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6.3 A PRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

6.3.3 ANÁLISE DO ELEMENTO CONSTRUTIVO ABAIXO DO DESVÃO

6.3.3.4 Condensações internas

Antes de se proceder à apresentação dos cálculos realizados, será feita uma pequena introdução para uma melhor interpretação das situações que irão ser analisadas e quais os dados utilizados no programa.

Assim, recorrer-se-á ao Quadro 6.13 que mostra quais as soluções construtivas em que as condensações internas serão analisadas e, quais as características mais desfavoráveis da ambiência no desvão de cada uma delas (consulta das folhas de cálculo resultantes do estudo anterior).

Quadro 6.13 – Características da ambiência no desvão e dos elementos construtivos na análise de condensações internas Elemento construtivo Temperatura no desvão [ᵒC] Humidade relativa no desvão [%] Anexo A2 a)

Revestimento em Painel sandwich e teto interior composto por gesso cartonado e isolamento térmico

-1,98 86 2.2.1

b)

Revestimento em Painel sandwich e teto interior composto por gesso cartonado, barreira pára-vapor e isolamento térmico

-1,98 83 2.2.2

c)

Revestimento em chapa simples de alumínio e teto interior composto por gesso cartonado e

isolamento térmico

-2,82 96 2.1.1

d)

Revestimento em chapa simples de alumínio e teto interior composto por gesso cartonado, barreira pára-vapor e isolamento térmico

-2,82 91 2.1.2

Apesar de as temperaturas mais desfavoráveis que se sentem no desvão serem as referidas no quadro anterior, a impossibilidade de se colocarem temperaturas negativas no programa de cálculo obriga a se considerarem estas como zero.

Esta aproximação faz com que o programa não simule o real gradiente de temperaturas que existe entre as ambiências, fazendo com que desde início haja uma menor probabilidade de ocorrência de condensações devido à temperatura no desvão ser menos desfavorável.

No entanto, as temperaturas de -1.98ºC e -2,82ºC são atingidas com uma temperatura exterior de -4ºC e uma ventilação de 20h-1. Ora, esta conjugação de fatores dificilmente acontecerá, pois raramente se sente uma temperatura exterior tão reduzida no Norte Litoral do nosso País e se utilizará uma renovação horária do ar tão elevada. Posto isto, analisando os quadros em Anexo constata-se que para valores correntes de renovação horária do ar (entre 1 e 8 h-1) e uma temperatura exterior entre -2 e 0ºC, a temperatura no interior do desvão mais desfavorável ronda os 0ºC.

Deste modo, apesar de o programa não simular as condições mais desfavoráveis deste estudo, acaba por analisar, aproximadamente, a situação mais desfavorável que poderá ocorrer numa situação real, considerando a conjugação de todos os fatores.

Existem alguns parâmetros que são fixos ao longo de toda a análise, apresentando-se as imagens dos mesmos em baixo:

Fig 6.6 – Condições exteriores de análise [55]

Fig 6.7 – Condições interiores de análise [55]

Os valores das resistências térmicas interior e exterior foram retirados da Informação Técnica ITE 50 que, para coberturas em que o sentido do fluxo de calor é ascendente, estipula 0,04 e 0,10 como resistência térmica exterior e interior, respetivamente [15].

De realçar que, quando ocorrem condensações internas em alguma interface do elemento construtivo, o programa responde com essa informação através da incorporação dos valores de quantidade de fluxo condensado numa tabela e através da indicação da sua localização nos resultados gráficos.

Posto isto, de seguida apresentam-se todos os dados envolvidos no cálculo das condensações internas para as configurações construtivas mencionadas, bem como os resultados obtidos.

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a) Revestimento em Painel sandwich e teto interior composto por gesso cartonado e isolamento térmico

Fig 6.8 – Esquema construtivo do teto interior composto por gesso cartonado e isolamento térmico da hipótese a) [55]

Fig 6.9 – Características dos elementos que constituem o teto interior na hipótese a) [55]

O programa possui uma base de dados com materiais que podem constituir os elementos construtivos, bem como os seus valores de condutibilidade térmica e do fator de resistência à difusão do vapor de água. No entanto, devido à base de dados ser demasiado generalizada, os materiais utilizados nas simulações e os seus parâmetros foram obtidos a partir de dois documentos mais completos, a Nota de Informação Técnica – NIT 002 e a Informação Técnica ITE 50 [17] [15].

Fig 6.11 – Resultados gráficos da análise de condensações internas da hipótese a) [55]

Como se analisa pelos resultados, o caso de revestimento em painel sandwich com um teto interior composto por gesso cartonado e isolamento térmico apresenta um reduzido risco de ocorrência de condensações internas para as características mais desfavoráveis da ambiência do desvão.

Habitualmente os valores dos resultados tabelados e gráficos não são iguais nos 12 meses do ano visto a temperatura e a humidade relativa do ar serem diferentes em cada um deles. No entanto, como nesta análise é simulada a pior situação durante todo o ano, verificar-se-á a mesma probabilidade de ocorrência de condensações em cada um dos doze meses.

Posto isto, a apresentação dos resultados das seguintes simulações consistirá apenas no mês de Janeiro, funcionando como “Mês tipo” e demonstrando o que é expectável em todos os meses do ano.

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b) Revestimento em Painel sandwich e teto interior composto por gesso cartonado, barreira pára-vapor e isolamento térmico

Fig 6.12 - Esquema construtivo do teto interior composto por gesso cartonado, barreira pára-vapor e isolamento térmico da hipótese b) [55]

Fig 6.13 - Características dos elementos que constituem o teto interior na hipótese b) [55]

Fig 6.14 - Resultados da análise de condensações internas da hipótese b) [55]

A incorporação de uma barreira pára-vapor em folhas de polietileno de alta densidade, apresenta um reduzido risco de ocorrência de condensações internas no elemento de análise apesar de aumentar a sua resistência à difusão do vapor de água.

Deste modo, com um revestimento em painel sandwich, o teto interior dificilmente apresenta condensações internas no elemento construtivo abaixo do desvão, quer ele tenha ou não uma barreira pára-vapor na sua constituição.

c) Revestimento em chapa simples de alumínio e teto interior composto por gesso cartonado e isolamento térmico

Fig 6.16 - Esquema construtivo do teto interior composto por gesso cartonado e isolamento térmico da hipótese c) [55]

Fig 6.17 - Características dos elementos que constituem o teto interior na hipótese c) [55]

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Fig 6.19 - Resultados gráficos da análise de condensações internas da hipótese c) [55]

A partir dos resultados anteriores e como a temperatura nesta simulação não varia em relação às anteriores, sendo a humidade relativa o único parâmetro que se diferencia, os resultados continuam a demonstrar um reduzido risco de ocorrência de condensações.

O aumento da humidade relativa devido a esta configuração construtiva tem influência num ligeiro aumento da quantidade de vapor de água na ambiência do desvão e o consequente aumento da pressão.

d) Revestimento em chapa simples de alumínio e teto interior composto por gesso cartonado, barreira pára-vapor e isolamento térmico

Fig 6.20 - Esquema construtivo do teto interior composto por gesso cartonado, barreira pára-vapor e isolamento térmico da hipótese d) [55]

Fig 6.22 - Resultados da análise de condensações internas da hipótese d) [55]

Fig 6.23 - Resultados gráficos da análise de condensações internas da hipótese d) [55]

Com a apresentação destes últimos resultados conclui-se que há pouca probabilidade de ocorrerem condensações internas nas quatro configurações construtivas.