• Nenhum resultado encontrado

CONFIABILIDADE DOS INSTRUMENTOS DE CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE, ESTRESSE OCUPACIONAL E BURNOUT

LABORAL E PERFIL DE SAÚDE 173 ANEXO E – QUESTIONÁRIO JOB STRESS SCALE (JSS)

5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

7.2 CONFIABILIDADE DOS INSTRUMENTOS DE CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE, ESTRESSE OCUPACIONAL E BURNOUT

✓ A consistência interna do SAQ se mostrou excelente (0,909);

✓ O instrumento IMB apresentou consistência interna geral adequada, mas com algumas carências (0,669);

✓ Para a escala JSS, o presente estudo obteve valor considerado abaixo do indicado como adequado (0,587). Entretanto, estudos apontam que que seu coeficiente de consistência interna tem se apresentado relativamente baixo com frequência;

7.3 ESTRESSE OCUPACIONAL EM TRABALHADORES DE SAÚDE DE ÁREAS CRÍTICAS E SEMICRÍTICAS NO AMBIENTE HOSPITALAR

✓ Nas áreas semicríticas, o maior percentual de trabalhadores se encontra com alta demanda psicológica (56,1%) e alto controle sobre o trabalho (50,6%);

✓ Nas áreas críticas, os trabalhadores apresentaram resultados semelhantes, ao indicar que a maior parte se encontra com alta demanda psicológica (55,0%) e alto controle sobre o trabalho (62,4%);

✓ Houve associação significativa entre atuar na unidade crítica e ter alto controle (p=0,019); ✓ Nas áreas semicríticas houve prevalência de trabalhadores em alta exigência (N=47;

28,7%);

✓ Nas áreas críticas, a maioria dos trabalhadores se encontra no quadrante de trabalho ativo (N=75; 32,8%);

✓ O quadrante da baixa exigência, considerado o ideal pelo MD-C, foi o terceiro mais prevalente entre trabalhadores das áreas semicríticas (N=38; 23,2%) e o segundo mais prevalente entre trabalhadores das áreas críticas (N=68; 29,7%).

7.4 BURNOUT EM TRABALHADORES DE SAÚDE DE ÁREAS CRÍTICAS E SEMICRÍTICAS NO AMBIENTE HOSPITALAR

✓ Nas áreas semicríticas, prevaleceram os trabalhadores de saúde com médio desgaste emocional (N=57; 34,8%), média despersonalização (N=64; 39,0%) e baixa realização profissional (N=68; 41,5%);

✓ Nas áreas críticas, a maioria dos trabalhadores apresentou baixo desgaste emocional (N=81; 35,4), média despersonalização (N=92; 40,2%) e baixa realização profissional (N=78; 32,3%);

✓ A prevalência de burnout entre os trabalhadores das áreas semicríticas foi de 13,4% (N=22) e nas áreas críticas 8,3% (N=19);

✓ A síndrome se revelou presente em 41 (10,4%) dos participantes (N=393);

7.5 CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE EM ÁREAS CRÍTICAS E SEMICRÍTICAS

✓ A análise do SAQ apontou que os trabalhadores de saúde das áreas semicríticas têm uma percepção negativa da cultura de segurança do paciente (x̅ 63,5; ± 14,4);

✓ Da mesma forma, os trabalhadores de saúde das áreas críticas também apresentaram uma percepção negativa sobre a cultura de segurança do paciente (x̅ 66,5; ±12,7);

✓ Apenas o domínio satisfação no trabalho obteve percepção positiva em ambas as áreas, com média e 80,1 (±17,5) para áreas semicríticas e média de 83,0 (±15,9) para áreas críticas;

✓ Houve associação entre ser trabalhador das áreas críticas e ter percepção mais positiva em relação ao domínio gerência da unidade (p=0,041);

✓ De forma geral, as áreas críticas obtiveram avaliações mais positivas em todos os domínios do SAQ quando comparadas as áreas semicríticas. Contudo, não houve significância estatística para nenhum domínio;

7.6 ASSOCIAÇÕES ENTRE AS VARIÁVEIS DE INTERESSE

✓ Para trabalhadores das áreas semicríticas, houve associação entre percepção negativa da segurança do paciente e não estar satisfeito com o trabalho no setor (p=0,040);

