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5.1 Conclusões

O atual cenário de alta competitividade entre empresas pertencentes aos mais variados setores da economia e a busca constante por melhores resultados, tem exigido que os gestores respaldem suas ações e decisões em fatos e dados, deixando de prevalecer somente o empirismo ou a experiência de alguns profissionais.

Sem dúvidas que ferramentas como metodologias e softwares por si só não são suficientes. A experiência dos profissionais é fundamental na correta utilização, interpretação e análise dos resultados.

Nas empresas prestadoras de serviços públicos como distribuição de energia, saneamento e telefonia, o novo cenário com mudanças na legislação prevendo a abertura de mercado, as privatizações, a economia mundial, a globalização e o aumento do nível de exigência dos clientes, está fazendo com que essas empresas também mudem conceitos. Assim, a eficiência dos processos, os custos e a qualidade dos produtos, passam a ser fatores de constante preocupação dos gestores.

Nesse contexto enquadram-se as áreas de transporte dessas empresas. Como dissemos anteriormente, dado o tamanho de suas frotas e a importância das mesmas na realização das tarefas, as empresas prestadoras de serviços públicos são muitas vezes chamadas de "empresas sobre rodas".

Para manter e operar essas frotas é desembolsado anualmente elevado volume financeiro. Não bastasse isso, também o investimento necessário à renovação da frota normalmente envolve valores elevados.

Com essa característica de ser estratégica para o negócio da empresa e envolver elevados montantes de custeio e investimento, torna-se indispensável que o gestor da frota tenha a sua disposição ferramentas que subsidiem suas decisões.

A metodologia proposta nesse trabalho vem de encontro a essa necessidade. Utilizando-se de critérios técnicos e econômicos a mesma é importante ferramenta na tomada de decisão sobre a renovação da frota. Com ela é possível obter um diagnóstico das necessidades de substituição da frota, com base nos dados reais dos custos de ter e manter a frota.

Os principais pontos a se destacar na metodologia proposta são:

- baseia-se em princípios econômicos e matemáticos já aplicados em outras metodologias do gênero – isso confere maior confiabilidade uma vez que não se está tentando “reinventar a roda”;

- divide a frota em categorias com similaridades de características – isso contribui para melhoria dos resultados uma vez que leva em consideração peculiaridades de cada tipo de veículo;

- baseia-se em dados reais dos custos de ter e manter relativos ao período de 12 meses que antecedem à data do estudo – isso reduz a influência de fatores inflacionários e de reajustes de preços de peças e mão- de-obra;

custos – isso permite que a empresa não necessite esperar vários anos para composição do histórico do custo de manutenção;

- no ponto econômico de substituição aponta três parâmetros para seleção dos veículos que irão compor o lote econômico de substituição: custo por quilômetro, ano de fabricação e quilometragem acumulada – isso flexibiliza e torna mais abrangente a composição do lote.

Conclui-se que a metodologia proposta associada ao fluxo de caixa ilustrado no Capítulo 4 possibilita que o gestor elabore o lote de substituição baseando-se em critérios pré-estabelecidos e que visualize as conseqüências econômicas relacionadas às características do lote de substituição e à forma de captar os recursos financeiros necessários.

Com isso, ao pleitear os recursos necessários às necessidades de renovação da frota, o gestor tem maior facilidade de argumentação e maior possibilidade de êxito, pois está melhor respaldado. O assunto flui naturalmente entre as áreas de transporte e financeira e, ao final do processo, o ganho é da empresa.

Nota: Conforme comentado no Capítulo 3 – item 3.9.1, é importante que a

empresa confronte os resultados obtidos através da aplicação da metodologia proposta naquele capítulo, com os resultados obtidos através das metodologias que trabalham com histórico dos custos de manutenção.

Essa análise permitirá que a empresa avalie se as metodologias levam a resultados similares, podendo nesse caso optar por aquela de maior facilidade de aplicação, ou, definir qual a metodologia que melhor se

ajusta à realidade de sua frota.

5.2 Recomendações

A maioria da empresas prestadoras de serviços que passaram ou que estão passando por processos de reestruturação, têm, na nova estrutura, uma área de logística e dentro dessa, uma equipe de transporte responsável pela gestão da frota.

A área de logística fica responsável por vários outros processos, além de transporte. O gerente dessa área não é necessariamente um especialista em frota e sim, um gerente com uma visão global necessária ao vasto leque de processos que a logística engloba. Os especialistas nos diversos assuntos, devem estar nas equipes.

Nas antigas estruturas dessas empresas, as áreas de transporte constituíam departamentos, podendo, num primeiro momento, aparentar que perderam força nas novas estruturas. Na verdade, o que está ocorrendo é a horizontalização dessas empresas, diminuindo-se os níveis gerenciais e tornando os processos mais ágeis ao aproximar a base da estrutura à alta direção.

Portanto, nesse momento é fundamental que dentro de uma visão global e de cooperação mútua, com vistas ao melhor resultado da organização, cada profissional e cada estrutura cumpra o seu papel.

Conforme dissemos anteriormente, alguns temas relacionados à área de transporte, apesar de discutidos com relativa freqüência, ainda geram dúvidas e contradições. Nesse sentido, recomenda-se que dentro da mesma linha de pesquisa e desenvolvimento desse trabalho, estude-se outros temas de igual

importância para a área, quais sejam:

- O primeiro tema que se recomenda é uma continuação do presente trabalho. Propõe-se estudo estatístico e matemático que analise qual o índice de confiabilidade dos resultados obtidos de acordo com o tamanho da frota (ou categoria) – quantidade de veículos, que tenham sido tomados como base para composição dos dados;

- O segundo tema que se recomenda diz respeito ao dimensionamento e adequação das frotas das empresas prestadoras de serviço. Hoje, com a apuração dos custos operacionais e o constante esforço em reduzi-los, torna-se importante responder à questão relativa as quantidades e os tipos de equipamentos de transporte que devem compor a frota, analisando-se o nível de utilização dos mesmos e as implicações operacionais;

- Outro tema que apesar de estar sendo debatido há tempo, porém ainda carece de uma melhor análise, é a questão relativa a frota ser própria ou contratada. Um trabalho dessa natureza deve estudar a questão desde a forma de captar os recursos financeiros: recursos próprios, financiamento, leasing, etc., até a forma de composição a ser adotada: frota 100% própria?, frota 100% contratada? ou parte própria com parte contratada?

- Finalmente, o quarto tema proposto é uma forma de quebrarmos um paradigma. Dissemos anteriormente que normalmente a frota é vista como fonte geradora de custos e problemas. Sem dúvidas que como qualquer outro setor, existem os custos e os "problemas" inerentes a função. Propõe- se pesquisa e desenvolvimento que aborde os equipamentos de transporte, enfim a frota, não somente como um "centro de custos", mas também como

um "centro de resultados". Hoje já conseguimos medir os custos dos equipamentos e consequentemente da frota, após a pesquisa, poderemos medir os seus resultados. Teremos um saldo positivo?

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