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hidroalcoólica por cromatografia gasosa é de grande importância no controlo de qualidade, dada a importância que este contaminante tem para o negócio.

Relativamente ao método estudado verificou-se que:

 Os padrões da curva de calibração normalizados ([TCA] [TCA⁄ 3]) correlacionam-se

linearmente com a resposta em termos de área normalizada (ATCA⁄ATCA3). As curvas de calibração apresentam valores superiores a 0,9990, para ambos os cromatógrafos, nos testes finais da validação do parâmetro da linearidade.

Para a validação da linearidade foram realizados cinco e três testes, para o ECD1 e ECD2, respetivamente. Apenas se verificou uma linearidade, aliada a coeficientes de variação inferiores a 10% e recuperações entre 80 e 120%, após corte da coluna e utilização de novos padrões, para o ECD1, e após a troca de coluna no ECD2.

 Os limites de deteção e quantificação, calculados através do método do desvio padrão residual da curva de calibração, apresentaram valores altos, com uma média de LOD = 1,56 e 0,85 ppt, e LOQ = 4,73 e 2,59 ppt, para o ECD1 e ECD2, respetivamente. Estes valores demasiado elevados podem ser explicados com o facto de se recorrer à curva de calibração onde são introduzidos mais erros, visto tratar-se de uma manipulação experimental, à qual se sucedem várias manipulações matemáticas que vão introduzindo erros sucessivos nos resultados. Pode também dever-se à possibilidade de não existência de homogeneidade de variâncias, falha da linearidade até à origem ou exclusão do branco da curva de calibração.

 Os limites de deteção e quantificação, calculados através do método do desvio padrão da amostra, encontram-se num intervalo de concentrações expectável, com os limites de deteção e quantificação de 0,34 e 0,55 ppt, respetivamente, para o ECD1, e com os limites de deteção e quantificação de 0,29 e 0,43 ppt, respetivamente, para o ECD2. Estes valores são um pouco elevados tendo em conta ponto inicial da curva de calibração, de 0,50 ppt. Todavia, ambos os cromatógrafos apresentaram coeficientes de variação inferiores a 10% nesta gama, pelo que se pode concluir que o limite de quantificação é igual ou inferior a 0,50 ppt. Esta admissão tem principal foco no ECD1 que apresentou um limite de quantificação de 0,55 ppt. Este resultado de limite de quantificação elevado pode-se dever ao facto de o teste ter sido realizado com recurso a padrões com 0,2 ppt. Possivelmente, ao

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se realizar este teste com valores inferiores, os limites de deteção e quantificação diminuirão.

 No estudo da precisão em condições de repetibilidade, os limites de repetibilidade calculados para cada ponto da curva não foram ultrapassados, em ambos os cromatógrafos. Na avaliação da repetibilidade através do coeficiente de variação observou-se que este, em toda a gama de trabalho, apresentou valores inferiores a 10%. No estudo da precisão em condições de precisão intermédia, os limites de precisão intermédia não foram ultrapassados em nenhum ponto da curva de calibração. No estudo da precisão em condições de repetibilidade, estudada através de ensaios interlaboratoriais, os 𝑧 − 𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒 obtidos nos 5 testes realizados entre 17 de abril de 2014 e 16 de janeiro de 2015, nunca ultrapassaram o valor máximo aceitável de 2. Deste modo conclui-se que o método, nas condições sob as quais os testes foram realizados, se apresenta preciso para toda a gama de trabalho.

 Para a avaliação da exatidão recorreu-se a ensaios de recuperação. Os resultados obtidos neste ensaio não ultrapassaram o intervalo definido previamente como critério de aceitação de 80 a 120% do valor fortificado na amostra padrão, provando que o método se apresenta exato na gama de trabalho definida, em cada um dos cromatógrafos.

 Em toda a gama de trabalho do método apresentou-se linear, preciso e exato. Além destes critérios, não foram verificadas diferenças significativas entre as variâncias das 10 réplicas de cada um dos pontos extremos da gama de trabalho, pelo que se conclui que a gama se encontra bem definida, em cada um dos cromatógrafos.  No primeiro teste para a avaliação da robustez, o método apresentou-se robusto

para uma variação de ±2% do volume de macerado, -5% do volume de padrão interno e para uma adição de 2,5 gramas de sal. No segundo teste, o método apresentou-se robusto para uma variação de +5% do volume de padrão interno, sendo não robusto para os restantes ensaios. Uma vez que a robustez do método, em dois diferentes ensaios, apresentou resultados inconsistentes, nada se pode concluir.

 No teste da potência de aquisição, verificou-se uma melhoria no ruído da linha de base do ECD2. No entanto, esta melhoria não foi tão clara para o ECD1. Esta diferença de resultados da linha de base, entre os cromatógrafos, pode ser explicada com o facto de a comparação no ECD1 ter sido realizada com a mesma coluna, e no ECD2 os resultados observados após a alteração da potência de aquisição coincidirem com a alteração da coluna cromatográfica, revelando então uma melhoria mais substancial na linha de base.

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De acordo com os resultados, o método de cromatografia gasosa com microextração em espaço de cabeça e detetor de captura de eletrões (SPME-GC/ECD), seguido pelo laboratório de qualidade da UI-Equipar da Amorim & Irmãos S.G.P.S. S.A. foi validado, possibilitando a determinação fiável do composto TCA, nas condições a que os testes finais foram realizados.

No entanto, apesar de validado, o método mostrou alguma inconsistência (a variação dos resultados de recuperação nos testes de linearidade, que levou às suas repetições, e os resultados dos testes da robustez) provavelmente ligada ao facto de se trabalhar com concentrações bastante baixas. Estas inconsistências levaram à necessidade de se realizar cinco e três testes, para o ECD1 e ECD2, respetivamente. No entanto, é necessário ter em conta que o quarto teste de linearidade do ECD1 terá apresentado maus resultados devido ao armazenamento das amostras padrão durante um período prolongado, como já foi referido.

Pode-se então concluir que, nas condições a que os testes foram realizados, o método se encontra validado, não sendo possível garantir que, após alterações das condições operatórias como o desgaste da coluna cromatográfica, a utilização de novos padrões ou novas curvas de calibração, o método apresente boas recuperações ou coeficientes de variação inferiores ao critério de aceitação. A estas condições operatórias junta-se o erro humano na preparação das amostras padrão e a incerteza associada à leitura dos picos cromatográficos, impossível de quantificar.

Após a validação do método foi calculada a incerteza do mesmo, seguindo a abordagem “passo a passo” combinada com os dados da validação. Para o cálculo da incerteza do método foram tidos em conta, na abordagem “passo a passo” as incertezas da massa molar e da pureza do TCA, da pesagem do mesmo aquando da preparação da solução- mãe, bem como das diluições a partir desta solução até às soluções finais, utilizadas pelo laboratório. Foram também tidas em conta as incertezas associadas à pipetagem de TCA e de TCA3 associadas à preparação das amostras padrão. Dos dados da validação foram calculadas as incertezas associadas à curva de calibração, à precisão e à exatidão. As incertezas que mais contribuem para a incerteza do método são a incerteza associada à pesagem do TCA aquando da preparação da solução-mãe, à precisão e à exatidão, perfazendo cerca de 80% da incerteza. A incerteza expandida, calculada para um nível de confiança de 97,5%, é de 13,78% do resultado obtido.

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5. TRABALHO FUTURO

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