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Tais posições nos lembram de rever a proposta do trabalho e em que pontos foi possível responder às questões de pesquisa. Neste sentido, vimos que é uma preocupação de diversos autores a necessidade de medir para avaliar resultados com práticas e inciativas de GC, pois é preciso justificar os investimentos. Além disso, a avaliação vem a servir como forma diagnosticar pontos fortes e fracos das iniciativas em GC e proporcionar visão para melhorias nos processos. Vimos também que estabelecer métricas e indicadores faz parte de um processo que precisa ser bem cuidado, para evitar dispender esforços desnecessários medindo algo que não tenha sentido e para que o que seja medido ajude de fato a organização, seus gestores e colaboradores a obter significado e agir de balizados em fatos.

Vimos uma série de sistemas de medição, e algumas de suas características, sendo que a medição de capital intelectual e de ativos intangíveis encontra-se em estágio de maior maturidade e difusão, enquanto abordagens voltadas para medição de processos específicos relacionados a processos do conhecimento, tais como as proposições de CHOI e LEE (2003), DARROCH (2003), FREEZE e KULKARNI (2005), LEE , LEE e KANG (2005) e LIN (2007) ainda estão restritas ao campo de estudos empíricos em fase inicial. Desta forma, mesmo tendo realizado esforço de pesquisa para encontrar casos e empresas que pudessem estar utilizando tais metodologias, quase nenhuma referência foi encontrada. O que sugere que estas

abordagens de medição, mais específicas, ainda sejam pouco conhecidas, ou ainda, que sejam de difícil adoção e aplicação.

Com isso, encontramos uma limitação para confrontação deste tipo de abordagens com casos, deixando nossa questão de pesquisa de número 5 sem respostas. Para contornar tal limitação, procuramos relatar alguns casos para que o próprio leitor possa pensar sobre como tem sido avaliadas as iniciativas e projetos em GC. No caos de grandes organizações (capítulo 4) e das abordagens teóricas relacionadas (capítulo 3) vimos que foi expressiva a utilização do BSC como ferramenta de medição e avaliação. Vimos também alguns casos do uso de indicadores financeiros, mas não vimos casos que relataram explicitamente ter utilizado ferramentas tais como o Navegador Skandia, HRA, EVA, etc. Outra característica observada foi o uso de construção de casos, estórias e documentos de conhecimento como os de melhores práticas, como algo relevante, incentivado e medido em diversos casos.

No trabalho organizado por SCHWARTZ (2006) pp605-611, os pesquisadores da Arizona State University relatam resultados de uma pesquisa de dois anos sobre a medição de capacidades em GC. A posição que expressam reflete a tônica

encontrada em diversos trabalhos ao longo desta pesquisa:

“No final das contas, (…) mensurar capacidades em GC é um passo intermediário para alcançar o objetivo final de causar impacto positivo na performance do negócio. O impacto direto de iniciativas em GC em métricas de base como lucratividade, receita e market share, é difícil de ser estabelecido. Mesmo assim, esforços devem ser feitos para serem escolhidas métricas apropriadas. (…) investimentos em iniciativas de GC devem ser vistas longitudinalmente.”

Concordamos com estas colocações, métricas, indicadores e ferramentas desta natureza devem servir para orientar as organizações e ajudá-las a atingir seus objetivos, sejam financeiros, de qualidade ou sociais. Percebemos que para o futuro,

ainda está indeterminado em que medida será importante amadurecer instrumentos de medição e indicadores que justifiquem investimentos nas iniciativas e práticas de gestão do conhecimento. Talvez, como foi o caso de outras “novidades”, gestores e organizações não estarão interessadas em justificar investimentos e calcular retorno financeiro da GC, pois isso não fará sentido. Seria como pensar e fazer análises sobre investir em energia elétrica, ou em computadores. Eles simplesmente já fazem parte de uma infraestrutura necessária cujos custos precisam sim, ser gerenciados, mas não justificados. Neste sentido, modelos voltados para medição e diagnóstico das práticas de GC, poderão continuar amadurecendo e fazendo-se necessários, pois proporcionarão entendimento sobre pontos fracos e fortes, permitindo estabelecer claramente o que precisa ser melhorado. O problema passará a ser saber como aprimorar a GC e não calcular se a GC dá ou não, retorno financeiro. A despeito destas colocações, vimos que alguns estudos teóricos, conseguiram correlacionar, com sucesso, o bom desempenho em processos ligados ao conhecimento com bom desempenho financeiro.

Trabalhos futuros podem explorar a aplicação e validação de modelos específicos, vistos na seção 3.1, em organizações brasileiras. Outra possibilidade é investigar o quanto são importantes para as organizações os métodos e formas de medir e avaliar performance de suas iniciativas e investimentos em GC. Outra possibilidade é fazer uma pesquisa mais aprofundada e propor esquemas que permitam classificar adequadamente os métodos de medição e avaliação, no sentido a ajudar a prescrever para as organizações maneiras adequadas às suas características e objetivos para avaliar seu contexto de GC.

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