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Conduta voluntária 2 Resultado involuntário

Crime doloso e crime culposo.

DOLO INDIRETO OU INDETERMINADO

1. Conduta voluntária 2 Resultado involuntário

A partir dessas informações que acabamos de visualizar, já conseguimos resolver algumas questões sobre o tema.

Vamos conferir?!

Ano: 2018 Banca: FUMARC Órgão: PC-MG Prova: FUMARC - 2018 - PC-MG - Delegado de Polícia Substituto NÃO é um elemento do tipo culposo de crime:

A) Conduta involuntária.

B) Inobservância de dever objetivo de cuidado. C) Previsibilidade objetiva.

D) Tipicidade.

Resolução: perceba, caríssimo(a) que, a partir do elementos acima expostos, que compõe o crime culposo, o único que não faz parte do rol é a conduta involuntária. Ademais, você deve lembrar que, conforme estudamos no início da nossa aula, condutas involuntárias ou atos reflexos não são aptos a caracterizar uma conduta e, por isso, está ausente um dos elementos do fato típico, fazendo com que o fato não seja considerado crime (atí- pico).

Gabarito: Letra A.

Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: FUNCAB - 2016 - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil Sobre o crime culposo, é correto afirmar que:

A) sua caracterização independe da previsibilidade objetiva do resultado. B) é dispensável a verificação do nexo de causalidade entre conduta e resultado. C) encontra seu fundamento legal no artigo 18, I, de Código Penal.

D) se alguém ateia fogo a um navio para receber o valor de contrato de seguro, embora saiba que com isso provocará a morte dos tripulantes, essas mortes serão reputadas culposas.

E) há culpa quando o sujeito ativo, voluntariamente, descumpre um dever de cuidado, provocando resultado criminoso por ele não desejado.

Resolução:

a) um dos elementos que compõe o crime culposo é justamente a previsibilidade objetiva do resultado. b) é indispensável a verificação do nexo de causalidade, pois o nexo é inerente ao fato típico.

c) o art. 18, inciso I, trata da figura do crime doloso

d) essas mortes ocorrerão à título de dolo, e não à título de culpa. e) haverá culpa quando houver a quebra do dever de cuidado objetivo. Gabarito: Letra E.

Agora que já analisamos quais são os elementos que compõe o tipo penal culposo, é necessário debru- çarmos sobre as modalidades de culpa.

Vejamos:

IMPRUDÊNCIA NEGLIGÊNCIA IMPERÍCIA

Ocorre concomitantemente com a ação, se manifestando de forma

ativa. Assim, consiste em agir sem precaução, precipitada- mente. P.ex. o indivíduo que du-

rante sua pilotagem, ultrapassa veículo em local proibido.

Essa ocorre quando o sujeito se porta sem a devida cautela, se manifestando de forma omissa e,

ocorrendo antes da conduta. P.ex. o indivíduo que, verificando

que os pneus do seu automóvel estão gastos, inicia uma viagem longa com os pneus nessa condi- ção e vem a causar um acidente.

Trata-se da falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão. Assim, a imperícia deriva da prá- tica de uma atividade, seja comis- siva (ação) ou omissiva, por indiví- duo incapacitado ao ofício, por falta de conhecimento acerca do ato ou por inexperiência. P.ex. um

engenheiro que projeta um imó- vel sem base suficiente e acaba provocando a morte do futuro

morador. Vejamos uma questão sobre o tema:

Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Prova: INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Escrivão de Po- lícia

Considera-se crime culposo quando

A) o agente atinge o resultado delitivo requerido. B) o agente impede que resultado delitivo se conclua.

C) o agente não quer o resultado delitivo, mas assume o risco de se realizar. D) o agente pratica a conduta por imperícia, imprudência ou negligência.

E) o delito se agrava por resultado diverso do pretendido.

Resolução: perceba, meu(a) caro(a) colega, que a questão nos exige ter conhecimento acerca das três modali- dades de culpa que acabamos de estudar, que vêm elencadas no artigo 18, inciso II, do Código Penal. Não es- queça do que sempre digo a você: se familiarize com a letra seca da lei!

a) é a definição do crime consumado;

b) é o instituto do arrependimento eficaz (art. 15, segunda parte, do CP); c) é a definição de dolo eventual;

d) traz as modalidades de crime culposo;

e) é a definição do crime pretrodoloso, aquele que é agravado pelo resultado (art. 19, CP).

