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3.1 CONSOLIDAÇÃO DA POLÍTICA DE INCLUSÃO SOCIAL NO BRASIL

3.1.1 Condicionalidades

Para que as famílias possam receber os benefícios financeiros variáveis do PBF é exigido por lei o cumprimento de determinados compromissos por parte das mesmas, chamados de condicionalidades. São compromissos nas áreas de educação e saúde.

A gestão de condicionalidades é realizada por meio da articulação entre a gestão do PBF e as áreas de saúde e educação. Em resumo, pode ser caracterizada como o conjunto de ações coordenadas entre os Governos Federal, estadual, municipal e do Distrito Federal, com o apoio das Instâncias de Controle Social, visando ao acompanhamento periódico dos compromissos assumidos pelas famílias e pelo poder público (MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE A FOME, 2015).

No quadro 4, pode-se observar as condicionalidade do PBF nas áreas de Educação e Saúde estabelecidos pela Lei Federal nº 10.836/2004 e regulamenta pelo Decreto nº 5.209/2004.

Quadro 4 – Condicionalidades do PBF

ÁREA CONDICIONALIDADE

Condicionalidade de Educação

a) efetivar a matrícula das crianças e adolescentes de 6 a 15 anos em estabelecimento regular de ensino;

b) garantir a frequência escolar de no mínimo 85% da carga horária mensal do ano letivo para crianças de 6 a 15 anos, [...]; e c) garantir a frequência escolar de no mínimo 75% da carga horária mensal do ano letivo para jovens de 16 a 17 anos, [...]; e

d) informar de imediato sempre que ocorrer mudanças de escolas dos dependentes de 06 as 15 anos, para que seja viabilizado e garantido o efetivo acompanhamento da frequência escolar.

Condicionalidade de Saúde

a) inscrever-se no pré-natal e comparecer às consultas nas unidades de saúde mais próximas de suas residência, [...];

b) participar de atividades educativas ofertadas pelas equipes das unidades de saúde sobre aleitamento materno e promoção da alimentação saudável;

c) levar a criança a unidade básica de saúde ou ao local de campanha de vacinação, mantendo atualizado o calendário de imunização; e

d) levar a criança às unidades de saúde, portando o cartão de saúde da criança, para a realização do acompanhamento do estado nutricional, do desenvolvimento e de outras ações.

FONTE: Elaboração Própria com base em Portaria GM/MDS, nº 551 (2005).

Para as famílias cadastradas no PBF e que recebem benefícios financeiros variáveis, é necessário o cumprimento efetivo das condições apresentadas no quadro 4, ou seja, manter o filho com frequência igual ou superior a 85% para crianças de 6 a 15 anos de idades e, para os jovens de 16 a 17 anos de idades, frequência mínima escolar de 75%. Ainda, estabelece os critérios relacionados a saúde, sendo que as famílias que recebem o Benefício Variável devem cumprir.

Para o acompanhamento do cumprimento das condicionalidade do PBF, no ano de 2014 foi publicada a Portaria Interministerial MEC/MDS nº 3.789, de 17 de Novembro de 2004, estabelecendo atribuições e normas para o cumprimento da Condicionalidade da Frequência Escolar no PBF. Posteriormente, no dia 18 de Novembro de 2004 foi publicada a Portaria Interministerial MS/MDS nº 2.509, que dispõe sobre as atribuições e normas para a oferta e o monitoramente das ações de Saúde relativas as condicionalidades das famílias beneficiárias do PBF.

Os três ministérios envolvidos na gestão do PBF (Ministério da Saúde, Ministério da Educação e Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário) passaram a investir no remodelamento das sistemáticas de coleta e registro de informações relativas ao acompanhamento de condicionalidades em suas respectivas áreas de atuação. Para acompanhar as condicionalidades da educação, em 2004 foi implantado o Sistema de Acompanhamento da Frequência Escolar de Beneficiários do PBF, desenvolvido pela Caixa Econômica Federal – CAIXA para o Ministério da Educação. Em março de 2005, o Ministério da Saúde desenvolveu

e implementou o Módulo de Gestão do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional – SISVAN. Os sistemas são alimentados pelos municípios e transmitidos ao governo federal (BATISTA, 2007).

