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SUMÁRIO

7 CONCLUSÕES 69 REFERÊNCIAS

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1 INTRODUÇÃO

A harmonia e a beleza do sorriso, como resultado do desenvolvimento da face e do tratamento ortodôntico, tem sido temas de estudo da Odontopediatria e da Ortodontia desde seus primórdios (ANGLE,1899). O desenvolvimento da oclusão dentária, a partir do surgimento dos primeiros dentes no bebê, faz parte do estudo do crescimento e desenvolvimento da face. Entretanto, há bem pouco tempo, a prática da Odontologia em Bebês tornou-se objeto de estudo de pesquisadores e a sua importância foi reconhecida somente no final do século passado. (CUNHA, 2004)

A etiologia da má oclusão dentária deve ser estudada relacionando os dentes, os órgãos e os tecidos que biológica, fisiológica e funcionalmente compõem o sistema estomatognático (S.E.)

(

PROFFIT,1986, SILVA FILHO et al,2002) A harmonia de todos os componentes deste sistema (maxila, mandíbula, dentes,língua e músculos da mastigação) durante as funções do sistema mastigatório determina

sua saúde biológica (CHAPMAN,1935; BONJARDIM et al,2003;

PEREIRA,GAVIÃO,2004; MATTAR et al,2004, VEDOVELLO,2007, OVSENIK,2009).

A dentição decídua caracteriza-se por um total de vinte dentes, sendo dez na maxila e dez na mandíbula os quais fazem contato entre si determinando a oclusão dentária. Estes contatos das faces oclusais dos dentes servem de guia para o desenvolvimento normal dos arcos dentários e das estruturas anatômicas a eles relacionadas. A cronologia de erupção dos dentes decíduos é bastante variada no Brasil, em função da diversidade de raças que se misturam, sendo esse fator comumente relacionado à hereditariedade. Em média, a erupção dos dentes decíduos inicia-se entre o sétimo e o oitavo mês de vida estendendo-se até por volta do trigésimo mês (MACHADO et al,2005).

O contato entre os dentes superiores e inferiores, a relação entre os arcos em diversas posições e movimentos mandibulares são muito pouco estudados na dentição decídua (RAVN,1975; FOSTER,GRUNDY,1986, FRIGGI,1995)

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diferentemente do que acontece na dentadura mista e na dentição permanente(SANTOS-PINTO et al,1993).

Segundo alguns autores, quando ocorre uma alteração nestes contatos o desenvolvimento poderá ser desviado da normalidade com conseqüências morfológicas e funcionais. (MOYERS,1964;SILVA FILHO et al,1986;GRIBEL e GRIBEL, 2006; GRIBEL et al,2007)

Estudos demonstraram que quando o bebê apresenta somente o grupo dos incisivos, a mandíbula se movimenta livremente sem estabelecer uma relação definitiva com a maxila. Ainda não existe oclusão propriamente dita, mas sim, um primeiro indício da oclusão no sentido ântero-posterior, o qual pode ser considerado como o primeiro estímulo na definição da cavidade articular e no relacionamento entre os arcos dentários decíduos. (CORRÊA et al,,1998) Nesta fase, os primeiros movimentos mandibulares durante a mastigação são irregulares e pouco sincronizados em bebês. Como esses movimentos são rudimentarmente coordenados, à medida que mais dentes irrompem em novas posições eles se

modificam e procuram uma estabilidade funcional

(SAADIA,1981;ENLOW,HANS,1998). Esses movimentos são guiados pela propriocepção da membrana periodontal e em especial, pela propriocepção das articulações têmporo-mandibulares(RAMFORD,ASH ,1987).

Estudos sobre a fisiologia do S.E. (PIRTTINIEMI et al 1990; CARVALHO,1995;MONGINI, 1998; SÁ FILHO, 1999; MC NEIL, 2000; NIIKUNI, 2004) demonstram que desde a erupção dos primeiros dentes decíduos na maxila e na mandíbula, os contatos oclusais passam a estimular centros nervosos que determinam não só a relação dentária, como também da musculatura, dos ossos da face e do crânio. Diversos autores relataram a relação entre hábitos nocivos e má oclusão (OGAARD,1994;LEITE,1999; ZARDETTO,2002;SILVA FILHO et al,2003;PEREIRA,GAVIÃO,2004;COZZA, et al, 2005; BISHARA et al, 2006, VÉLEZ,2007;GIMENEZ,2008), outros a influência da alimentação e da mastigação no desenvolvimento dos arcos dentários (BAKER,1944;GOMES,1997; SÁ FILHO,1999) e ainda a respiração como causa de alteração na morfologia e no desenvolvimento normal da maxila e das estruturas anatômicas a ela relacionadas

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(SAADIA,1981;MC NAMARA JR, 1981; FUJIKI,ROSSATO,1999; MATTAR et al,2004).

Alguns pesquisadores observaram uma relação entre os aspectos morfológicos da dentição decídua e o desenvolvimento da oclusão na dentição permanente(CHAPMAN,1935;BAUME,1950; SILLMANN,1956; MOYERS,1964; CLINCH,1966; NANDA,1973; CARVALHO,1978; FOSTER, HAMILTON,1986; FRIGGI,1995;ALMEIDA,2001).

Em bebês, não existe a possibilidade de uma análise cefalométrica por razões diversas. Entretanto, embora a análise facial pareça ser o meio mais apropriado de diagnóstico facial para crianças na primeira infância também não foi encontrado nenhum protocolo de análise facial nessa idade. Segundo alguns autores, a análise facial proporciona a análise, interceptação e monitoramento do crescimento, nos diferentes estágios do desenvolvimento (MARTINS et al,1998) .

A prevenção e interceptação das más-oclusões, em idade precoce, parecem contribuir de forma significativa para a redução da prevalência das mesmas na dentadura mista e na dentição permanente. (BAKER,1944; SILLMANN,1959; PETROVIC, STUTZMANN,1977; CARVALHO,1998; MAIA,MAIA,2004; GRIBEL et al.,2007, OVSENIK,2009).

Constatou-se na literatura consultada um grande interesse de pesquisadores em estudarem a morfologia e a oclusão dos arcos decíduos, (FRIEL,1927;

LEWIS,LEHMAN, 1929; BAKER,1944; MOORREES,1958; BAUME,1959;

BOYCO,1968;NANDA et al., 1973;CARVALHO, 1978; BANKER, 1984; FRIGGI,1995; ANDO,1997; ENLOW,HANS,1998; ALMEIDA, 2001; SILVA FILHO et al., 2002; SIMÕES,2003), apesar disso, existem poucos estudos sobre a formação dos arcos decíduos desde o início de seu desenvolvimento em bebês (CHAPMAN,1935;BAKER,1944,SILLMANN,1956; BOYCO,1968), relacionando-os entre si por meio da oclusão dentária ou da interação entre os maxilares (SCHOUR,MASSLER,1941; SILLMANN,1964).

A escassez de dados sobre o estabelecimento da oclusão decídua nos diferentes tipos de arcos, desde a primeira infância, serve de motivação para que

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sejam realizadas pesquisas sobre os aspectos oclusais, morfológicos e evolutivos dos arcos dentários decíduos. Assim, poderão ser estabelecidos parâmetros que servirão de referência da oclusão decídua normal de modo que os desvios da normalidade serão claramente identificados ainda em idade precoce, permitindo com isso que intervenções ortodônticas e ortopédicas preventivas possam ser realizadas na dentição decídua completa.

Com foco desta abordagem, este trabalho avaliou parâmetros da oclusão decídua de bebês com até três anos de idade.

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