• Nenhum resultado encontrado

CONFIANÇA\COMUNICAÇÃO DA MÃE COM O ENFERMEIRO

CAPITULO I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

CONFIANÇA\COMUNICAÇÃO DA MÃE COM O ENFERMEIRO

Para obtenção das dimensões confiança\comunicação utilizaram-se as questões 15, 18, 19, 20 e com a cotação que a seguir se apresenta:

CONFIANÇA\COMUNICAÇÃO DA MÃE COM O ENFERMEIRO Cotação

- Aceitação\respeito pelos sentimentos e pensamentos da

mãe quando se efectuam ensinos

Nunca ou raramente Algumas vezes A maioria das vezes

0 0 1

- Postura adoptada na observação das mamadas

Cabeça ao mesmo nível da mãe de pé ao lado da mãe De pé ao lado da mãe

Não se preocupa com este aspecto

1 0 0

- Preocupação com o contacto visual e tom de voz na

Nunca ou raramente Algumas vezes A maioria das vezes

0 0 1

Reforço positivo perante o comportamento adequado da mãe e bebé

Nunca ou raramente Algumas vezes A maioria das vezes

0 0 1

Do somatório da cotação parcelar das dimensões resulta o valor global das práticas dos enfermeiros na promoção do aleitamento materno que apresenta um valor mínimo de 0 (zero) e um máximo de 19 (dezanove).

Foram efectuados grupos de corte tendo por base as fórmulas preconizadas por Pestana e Gageiro (2005):

Quadro 1- Classificação das práticas de promoção do aleitamento materno

Pontuação Classificação

<14 Más

14 a 15 Intermédia

> 15 Boas

Pela análise do Quadro 2, e após a reconversão dos dados, verificamos que 50,0% apresentam más práticas de promoção do aleitamento materno, enquanto apenas 14,5% apresentam boas práticas.

Quadro 2- Classificação das práticas de promoção do aleitamento materno

Classificação N %

Más 38 50,0

Intermédia 27 35,5

Boas 11 14,5

4.4. - PROCEDIMENTOS

Neste capítulo apresentamos os procedimentos efetuados, tendo em conta o respeito pela dignidade humana dos participantes e a garantia do rigor ético deste estudo. Assim, foi nossa preocupação garantir o anonimato, a confidencialidade, e a liberdade de participação e de opinião através de um conjunto de condutas e que compreenderam várias fases distintas:

O pedido para a aplicação do questionário ao Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Baixo Vouga e respetiva autorização da mesma. (Anexo II)

O pedido de autorização aos Diretores dos serviços onde o questionário foi aplicado. (Anexo III)

Cada questionário foi precedido por uma carta de explicação do estudo, onde é solicitada a participação voluntária e assegurado o anonimato e confidencialidade dos dados. (Anexo IV)

Após termos obtido autorização por parte da instituição, deu-se início à aplicação dos questionários que decorreu no período compreendidoentre Março e Abril de 2012.

Efetuamos um contacto prévio com as enfermeiras chefes dos respetivos serviços para lhes dar conhecimento do nosso estudo e solicitar a sua colaboração. Os questionários foram entregues às enfermeiras chefes e restituídos em envelope fechado após o seu preenchimento.

4.5. - ANÁLISE DOS DADOS

Para sistematizar e dar maior ênfase aos dados recolhidos procedemos á análise e interpretação dos resultados, através da análise estatística descritiva e análise inferencial. Nas questões com respostas abertas recorremos à análise de conteúdo com elaboração de categorias.

Na estatística descritiva utilizamos frequências absolutas (N) e percentuais (%), e medidas de tendência central (médias e o limite mínimo e máximo), medidas de variabilidade ou dispersão (desvio padrão e coeficiente de variação), as medidas de assimetria e achatamento segundo o valor de Skewness e kurtose e os coeficientes como

coeficiente de Alfa de Cronbach. A medida de assimetria Skewness (SK) obteve-se através do quociente entre SK com o erro padrão (EP). Se SK/EP oscilar entre -2 e +2, a distribuição é simétrica, enquanto se SK/EP for inferior a -2, a distribuição é assimétrica negativa ou enviesada á direita e se SK/EP for superior a +2, a distribuição é assimétrica positiva ou enviesada á esquerda (PESTANA e GAGUEIRO, 2005). Para medidas de achatamento curtose (k), o resultado também se obtêm através do quociente com o erro padrão. Se o valor K/EP oscilar entre -2 e +2 a distribuição é mesocúrtica, mas se K/EP for inferior a -2, a distribuição é platicúrtica e para K/EP superior a +2, a distribuição é leptocúrtica (PESTANA e GAGUEIRO, 2005).

