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Em relação aos objetivos deste estudo, resgata-se neste momento o objetivo geral, construir, sob a ótica da gestão da qualidade, um modelo de gerenciamento para cursos ou programas de pós-graduação stricto sensu, com base no sistema de avaliação da CAPES, que possibilite a cada curso ou programa de pós-graduação, apresentar-se como eficaz, quando avaliado pela CAPES, bem como os específicos (a, b, c, d), os quais enfocavam: (a) revisar os aspectos teóricos; (b) estruturar um sistema de avaliação direcionado ao gerenciamento dos cursos ou programas de pós-graduação stricto sensu; (c) operacionalizar o modelo de avaliação proposto e (d) analisar de que modo este gera melhorias e fornece subsídios ao gerenciamento dos cursos ou programas de pós-graduação stricto sensu.

O objetivo específico (a) foi atingindo pela a elaboração do Capítulo 2, o qual foi apresentado nesta tese nas seções: 2.1 conceituação de avaliação de instituições de ensino; 2.2 tendências identificadas no contexto nacional e internacional relativa à avaliação realizada sob o enfoque externo; e 2.3 tendências identificadas no contexto nacional e internacional relativas à avaliação realizada sob o enfoque interno.

A partir destas pesquisas observou-se que o processo de avaliação contempla alguns elementos relevantes, dentre os quais se destacam: incorporar os objetivos organizacionais; apontar uma direção a ser perseguida; incorporar os valores da instituição; conhecer o que será interrogado; atribuir juízos de valor; identificar as fragilidades da instituição; oferecer sugestões de melhoria; conhecer a cultura da instituição; e compreender e respeitar a identidade institucional.

Observaram-se indícios quanto à existência de elementos que efetivamente suprem as seguintes necessidades: (i) critérios/indicadores que contemplem as especificidades

tanto institucionais quanto regionais, (ii) participação mais ativa dos programas de pós- graduação no processo de avaliação, e, (iii) geração de condições que permitam desenvolver um posicionamento mais crítico e consciente da importância do processo de avaliação e de seu impacto sobre os programas.

Em relação às duas modalidades de avaliação (interna e externa), verificou-se que ambas são consideradas críticas: a interna, por promover o acompanhamento contínuo e sistemático; a externa, por apresentar a percepção de pessoas estão envolvidas com o programa. Entretanto, nas pesquisas realizadas não foram observadas menções ao fato de as bases que informam a avaliação interna e externa, não poderem advir de uma única fonte, neste caso, a da CAPES. Destaca-se que a distinção entre os enfoques de avaliação (interna e externa) observados na pesquisa teórica referem-se, no caso da avaliação interna, ao fato de esta ser desenvolvida pelos integrantes da própria Instituição e coordenada por comissões responsáveis; ao passo que a avaliação externa é realizada por especialistas de diferentes áreas do conhecimento, mas não vinculados à Instituição que está sendo avaliada.

O objetivo específico (b), também, foi atendido nesta tese. Para atingir tal objetivo fez-se uso das informações identificadas na revisão teórica, tanto dos elementos vinculados ao conceito de avaliação, aos enfoques interno e externo, bem como à ótica da qualidade e à lógica difusa, os quais foram revisados, por serem elementos que geram suporte ao modelo aqui proposto. Além dos elementos teóricos utilizados para estruturar o modelo aqui proposto, considerou-se necessário conhecer outros processos de avaliação, e de modo mais específico, o processo em uso pela CAPES.

Para isso, foi realizada a releitura dos critérios de avaliação trienal, vinculados às áreas de concentração. Tais informações são apresentadas no Capítulo 3 desta tese. De posse das informações geradas pela revisão teórica, bem como das informações advindas da releitura, buscou-se comparar os elementos apontados pelos autores pesquisados. Estes foram classificados como críticos ao processo adotado pela CAPES. A partir desta comparação, observou-se que há momentos em que os autores pesquisados têm uma percepção equivocada sobre o processo em uso pela CAPES, por conhecerem apenas os critérios vinculados às suas áreas de atuação e não ao processo como um todo. Foram verificados também os elementos que seriam passíveis de melhoria, no processo um uso pela CAPES, de modo a minimizar questionamentos realizados pelos autores e não respondidos pela releitura.

