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3 CARACTERIZAÇÃO DO PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU – PE

3.1 Caracterização da área da pesquisa

3.1.2 Condições ambientais

O clima da área de pesquisa é o que se denomina de Semi-árido, com médias térmicas1 anuais oscilando em torno de 23°C; a média das mínimas é 21°C nos meses de julho, e das máximas é 25°C nos meses de dezembro. Tais dados revelam que, ao longo do ano (ciclo anual) as variações de temperatura não são relevantes. O PARNA Catimbau apresenta altitudes de 350m a 1100m, estando as maiores altitudes na parte sudeste da área. Em função dos fatores altitude/exposição, o padrão de precipitação é ligeiramente mais chuvoso que o zonal do sertão, apresentando totais pluviométricos médios anuais entre 650mm e 1100mm (geralmente inferiores a 800 mm/ano), com características bastante irregulares ao longo do ano na sua distribuição temporal e espacial. O período de maior pluviosidade (60% a 75% das chuvas) acontece nos meses de março/abril e junho/julho. Entre setembro e janeiro ocorre o período mais

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Temperaturas médias mensais de Arcoverde, obtidas junto ao Instituto Nacional de Meteorologia - INMET representando toda área do Parque.

seco. A FIGURA 13 apresenta as isoietas de precipitação média anual construídas a partir de dados de 200 postos com registros de pluviometria superior a 30 anos em todo Estado de Pernambuco.

FIGURA 13 – Pluviosidade Média Anual para o Estado de Pernambuco

Em função da irregularidade e dos baixos valores da precipitação pluvial, bem como da constância de médias elevadas de temperatura ocasionando valores de evaporação superiores aos de precipitação, têm-se como resultados gerais um déficit hídrico refletindo na intermitência dos cursos d’água e na vegetação caducifólia típica da caatinga. -42.0 -41.5 -41.0 -40.5 -40.0 -39.5 -39.0 -38.5 -38.0 -37.5 -37.0 -36.5 -36.0 -35.5 -35.0 -34.5 -34.0 Longitude -10.0 -9.5 -9.0 -8.5 -8.0 -7.5 -7.0 La ti tude 400 mm 500 mm 600 mm 700 mm 800 mm 900 mm 1000 mm 1100 mm 1200 mm 1300 mm 1400 mm 1500 mm 1600 mm 1700 mm 1800 mm 1900 mm 2000 mm 2100 mm 2200 mm

Figura 5 - Isoietas Médias Anuais para o Estado de Pernambuco

FIGURA 14 – Mapa das Ecorregiões do Nordeste

Fonte: Seminário de Planejamento Ecorregional, 2001. In: CNRB. Cenários para o Bioma Caatinga. Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga. BRASIL. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente. Recife: SECTMA, 2004.

A chapada de São José, onde está inserida a área da pesquisa, exibe características florísticas e vegetacionais bastante diferenciadas (FOTOS 7, 8 e 9) compondo cinco ambientes distintos: caatinga arbustivo-arbórea; caatinga arbustiva com predominância de elementos de cerrado; caatinga arbustiva com elementos de campos rupestres; vegetação florestal perenifólia e caatinga arbustiva perenifólia.

FOTOS 7, 8 e 9 – Flora típica do PARNA Catimbau

A fauna da região é bem diversificada, apresentando espécies endêmicas, outras em processo de extinção, além de algumas vulneráveis. Estudo preliminar realizado pela SNE (2002) apresenta uma lista de espécies – aves, anfíbios, répteis e mamíferos separados por famílias, alimentação e ambientação.

FOTO 10 – Fauna típica do PARNA Catimbau

Fonte: Araújo, Maia & Siqueira, 2001.

A área do Parque está inserida na Bacia Hidrográfica do rio Moxotó afluente da margem esquerda do rio São Francisco, sendo drenada por rios intermitentes, (que devido o clima da região secam no período de estiagem) afluentes da margem esquerda do rio Moxotó com destaque para o riacho do Mel que corresponde ao limite norte da área em estudo, o riacho Piore no limite sul da área e o riacho dos Campos no limite oeste da área.

Segundo levantamento realizado pela Sociedade Nordestina de Ecologia – SNE (2002) o PARNA Catimbau apresenta diversas classes de solo com predominância espacial para as Areias Quartzosas que ocupa cerca de 72% da área. A estrutura geológica superficial da área possui unidades pertencentes ao embasamento Pré- cambriano, às Bacias Sedimentares de idades paleozóica e cenozóica e pelo

Lineamento Pernambuco ao norte (SNE, 2002)2, estando inserida dentro dos domínios do Planalto da Bacia do Jatobá, constituindo relevos do tipo “cuesta”.

Um trabalho preliminar3 efetuado pela SNE (2002) apontou grande potencial espeológico4 voltado para cavidades areníticas. O trabalho contemplou 9(nove) cavidades cadastradas como grutas e abrigos-sob-rocha.

Tem destaque especial na área do PARNA Catimbau os arcos (macroformas de relevo de interesse espeleológico) na Serra de Jerusalém em local conhecido como

Paraíso Selvagem.

FOTO 11 – Paisagem do Paraíso Selvagem

Autoria: Gislane Rocha de Siqueira, 2005.

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A SNE elaborou um relatório de trabalho apresentando a distribuição e descrição geológica da área com a seguinte metodologia: O mapa geológico da área do Parque Nacional do Catimbau foi elaborado tomando-se por base o Mapa Geológico do Estado de Pernambuco (CPRM, 1980; CPRM, 2001). A área contida dentro da poligonal delimitadora do parque teve os limites das unidades geológicas refinados através de trabalhos de campo, com locação de pontos através de GPS, e refinamento de contato através da utilização de imagens de radar (RADAMBRASIL, 1975) e satélite (Landsat TM5 – cena 215/66, composição 4R3G2B). Para a área localizada fora dos limites do parque, ou nas áreas de difícil acesso, compilaram-se os dados do Mapa Geológico do Estado de Pernambuco (CPRM, 2001), com ajuste de contato através de sensoriamento remoto (imagens de radar e/ou satélite).

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Com o objetivo específico de identificar o potencial e interesse espeleológico da área com vistas à criação de uma unidade de conservação em curto espaço de tempo.

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FOTO 12 - Arco de arenito na região do Paraíso Selvagem

Fonte: SNE, 2002.

As grutas conhecidas como cavernas predominantemente horizontais apresentam pequeno desenvolvimento; entretanto, estudos preliminares indicam potencialmente grande número de cavidades.

Os abrigos-sob-rocha ou abrigos rochosos identificados na região até o momento (mais de duas centenas) apresentam várias dimensões, podendo chegar até 20m de altura, 40m de comprimento e 2m a 5m de profundidade, estando presentes em praticamente todas as paredes areníticas de coloração amarela, vermelha e esbranquiçada da formação Tacaratu.