Relativamente à análise inferencial, e tendo como objectivo o estabelecimento de relações entre variáveis, foram aplicados vários testes estatísticos, referidos por Pestana e Gageiro (2005):

- Test t de Student ou Teste de Mann-Whitney- para amostras independentes, para comparação de médias de uma variável quantitativa em dois grupos de sujeitos diferentes e quando se desconhecem as respectivas variâncias populacionais;

-Teste de Mann-Whitney- é um teste alternativo ao teste para duas amostras independentes, comparando o centro de localização das duas amostras, como forma de detectar diferenças entre as duas populações correspondentes. Este teste é de utilização preferível ao teste T quando há violação da normalidade, ou quando os n´s são pequenos, ou ainda quando as variáveis são de nível pelo menos ordinal;

- Teste ANOVA (Analysis of Variance) ou Teste Kruskal-Wal – é uma extenção do teste T de Student que permite comparar mais de grupos em estudo. Todavia, quando se testa a igualdade de mais de duas médias e , dependendo da natureza nominal ou ordinal do factor, recorre-se habitualmente ao teste Post Hoc, para saber quais as médias que se diferenciam entre si.

- Teste Kruskal-Wal - é um teste não paramétrico aplicado a variáveis de nível pelo menos ordinal, e é também uma alternativa o One – WayAnova utilizado quando não se encontram reunidos os pressupostos deste último, que são a normalidade e igualdade de variâncias. Este teste usa-se para testar a hipótese de igualdade no que se refere a um parâmetro de localização;

- Teste de Qui-Quadrado (x2) para o estudo de relações entre variáveis nominais,

aplicando-se a uma amostra em que a variável nominal tem duas ou mais categorias, comparando as frequências observadas com as que se esperam obter no universo para se inferir sobre a relação existente entre as variáveis. Se as diferenças entre os valores

observados e esperados não se considerarem significativamente diferentes, o valor do teste pertence á região de aceitação e as vaiáveis são independentes, caso contrário, rejeita-se a hipótese de independência, ou seja, os valores do teste pertencem á região crítica (PESTANA e GAGEIRO, 2005). Efectuaram-se também testes de Qui-quadrado com análise de residuais ajustados para identificação dos valores significativos, pois como referem Pestana e Gageiro (2005), os resíduos ajustados na forma estandardizada informam sobre células que mais se afastam da independência entre as variáveis ou os valores elevados dos resíduos indicam uma relação de dependência entre as variáveis.

Para a análise inferencial utilizamos os seguintes níveis de significância Pestana e Gajeiro (2005):

Segundo D’ HAINAUT (1992) podem ser definidos os seguintes níveis de significância:

p 0.05* estatística significativa

p 0.01** estatística bastante significativa

p 0.001*** estatística altamente significativo

p 0.05 n.s. não significativo

Os dados obtidos foram tratados informaticamente, utilizando o IBM Statistical

Package for the Social Sciences (SPSS), 20.0 para Windows.

A apresentação dos dados foi feita através de tabelas de modo a facilitar a sua compreensão, com omissão das fontes em virtude de estes se referirem sempre ao presente estudo.

Após estas considerações metodológicas, irá ser abordada, no capítulo seguinte a apresentação dos resultados.

5. – RESULTADOS

De acordo com Polit e Hungler (1995, p. 225) “os dados obtidos no decorrer da pesquisa não respondem, em si e por si, às indagações de pesquisa nem testam as hipóteses. Esses dados precisam de ser processados e analisados, de alguma forma estatística, de modo a que possam ser detectadas tendências e padrões”.

Neste capitulo a análise dos dados colhidos será traduzida em categorias ou formas numéricas, recorrendo para isso à estatística descritiva e à estatística inferencial.

A estatística descritiva é a primeira a ser utilizada e consiste na análise exploratória dos dados, destacando os mais relevantes para o estudo, desde que congruentes com os objectivos e tendo como principal fim a redução dos dados.

5.1. – ANÁLISE DESCRITIVA

Neste subcapítulo pretendemos decompor os diversos dados obtidos procedendo à sua interpretação. Em primeiro lugar apresentamos a caracterização psico-profissional dos participantes.