Essas ferramentas foram criadas para facilitar o acompanhamento/fiscalização do cumprimento das condicionalidades pelos órgãos municipais, aos quais, fazem o contato direto com a população local. Ainda, para reforçar a fiscalização pelos municípios no cumprimento das condicionalidades, cada município brasileiro, institui o Conselho Municipal de Assistência Social (COMAS), que tem por finalidade a elaboração da Política Municipal de Assistência Social (PMAS), fiscalizar a execução do Fundo Municipal de Assistência Social (FMAS) e acompanhar a gestão do Programa Bolsa Família.

O trabalho faz estudo descritivo sobre o cumprimento das condicionalidades para efetividade do PBF e toma-se como unidade de análise indicadores de educação e saúde do município de Sumé – PB.

Para viabilizar a coleta dos dados foram utilizados os bancos de dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) e Ministério da Saúde, respectivamente, o Data Social – os dados coletados são relativos ao acompanhamento das condicionalidade de Educação e Saúde estipulados pelo PBF – e posteriormente, Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, onde localizamos o índice de natalidade fetal-infatil. Dos bancos de dados utilizados, foram retirados os indicadores dos três entes da federação, incluindo a região nordeste.

Figura 2 – Faixa de Acompanhamento das Condicionalidades do Programa Bolsa Família

FONTE: Adaptado do Atlas de Desenvolvimento Humano (2017)

Para rotular o índices de acompanhamento das condicionalidade do PBF, será utilizado como parâmetro a metodologia aplicada para classificar o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). O IDHM é um número que varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento humano de uma unidade federativa, município, região metropolitana. No caso específico, quanto mais próximo de 1, maior será o índice de acompanhamento das condicionalidade do PBF pelos municípios (figura 1).

O município de Sumé (PB) está localizado na mesorregião da Borborema, mais precisamente na microrregião do Cariri Ocidental com área de 842,51 km² (oitocentos e quarenta e dois, cinquenta e um quilômetros quadrados), distante 275 km (duzentos e setenta e cinco quilômetros) da Capital João Pessoa (PB). Segundo o Censo de 2010, a população municipal era de 16.060 (dezesseis mil e sessenta) habitantes e estima-se, que no ano de 2016 o município tenha 16.872 (dezesseis mil, oitocentos e setenta e dois) habitante (IBGE, 2017).

De acordo com o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (FIRJAN, 2017), Sumé tem um índice de desenvolvimento moderado em Educação (0,7397 – índice educacional) e Saúde (0,7007 – índice de saúde), sendo que, seu índice de Emprego e Renda é baixo (0,3558 – índice de Emprego e Renda), ocupando a 3791º posição nacional e 87º posição estadual no ranking do IFDM. Ainda, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, classifica o município de Sumé com índice de 0,627, situando o município na faixa de Desenvolvimento Humano Médio (PNUD 2010 apud ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, 2017).

De acordo com o Relatório de Informações Sociais, do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (2017c), o município de Sumé, no mês de dezembro de 2016 tinha um total de 4.478 (quatro mil quatrocentos e setenta e oito) famílias inscritas no Cadastro Único do PBF, das quais: 2.790 com renda per capita familiar de até R$ 85,00; 297 com renda per capita familiar entre R$ 85,01 a R$ 170,00; 618 com renda per capita familiar entre R$ 170,01 a meio salário mínimo; 773 com renda per capita acima de meio salário mínimo. Ainda, de acordo com o relatório, no ano de 2010, estima-se que havia 3.060 (três mil e sessenta) famílias em situação de baixa renda e 2.333 (dois mil, trezentos e trinta e três) famílias pobres.

A pesquisa verificou o cumprimento das condicionalidades estipuladas pelas regras do PBF (quadro 4), posteriormente será verificado as condiconalidades de Saúde, ou seja, o total de famílias com perfil de saúde, o total de famílias acompanhadas nas condicionalidades de Saúde, o índice de total de famílias acompanhadas, segundo as condicinalidades de Saúde do PBF e o número total de mortalidade fetal e infantil nos anos de 2013 a 2015.

Ainda, no item 6, verificou-se o total de crianças e adolescentes, público – alvo das condiconalidades de educação do PBF, o total de crianças e adolescentes acompanhados com frequência escolar igual ou superior a 85%, e por fim, o total de jovens, público – alvo das condiconalidades de educação do PBF e o total de jovens acompanhados com frequência escolar igual ou superior a 75% no período de 2013 a 2015.

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