✓ Para trabalhadores das áreas críticas, houve associação entre percepção negativa da cultura de segurança do paciente e não ter filhos (p=0,017), percepção negativa da cultura de segurança do paciente e possuir pós-graduação (p=0,023), e percepção negativa da cultura de segurança do paciente e não saber/não ter pensado em deixar o trabalho (p=0,018);

✓ Nas áreas semicríticas, houve correlação positiva entre idade e tempo de trabalho na atual instituição com a percepção da cultura de segurança do paciente;

✓ Nas áreas críticas, houve correlação positiva para a idade e tempo de formação no atual cargo com a percepção da cultura de segurança do paciente;

✓ Para trabalhadores das áreas semicríticas, houve correlação positiva entre: idade e os domínios de clima de trabalho em equipe (p=0,016), clima de segurança (p=0,006), satisfação no trabalho (p=0,010), gerência da unidade (p=0,000) e do hospital (p=0,003) e condições de trabalho (p=0,021); ter filhos e os domínios de percepção do estresse (p=0,002) e gerência da unidade (p=0,005); maior tempo de formação no carga em que atua e clima de segurança (p=0,050); maior tempo de trabalho na instituição e gerência da unidade (p=0,000) e do hospital (p=0,020); maior tempo de trabalho no setor e percepção do estresse (p=0,040) e gerência da unidade (p=0,000); e, maior número de dias sem folga e percepção do estresse (p=0,017);

✓ Para trabalhadores das áreas críticas, foram encontradas as seguintes correlações: idade e clima de segurança (p=0,009), gerência da unidade (p=0,000) e do hospital (p=0,027) e condições de trabalho (p=0,021); ter filhos e clima e segurança (p=0,004), satisfação no trabalho (p=0,006), gerência da unidade (p=0,005) e do hospital (p=0,019); tempo de atuação na instituição e domínio gerência da unidade (p=0,001); e tempo de atuação no setor gerência da unidade (p=0,010). Houve correlação negativa entre tempo de formação no cargo em que atua e clima de trabalho em equipe (p=0,028);

✓ Houve associação significativa estar em alta exigência e ter percepção negativa sobre a cultura de segurança do paciente entre os trabalhadores de saúde das áreas semicríticas (p=0,006);

✓ Para trabalhadores das áreas semicríticas, houve associação entre ter percepção negativa sobre a cultura de segurança do paciente e ter alta demanda psicológica (p=0,017) e baixo controle sobre o trabalho (p=0,039);

✓ Para trabalhadores das áreas semicríticas, houve associação significativa entre ter percepção positiva sobre o domínio satisfação no trabalho e estar em trabalho passivo (p= 0,012); ter percepção negativa sobre o domínio gerência da unidade e estar em alta exigência (p=0,007); ter percepção negativa sobre o domínio gerência do hospital e estar em trabalho passivo; e, ter percepção negativa para o domínio condições do trabalho e estar em trabalho ativo (p=0,001);

✓ Para os trabalhadores das áreas críticas, houve associação significativa entre ter percepção negativa sobre o clima de trabalho em equipe e estar em alta exigência (p=0,001);

✓ Para trabalhadores de área semicrítica, houve associação significativa entre ter percepção negativa para cultura de segurança do paciente e ter alto desgaste emocional (p=0,005), ter percepção negativa para cultura de segurança do paciente e ter alta despersonalização (p=0,011), e ter percepção negativa para cultura de segurança do paciente e ter baixa realização profissional (p=0,015);

✓ Para os trabalhadores das áreas críticas, houve associação significativa entre ter percepção negativa para a segurança do paciente e ter alto desgaste emocional (p=0,007);

✓ Nas áreas semicríticas, houve correlação baixa e negativa entre desgaste emocional, despersonalização e demanda psicológica com a percepção da cultura de segurança do paciente. Para as variáveis realização profissional e controle sobre o trabalho houve correlação baixa e positiva com a percepção da cultura de segurança do paciente;

✓ Nas áreas críticas, houve correlação baixa e negativa entre desgaste emocional e percepção da cultura de segurança do paciente. Para as variáveis realização profissional e controle sobre o trabalho houve correlação baixa e positiva com a percepção da cultura de segurança do paciente.

A análise multivariada apontou que:

✓ Estar em alta exigência no trabalho elevou em 29% a prevalência de avaliar negativamente a cultura de segurança. Da mesma forma, a presença de burnout elevou em 21%, idade superior a 43 anos em 22%, ter companheiro em 19%, possuir pós-graduação em 21%, e, estar indeciso quanto a deixar o emprego elevou as chances em 19%.