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O mercado de seguros brasileiro teve um crescimento bastante surpreendente nos últimos anos, mantendo-se em alta mesmo em cenários de crise política e econômica. O segmento rural acompanhou esta tendência, apresentando um aumento na emissão dos prêmios diretos de seguro no período de 1997 e 2017, com apenas dois períodos apresentando uma queda no valor corrente.

Diante deste cenário, tornou-se atrativo o estudo do comportamento deste mercado, especialmente com o intuito de estabelecer relações entre as variações nos valores de prêmios emitidos e as diversas variáveis macroeconômicas que afetam a economia do país. Isso levou a estudos por parte de acadêmicos, empresas e orgãos públicos, que formularam alguns modelos teóricos, e consequentemente foram capazes de perceber algumas dessas relações.

O uso da linguagem de programação R torna acessível o uso de métodos estatísticos cuja formulação matemática é complexa. Com esta ferramenta, há a possibilidade de implementar pacotes que conseguem extrair variáveis de bases públicas, ou capazes de treinar modelos de aprendizado de máquina e regressão em poucas linhas.

A aplicação dos modelos por meio desta ferramenta foi suficiente para replicar as relações encontradas pelos estudos anteriores. A partir de um teste F de adequação de modelo, pôde-se demonstrar que há uma relação entre o PIB, IPCA, produção de alimentos e saldo de crédito rural e os prêmios diretos. Além disso, testes de hipótese revelam que a relação sazonal e autoregressiva indicada pelo estudo de Adami e Ozaki (2012) se mantiveram mesmo diante de uma base histórica diferente.

Após a etapa em que os modelos foram ajustados em seus devidos parâmetros, foi possível também de realizar um teste envolvendo dados novos, para garantir a capacidade preditiva dos métodos. A partir destes, percebe-se que ainda que um modelo seja o mais indicado por meio da etapa de treino, não necessariamente será capaz de manter esta capacidade durante a etapa de testes. Isto ocorreu com o modelo SVM, que se apresentou como o melhor entre os outros três durante a primeira etapa, porém teve os piores resultados durante a comparação com o novo período.

Além disso, é possível de se concluir que a escolha do modelo depende da necessidade deste e para quais fins será utilizado. Enquanto o modelo de redes neurais se aproximou mais do valor anual dos prêmios de seguro em 2017, os valores de seus erros variaram mais do que o modelo SARIMA ao longo dos meses. Sendo assim, no caso de uma previsão mensal, o segundo modelo provavelmente seria o mais indicado.

Outro ponto interessante foi a proximidade que os modelos tiveram em relação a realidade. Com a exceção do modelo SVM, que obteve uma taxa de erro de 10,4%, os outros três mantiveram-se abaixo de 10%, sendo o melhor deles o de redes neurais, com -3,3%.

É importante de se ressaltar que novos testes podem ser efetuados, seja com períodos diferentes de prêmios, ou com a inclusão e exclusão de variáveis. É também possível que os parâmetros dos modelos de aprendizado de máquina sejam ainda mais refinados, levando a previsões com maior precisão.

O campo de estudo de previsões de séries temporais por meio de modelos de aprendizado de máquina e de regressões clássicas está em constante desenvolvimento, e o surgimento de novas descobertas e ferramentas é frequente. Por ser um campo em expansão, oportunidades para novos estudos e melhorias em relação aos existentes são constantes, e devem ser devidamente exploradas.

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