível em: <http://irib.org.br/files/palestra/xliii-tema-04.pdf>. Acesso em: 04 jul. 2018.

KAUFMANN, Jürg; STEUDLER, Daniel. Cadastro 2014: UNA VISION PARA UN

SISTEMA CATASTRAL FUTURO. Austria: International Federation Surveyors,

1998. 37 p. 37 f.

KAUFMANN, Jürg. Cadastre 2014: a vision for Future Cadastral Systems. 2001. LOCH, Carlos; ERBA, Diego Alfonso. Cadastro técnico multifinalitário: rural e

urbano. Cambridge, Ma: Lincoln Institute Of Land Policy, 2007. 142 p. (ISBN: 85-

906701-2-0).

MEYER, Nancy Von et al. Parcel Identifiers for Cadastral Core Data: Concepts and

Issues. FGDC Cadastral Subcommittee, 2002. 14 p.

OLIVEIRA, Francisco Henrique de. Capítulo 5: Da Multifinalidade do Cadastro. In: CUNHA, Eglaísa Micheline Pontes; ERBA, Diego Alfonso (Org.). Manual de Apoio:

Diretrizes para a Criação, Instituição e Atualização do Cadastro Territorial Multifinalitário nos Municípios Brasileiros. Brasília, DF: Ministério das Cidades,

2010. (ISBN: 978-85-7958-018-5).

PHILIPS, Jürgen. O cadastro napoleônico. 2003. Disponível em: <https://goo.gl/cffzmk>. Acesso em: 22 maio 2018.

PHILIPS, Jürgen. Capítulo 1: DAS DISPOSIÇÕES GERAIS. In: CUNHA, Eglaísa Micheline Pontes; ERBA, Diego Alfonso (Org.). Manual de Apoio: Diretrizes para a

Criação, Instituição e Atualização do Cadastro Territorial Multifinalitário nos Municípios Brasileiros. Brasília, DF: Ministério das Cidades, 2010. p. 16, 22. (ISBN:

978-85-7958-018-5).

PIMENTEL, Junívio da Silva; PEREIRA, Caroline Martins; CARNEIRO, Andrea Flávia Tenório. ANÁLISE DE IDENTIFICADORES DE PARCELAS DO CADASTRO TERRITORIAL.III Simpósio Brasileiro de Ciências Geodésicas e Tecnologias da

Geoinformação, Recife, Pernambuco, v. 3, n. 1, p.1-5, 27 jul. 2010.

RAMBO, Jacir Antonio; RAMBO, Luiz Inácio; AVER, Nicolas Pancera. Aspectos

Jurídicos do Cadastro Territorial: Curso de Capacitação para Implantação de Cadastro Territorial Multifinalitário nos Municípios do Sudoeste do Paraná. Pato

Branco, Paraná: Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2015. 54 p.

SALZMANN, M.; ERNST, J. The cadastral parcel rejuvenated: evolving from

property unit to core element in spatial data infrastructures. FIG Working Week

Documentos relacionados