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ENQUADRAMENTO EMPÍRICO

2. CARATERIZAÇÃO SÓCIOECONÓMICA DA POPULAÇÃO RESIDENTE 1. ATIVIDADE, INATIVIDADE E CONTEXTOS DE INSERÇÃO

3.2. CONDIÇÕES DE ALOJAMENTO DOS AGREGADOS FAMILIARES

No quadro que se apresenta, regista-se em todos os contextos um número reduzido de barracas e casas rudimentares de madeira, sendo os alojamentos familiares clássicos predominantes. Já no que se relaciona com o regime de propriedade dos alojamentos, registam-se algumas diferenças substanciais. No concelho de Sesimbra o número de residentes em alojamentos familiares clássicos e que são proprietários dos mesmos, correspondem a mais de ¾ dos casos (77,5%), sendo que apenas 15,8% residem em alojamentos arrendados. Dentro do concelho é na freguesia da Quinta do Conde que há mais proprietários residentes em casa própria, tendo o mercado de arrendamento uma reduzida expressão, ficando abaixo do valor concelhio. A mesma situação verifica-se na freguesia do Castelo com valores similares, sendo que é na freguesia de Santiago que se regista um maior equilíbrio entre residentes proprietários e residentes em alojamentos arrendados, respetivamente de 52,5% e 41,7%. A Vila de Sesimbra apesar da construção recente de vários empreendimentos de apartamentos, alguns de luxo, no geral corresponde a um território consolidado deste ponto de vista, concentrando também mais alojamentos muito antigos e não dispondo de terreno para permitir expansões construtivas como as que ocorreram na freguesia do Castelo e em muito maior escala na freguesia da Quinta do Conde na última década.

558 888

101 188

Fonte: INE (Anuários Estatísticos da Região de Lisboa, 2003 a 2012)

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Península de Setúbal 2339 2243 2143 2223 1884 1483 925 807 558 341 Sesimbra 255 243 181 242 177 154 110 104 101 59

Quadro 24 – Famílias clássicas em alojamentos familiares, segundo o tipo de alojamento familiar ocupado, regime e o tipo de ocupação dos alojamentos clássicos em 2011

Ainda sobre o regime de propriedade dos alojamentos, verifica-se no concelho um valor ligeiramente superior de situações não especificadas (outra situação) que poderão remeter para uma maior situação de ocupação de alojamentos por empréstimo e/ou cedência temporária, ocorrendo com maior expressão na freguesia do Castelo, na qual existem tradicionalmente muitos alojamentos em regime de ocupação sazonal e ou secundária.

Quadro 25 – Famílias clássicas em alojamentos familiares, segundo as condições de habitualidade em 2011

Quando se analisam as condições de habitabilidade dos agregados familiares segundo as condições dos alojamentos, são muito insignificantes as residências em alojamentos não clássicos, representado um valor muito residual em todas as freguesias.

Já no que se relaciona com a superlotação dos alojamentos ao nível de comparação macro, os territórios de enquadramento apresentam ligeiras diferenças, tendo o concelho de Sesimbra 12,2% de agregados que vivem em alojamentos superlotados, enquanto nos concelhos da Península de Setúbal este valor desce para os 11,8%. Ao nível das freguesias do concelho, a superlotação dos alojamentos familiares clássicos verifica-se com maior expressão na freguesia de Santiago, com 15,3% dos casos. Este valor maior tem como potencial interpretação a existência de fogos mais antigos com tipologias e menores dimensões, que por vezes albergam mais residentes. Esta superlotação pode estar associada ao valor elevado de aquisição e/ou arrendamento que são praticados na sede de concelho, levando muitas vezes as famílias a manterem-se na vila num alojamento pequeno e desadequado para a dimensão do seu agregado ao invés de procurarem adquirir ou arrendar um alojamento com custos mais baixos e com tipologia adequada na freguesia do Castelo. Contudo este valor apesar de ser elevado (15.3%), decresceu substancialmente face a 2001, em que era de 23,6%.