Gabarito: Letra D.

Agora que estudamos as modalidades de culpa e as exemplificamos, você precisa ter em mente, meu amigo(a), que no crime culposo há uma quebra do dever de cuidado objetivo, ou seja, o fundamental não é mera provocação do resultado, mas a maneira como ele ocorreu, isto é, se o resultado derivou de alguma das modalidades que acabamos de analisar.

O dever de cuidado objetivo é completado com a noção de previsibilidade objetiva (um elemento do fato típico do crime culposo). Para saber qual a postura esperar do agente, devemos ter em mente o critério do “homem-médio”. Sendo assim, é preciso verificar, antes, se o resultado, dentro daquelas condições, era obje- tivamente previsível (segundo o que normalmente acontece).

Sendo assim, caríssimo(a), não havendo previsão, ou seja, imprevisibilidade do resultado, o agente que age culposamente é isento de responsabilidade, tornando o fato atípico.

Agora, para fecharmos o estudo do crime culposo, você deve saber que o crime culposo é um dos que não

admite a tentativa, salvo na culpa imprópria.

“Certo, professor! Mas o que é a culpa imprópria?”

A culpa imprópria é também conhecida por “culpa por equiparação”. Nesse caso, a culpa surge através de um erro de tipo inescusável (logo mais estudaremos pormenorizadamente) e, também no excesso culposo nas causas excludentes de ilicitude. A culpa imprópria tem essa denominação pelo fato de o agente criminoso pra- ticar uma conduta dolosa, mas, por decorrência da lei, responde pelo resultado à título de culpa.

Outra diferenciação importantíssima que não podemos nos confundir é sobre a linha tênue entre culpa

consciente e dolo eventual. Essa diferenciação é muito cobrada em provas, então, vejamos o que às diferencia.

CULPA CONSCIENTE DOLO EVENTUAL

O agente, prevendo o resultado e, confiando levia- namente em suas habilidades, acha que será capaz

de evitar o resultado.

O agente, prevendo o resultado, mostra-se indife- rente com a sua ocorrência, assumindo o risco de

produzi-lo.

Há, também, a chamada culpa inconsciente, que é a modalidade de culpa na qual o agente não prevê o que era previsível.

Por fim, para fecharmos o presente tópico e avançarmos com nosso estudo, outra informação importan- tíssima diz respeito ao princípio da excepcionalidade do crime culposo.

Por este princípio, um crime só pode ser punido como culposo quando houver expressa previsão legal (art. 18, p.ú, do CP). No silêncio da legislação, a infração penal somente será punida à título de dolo.

Veja essa questão acerca do tema:

Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia

“Existe_________ quando o agente prevê o resultado, mas espera, sinceramente, que não ocorrerá; configura- se _________ quando a vontade do agente não está dirigida para a obtenção do resultado, pois ele quer algo diverso, mas, prevendo que o evento possa ocorrer, assume assim mesmo a possibilidade de sua produção.” Assinale a alternativa que correta e respectivamente completa as lacunas.

A) dolo indireto ... dolo alternativo B) dolo eventual ... culpa consciente C) culpa inconsciente ... culpa consciente D) culpa consciente ... dolo eventual E) culpa inconsciente ... dolo eventual

Resolução: ao lermos atentamente o enunciado da questão, podemos perceber que, quando o agente prevê o resultado, mas espera, sinceramente que não ocorrerá, é o retrato da culpa consciente. Por outro lado, quando o agente, prevê que o resultado possa ocorrer, assume a possibilidade de sua produção, é o retrato do dolo eventual.

Gabarito: Letra D.

Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2014 - PC-SP - Atendente de Necrotério Policial Aquele que antes de praticar o fato até hipotetiza que ele pode ocorrer, mas acredita, sinceramente, que o resultado não se verificará e, portanto, não admite previamente a possibilidade de o resultado advir, comete crime

A) premeditado. B) doloso. C) tentado.

D) intencional. E) culposo.

Resolução: perceba, meu amigo(a), que o enunciado da questão nos traz a seguinte informação: “... ele pode

ocorrer, mas acredita, sinceramente que o resultado não se verificará”. Ao nos depararmos com essa frase,

podemos afirmar, sem nenhum medo de errar, que estamos diante de um crime culposo.

Gabarito: Letra E.

Então, fechamos assim o estudo do dolo e da culpa. Vamos adiante!