O modelo aqui proposto foi estruturado a partir das informações advindas dos critérios de avaliação trienal (2004 – 2006) das diversas áreas pesquisadas. Destaca-se, também, que foi necessário realizar adequações em relação aos elementos sinalizados como

objetos de avaliação e nos critérios de avaliação trienal, os quais são considerados como base para os indicadores. Em relação aos elementos que advém da ótica da qualidade, estes foram utilizados com vistas a identificar quais destes indicadores seriam estratégicos, quais seriam táticos e quais seriam operacionais.

Neste processo de inserção dos elementos vinculados à ótica da qualidade, observou-se que a maior parte dos indicadores são estratégicos e táticos. Foram realizadas adequações no processo de agrupamento destes indicadores a fim de se obter a avaliação global, bem como se inseriu no modelo elementos da lógica difusa. Tal inserção ocorreu em relação aos quesitos avaliados e gera a possibilidade de, ao se realizar o agrupamento final do conceito, analisar o grau de pertinência com que este é atribuído os cursos ou programas.

Esta tese ainda contemplou mais dois objetivos específicos, os quais estão inter- relacionados, a saber: objetivo específico (c) e objetivo específico (d). Estes dois objetivos específicos são alcançados com o Capítulo 5 desta tese, no momento em que se realiza a operacionalização do modelo aqui proposto por meio das três ilustrações realizadas junto a cursos ou programas de pós-graduação stricto sensu da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Com a operacionalização, o modelo aqui proposto mostrou ser factível.

Dentre os benefícios observados, destaca-se a possibilidade de gerar conhecimento e compreensão quanto aos critérios de avaliação externos em uso pela CAPES, bem como passar a considerá-los como objetivos do processo de avaliação interno. O modelo construído capturou aspectos antes despercebidos no processo de avaliação, os quais geravam aos cursos ou programas dúvidas quanto aos conceitos a eles atribuídos.

Ainda em relação ao modelo, uma de suas contribuições no processo de gerenciamento refere-se aos indicadores locais, que geram subsídios aos programas por possibilitar aos mesmos a visualização de quais elementos apresentam desempenho de menor impacto. Deste modo, um dos benefícios advindos da proposta do modelo, refere-se aos indicadores vinculados a cada quesito de avaliação, bem como as ações pontuais de melhoria identificadas a partir desta visualização.

Assim, o modelo oferece subsídios suficientes para um processo eficiente e eficaz de gerenciamento, pois tal proposta é capaz de auxiliar os coordenadores no sentido de minimizar sua dificuldade na identificação de aspectos/objetivos pontuais, merecedores de ações de melhoria. Constata-se que as informações geradas pelo modelo proposto no âmbito gerencial, também apóiam na identificação de informações a serem transcritas no PRÓ- COLETA. Isto porque o modelo aqui proposto formaliza indicadores, que são considerados como objeto de avaliação pela CAPES, mas não eram explicitados de modo pontual.

Acredita-se que o modelo pode ser utilizado como uma ferramenta de apoio para fornecimento de informações mais detalhadas e precisas ao órgão externo.

A inserção da lógica difusa ao modelo gerou aos cursos ou programas objetos de estudo, na operacionalização, maior consciência e entendimento quanto aos conceitos a eles atribuídos pela CAPES. Isto ocorre pelo fato de o modelo aqui proposto, demonstrar o grau de pertinência com que o conceito foi atribuído no nível global, enquanto resultado final da avaliação. Além de informar no nível dos quesitos, o desempenho parcial em cada um deles. Isto gera condições de analisar em quais dos quesitos os cursos ou programas têm sofrido maior ou menor impacto em seu desempenho, quer seja enquanto informação capaz de apoiar o processo de gestão quer seja frente ao órgão avaliador, CAPES.

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