Clássicos Barracas e casas rudimentares de madeira Outros Proprietário ou co-proprietário Arrendatário ou sub-arrendatário Outra situação Grande Lisboa 99,8 0,02 0,1 63,9 30,0 5,9 Península de Setúbal 99,7 0,10 0,2 72,7 21,3 5,7 Sesimbra 99,8 0,02 0,2 77,5 15,8 6,6 Castelo 99,8 0,04 0,1 78,4 13,2 8,2 Santiago 99,7 0,00 0,3 52,5 41,7 5,5 Quinta do Conde 99,9 0,00 0,1 82,3 12,1 5,5

Fonte: INE (Censos de 2011)

Tipo de alojamento familiar Regime de propriedade dos alojamentos familiares clássicos Em alojamentos clássicos superlotados Em alojamentos não clássicos Grande Lisboa 13,9 0,2 Península de Setúbal 11,8 0,3 Sesimbra 12,2 0,2 Castelo 11,4 0,2 Santiago 15,3 0,3 Quinta do Conde 12,2 0,1

________________________________________________________________________________________________________________________ Quando se cruza a tipologia de família (número de núcleos) com a situação perante a atividade económica do representante da família dos agregados no concelho de Sesimbra, deparamo-nos com um equilíbrio entre os que estão empregados e os reformados, respetivamente 44,9% e 42,4%. O elevado peso do número de reformados poderá também traduzir-se numa menor capacidade económica destes no acesso a alojamentos mais adequados à sua situação (com melhores condições de habitabilidade). Na vila de Sesimbra, conforme já foi referido, situa-se o parque habitacional mais antigo e com tipologias de menor dimensão, por vezes desadequadas à condição das pessoas mais idosas (relembrar que em Santiago, 2/3 dos residentes tem mais de 65 anos), o que poderá fazer com que as pessoas se mantenham nas residências de sempre, mesmo com condições mais precárias, pela já mencionada insuficiente capacidade económica. Em muitas situações sendo proprietários ou inquilinos, não dispõem de condições monetárias para realizar obras de recuperação/modernização e/ou poderem vir a pagar rendas mais elevadas após melhoramentos introduzidos pelos arrendatários. É também nesta tipologia que se encontra o maior peso de incapacitados para o trabalho (1,4%) que, na maioria das situações correspondem a pessoas idosas.

Quadro 26 – Famílias clássicas residentes em Sesimbra, segundo a condição perante a atividade económica do representante da família e por tipo de família em 2011

No conjunto das famílias com 1 núcleo, verifica-se que na sua maioria (64,9%) o representante da família está empregado, não obstante o facto de ser também nesta tipologia que se regista o maior peso de desempregados (6%). Por outro lado, nas famílias com dois ou mais núcleos surge também um peso significativo de pessoas reformadas (35,4%) demonstrando um elevado número de famílias em que coabitam no mesmo alojamento núcleos familiares com ascendentes sem atividade económica ativa.

O gráfico que se apresenta mostra-nos a distribuição das famílias segundo a sua dimensão e por nacionalidade. Para além da maioria das famílias ser de nacionalidade portuguesa (18147 do total de 19274 ou sejam 94,2%), há que reter a expressiva dimensão de agregados familiares compostos por 2 pessoas. Estas famílias que poderão ser casais sem filhos, famílias monoparentais com 1 filho ou 2 indivíduos sem relação familiar em coabitação, representam quase 1/3 das estruturas familiares.

O total de famílias residentes estrangeiras representam apenas 726 (5,8% do total) e as provenientes de países da União Europeia e dos PALOP´s são as que apresentam percentualmente maior dimensão quando nos referimos a agregados familiares com 4 pessoas.

É nos agregados familiares com nacionalidades de países do continente americano (maioritariamente do Brasil), que se regista o maior número de famílias compostas por apenas 1 pessoa.

Empregados Desempregados Estudantes Domésticos Reformados

Incapacitados permanentes p/o trabalho

Outros

Famílias sem núcleos 44,9 5,5 0,5 1,9 42,4 1,4 3,4

Famílias com um núcleo 64,9 6,0 0,1 1,3 24,3 0,9 2,6

Famílias com dois ou mais núcleos 52,8 4,7 0,3 2,4 35,4 0,5 3,9

Fonte: INE (Censos de 2011)

Gráfico 15 – Famílias clássicas residentes no concelho segundo a sua dimensão, por nacionalidade em 2011