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7.1 A UTILIZAÇÃO DA SE PARA PREVISÃO DO CARREGAMENTO VIÁRIO A afirmação de HILIER et al (1993) de que a configuração da malha viária influencia nos movimentos é coerente mas por si só não os explica pois não reconhece as áreas que demandam e ofertam viagens e por conseqüência, os desejos de viagens dos usuários.Afirmar que configuração da malha influencia na localização dos

“atratores”também não deixa de ser uma verdade, mas não é o único fator que

influencia na localização dos diversos tipos de usos do solo.

Para que a morfologia urbana fosse suficiente para modelar o carregamento viário em qualquer tipo de malha viária seria necessário que:

a) Todos os usuários tivessem perfeito conhecimento da malha;

b) Todos optassem por rotas com menor distância angular possível;

d) Todos os links demandassem e ofertassem o mesmo número de viagens para todos os demais links;

e) Todos os usuários da malha agissem de forma cooperativa.

Atendendo as premissas citadas, a alocação de tráfego através da SE, poderia sim ser comparada a alocação tradicional do tipo wardrop conforme identificado por CYBIS et al (1996) e a variável sintática que talvez melhor representa-se os movimentos seria Angular Choice.

Conforme identificado pelas pesquisas da SE, a malha viária influencia até nos movimentos de quem não a conhece. Cabe destacar que, quanto mais os usuários têm conhecimento da malha viária, mais a morfologia influenciará os movimentos havendo maior correlação entre valores sintáticos e volumes de usuários, é por isso que a SE é mais adequada para áreas pequenas onde:

a)É mais fácil a compreensão da malha e a identificação de todas as possíveis rotas e;

b)O uso do solo é mais coerente com a hierarquia morfológica da malha.

A SE também é mais adequada para prever os movimentos dos pedestres do que os movimentos dos veículos, pois, no modo a pé, anda-se distâncias bem mais curtas que os veículos identificando de forma mais fácil as menores rotas angulares sem precisar se limitar a restrições de sentido de fluxo da via, velocidade média, etc.

É possível que através da proposta de CAVALCANTE et al (2007),ao se agregar propriedades de uso do solo aos links na modelagem proposta, se consigam resultados melhores, o problema é que não haveriam ganhos práticos pois, coletá-los seria tão ou mais oneroso quanto realizar uma pesquisa Origem/Destino.

Recomenda-se que sejam vinculadas aos links da malha viária, as informações georrefenciadas contidas no diagnóstico de Fortaleza-CE feito pela Prefeitura Municipal durante a elaboração do Plano Diretor Participativo em Junho de 2006 (tipos de uso, densidade, etc.), tais dados serviriam como inputs para o treinamento das RNA onde acredita-se que os resultados seriam significativamente melhores.

Como tais informações já estão em formato de mapa, só seria necessário um esforço computacional de vinculá-las aos links sem precisar da realização de pesquisas de campo, deslocamento, vários pesquisadores, tabulação dos dados, etc.

7.2 O MÉTODO PROPOSTO PARA GERAÇÃO E SELEÇÃO DAS VARIÁVEIS SINTÁTICAS

A proposta apresentada de geração das variáveis angulares demonstrou-se coerente, pois permitiu que se cobrisse um grande número de possibilidades tanto na opção Full Angular, com as variações do número de raios e na opção Tulipa com as variações no número de raios e também no número de bins.

Recomendam-se para trabalhos futuros, onde sejam geradas variáveis sintáticas na opção Tulipa tanto calculadas a partir de distâncias angulares, quanto por Steps e por distância métrica. Recomenda-se também testar à variável Choice na opção em que a distância angular é multiplicada pela distância métrica.

As experiências anteriores baseadas na proposta metodológica de HILIER et al

(1987) e repetida pelos demais pesquisadores que vieram a posteriori, se baseiam em testes de correlação através do “r de Pearson”, indicador este que não é suficiente para aceitar ou rejeitar qualquer hipótese de que a circulação é ou não influenciada por determinada variável sintática. É necessário que se utilize o gráfico de dispersão como forma complementar ou que sejam testadas outras medidas de erro, como por exemplo, o próprio ERM associado a uma distribuição de freqüência destes dados. Recomenda-se para trabalhos futuros, a utilização da técnica de Análise de Discriminantes para seleção de variáveis sintáticas que possuem maior relevância para modelagem.

7.3 SOBRE O MÉTODO MATEMÁTICO UTILIZADO PARA MODELAGEM DOS DADOS

A constatação de que o experimento não atingiu o resultado desejado não impede que o experimento seja realizado novamente considerando algumas das limitações do próprio aplicativo utilizado:EasyNN-Plus que não permite as alteraçõesno algoritmo, na função de ativação e nem permite o re-embaralhamento dos dados após a retro-propagação recomendando-se então a utilização de outros aplicativos de Redes Neurais Artificiais para tal fim.

Recomenda-se também que sejam treinadas topologias com a opção de Taxa de Aprendizado Decrescente, pois na medida em que a MLP vai se aproximando de um erro menor com o passar dos ciclos de treinamento, ela também vai diminuindo a diferença entre os valores dos pesos adotados no ciclo atual para o ciclo posterior.

Não ter atingido o resultado esperado, mesmo utilizando a derivação da SE que trabalha com segmentos e uma ferramenta mais robusta que a regressão para construção de um modelo matemático não inviabiliza a metodologia proposta, pois o número de dados da amostra (391 links) utilizados para treino, validação e teste pode ser

insuficiente para tal proposta. Adicionalmente, sob a ótica da “qualidade da informação utilizada” é possível também que o conjunto amostral não represente a malha como um