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2.4 Políticas e Práticas de Gestão de Pessoas e PcD

2.4.4 Condições de Trabalho

As condições de trabalho são um conjunto de práticas que visam fornecer aos funcionários melhores condições físicas de trabalho, bem-estar, saúde e maior segurança (DEMO, 2008). Para Snell e Bohlander (2013, p. 440), as empresas “devem assegurar um ambiente de trabalho que proteja os funcionários de danos físicos, condições insalubres e atos provenientes de outras pessoas que afetem a segurança”. Ainda segundo os autores, “o bem- estar físico e emocional dos funcionários pode ser preservado e até melhorado por meio de programas efetivos de segurança e de saúde” (SNELL; BOHLANDER, 2013, p. 440).

Os programas de saúde e segurança desenvolvidos nas empresas devem se preocupar com a proteção dos seus colaboradores, realizando ações que busquem eliminar ou minimizar os problemas de saúde, os perigos e lesões infligidas pelo sistema de trabalho. Portanto, é de responsabilidade legal dos empregadores promover um lugar seguro e saudável para os funcionários, protegendo-os dos riscos decorrentes do emprego (ARMSTRONG, 2006).

A segurança do trabalho está intimamente relacionada com a prevenção e com a eliminação de acidentes no trabalho. De acordo com Marras (2000), a prevenção de acidentes no trabalho é um programa de longo prazo que objetiva, antes de tudo, conscientizar o trabalhador a proteger sua própria vida e a dos companheiros por meio de ações mais seguras e de uma reflexão constante sobre a descoberta de condições inseguras que possam provocar eventuais acidentes no trabalho.

Para tanto, compete às empresas fomentar um programa de conscientização da segurança que envolva o uso de vários meios, entre eles: existência de comissão interna para prevenção de acidentes, palestras sobre segurança, filmes produzidos comercialmente, vídeos especialmente produzidos e outros meios, como folhetos que ilustram procedimentos de trabalho seguros, aquisição e manutenção de equipamentos de segurança como extintores, iluminação de escadas, saídas de emergência e pisos antiderrapantes (BOHLANDER; SNELL; SHERMAN, 2005; DEMO, 2008; SNELL; BOHLANDER, 2013).

A saúde ocupacional lida com a prevenção de problemas de saúde decorrentes das condições de trabalho. De acordo com Armstrong (2006), os programas de prevenção da saúde no trabalho consistem nos seguintes elementos:

 Medicina do trabalho – medicina preventiva relacionada com o diagnóstico e prevenção de riscos à saúde no trabalho;

 Higiene no trabalho – relacionada a ergonomia e com a medição e controle de riscos ambientais.

Segundo Snell e Bohlander (2013), uma visão ampla da saúde inclui os aspectos emocional e físico da vida de uma pessoa. Dessa forma, problemas emocionais, crises, alcoolismo e uso de drogas são considerados também problemas da empresa, uma vez que eles afetam o comportamento e interferem no desempenho do trabalho (SNELL; BOHLANDER, 2013). A fim de sanar as condições de trabalho prejudiciais à saúde dos funcionários, cabe às organizações a criação de programas de qualidade de vida no trabalho que visam à promoção do bem-estar físico e emocional das pessoas, programas de prevenção de doenças e estresse no trabalho, ambiente arejado, bem iluminado e instalações ergonômicas (DEMO, 2008).

Para Armstrong (2006), são os gerentes que exercem a maior influência sobre a saúde e segurança do trabalho, uma vez que cabe a eles manter uma vigilância constante das condições inseguras. Além disso, são também responsáveis por conscientizar os funcionários dos riscos de saúde e segurança inerentes ao trabalho. No entanto, a importância dessa política e de suas práticas saudáveis e seguras dentro do ambiente de trabalho, ainda são muitas vezes, subestimadas pelos gerentes e administradores das empresas (ARMSTRONG, 2006).

Uma empresa inclusiva busca estar atenta para detectar e prevenir situações de risco, visto que os acidentes de trabalho e as condições inadequadas para a saúde, podem levar muitos funcionários a adquirirem deficiências. Sendo assim, torna-se indispensável a aplicabilidade de práticas preventivas (ALLI et al., 2002). Segundo Leal, Mattos e Fontana

(2013, p. 64), “ainda se encontram dificuldades relacionadas as mudanças que deveriam ser instituídas nas empresas públicas ou privadas e sociedade em geral, tais como rampas, banheiros adaptados, portas mais largas e a valorização do sujeito com deficiência”. Nesse sentido, Almeida, Carvalho-Freitas e Marques (2010) acrescentam que quanto mais as pessoas com deficiência percebem as adaptações nas condições de trabalho, mais elas compreendem a relevância de seu trabalho.

Considerando a importância dessa política para a manutenção da segurança, do bem-estar e da saúde do trabalhador com deficiência, identificou-se na pesquisa realizada por Heinski e Bignetti (2002), que as empresas estudadas além de apresentarem modificações no ambiente organizacional, ainda se preocupam em conceder aos empregados benefícios materiais, educacionais e de assistência a sua saúde. Em conformidade com esse resultado, Silva, Alves e Morais (2012), verificaram que a maioria das empresas analisadas por sua pesquisa realizaram mudanças e adotaram políticas preventivas de segurança diferenciadas para o funcionário com deficiência. Por outro lado, Almeida, Carvalho-Freitas e Marques (2010) relatam em sua pesquisa a ausência de aquisições de instrumentos ou modificações dos locais de trabalho na maioria das organizações estudadas.

Leal, Mattos e Fontana (2013) retratam que, em seu estudo sobre as condições de trabalho voltadas para as PcD, a maioria das PcD pesquisadas não se sente exposta a nenhum tipo de risco que possa fazê-la adoecer ou sofrer algum acidente. Contudo, alguns se referiram ao risco psicossocial, caracterizado pelo estresse, proveniente da pressão no trabalho. Ainda segundo tais autores (2013), como forma de reduzir ao máximo a necessidade de adaptação do posto de trabalho, as empresas selecionam candidatos com o perfil adequado para desempenhar a atividade laboral.