Pela tabela 2 verificamos que a maioria dos enfermeiros que constituem a amostra fez formação como conselheiro do aleitamento materno (40,7%) e quanto à formação como promotor do aleitamento materno o resultado é igualmente representativo mas percentualmente mais baixo (35,5%).

Ainda pela análise da tabela 2, constatamos que a maior parte dos participantes apresentam-se muito motivados para a promoção do AM (92,1%), sendo nulo o número de enfermeiros nada motivados. Da análise de conteúdo efetuada às justificações referidas pelos enfermeiros para se sentirem motivados na promoção do aleitamento materno, verifica-se que apresentam como justificação as “vantagens do AM” (66,0%), citando ainda outras justificações com “mudar crenças sobre o aleitamento materno” (18%) e “práticas do aleitamento materno” (16%).

Tabela 2 - Distribuição dos enfermeiros segundo a sua caracterização psico-profissionais

Variáveis %

P5 - Formação como conselheiro do aleitamento materno Sim Não 31 45 40,7 59,3 Total 76 100,0

P6 - Formação como promotor do aleitamento materno Sim Não 27 49 35,5 64,5 Total 76 1000,0

P7 - Motivação para promoção do AM

Nada Motivado 0 0,0

Pouco Motivado 6 7,9

Muito Motivado 70 92,1

Total 76 100,0

Seguindo a estrutura das dimensões que abrangem as práticas relativas à promoção do aleitamento materno, apresentamos os resultados referentes às perguntas enquadradas nessas dimensões. Assim, pela análise da tabela 3 observamos a dimensão incentivo ao aleitamento materno, constituída pelas questões 9,10,11 e 16.

Observamos que a maioria da amostra aconselha que o horário das mamadas seja recomendado quando o bebé mostra sinais de fome (98,7%) e o uso da chupeta é desaconselhado a maioria das vezes (61,8%). Perante o ingurgitamento mamário dos primeiros dias, a medida mais aconselhada é fazer mamadas frequentes (76,3) e verifica-se que é dada importância aos sinais de pega correta da mama pelo bebé a maioria das vezes (92,1%).

Tabela 3 - Distribuição dos enfermeiros em relação ao incentivo ao aleitamento materno P9 – Que conselhos dá em relação ao

horário das mamadas?

N %

Em horário rígido 1 1,3

Quando chora 0 0,0

Quando mostra sinais de fome 75 98,7

Total 76 100,0

P10 – Desaconselha o uso de chupeta?

Nunca ou raramente 12 15,8

Algumas vezes 17 22,4

A maioria das vezes 47 61,8

Total 76 100,0

P11 – Perante o ingurgitamento mamário dos primeiros dias que medidas toma?

Aplicar calor húmido 44 57,9

Extrair leite com extrator 40 52,6

Aconselha mamadas frequentes 58 76,3

Suspender a amamentação 0 0,0

Outro 20 26,3

Total 76 100,0

P16 – Importância e sinais da pega correta da mama pelo bebé

Nunca ou raramente 0 0,0

Algumas vezes 6 7,9

A maioria das vezes 70 92,1

As práticas dos enfermeiros relacionadas com a dimensão promoção do aleitamento materno são verificadas através das questões 8, 12,14 e 17 que podem ser analisados através da tabela 4.

Pela análise da tabela conclui-se que mais de metade dos enfermeiros aconselha o aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses (55,3%), a grande maioria (82,7%) referem que quando o queixo do bebé toca a mama é indicativo de práticas que revelam boa pega. Relativamente aos “Dez Passos Para o Sucesso do AM”, verificamos que os profissionais referem integrar apenas alguns passos (52,6%), justificando como condicionante principal “a dificuldade de implementação por complexidade de alguns passos” (20,0%), apesar de admitirem que são medidas promotoras de sucesso do AM (30,0%). Outras justificações referem-se à falta de condições da instituição\serviço (17,5%), à necessidade de formação e conhecimentos nesta área (12,5%), ao uso de chupeta\mamilo de silicone\tetina (12,5%) e ao uso de leite artificial ou sacarose (7,5%).

Ainda referente aos dados da pergunta 17, verificamos que os enfermeiros na maioria das vezes (92,1%) informam as mães sobre as vantagens do aleitamento materno, e pela análise das respostas apuramos que é uma forma de motivação para a amamentação (52,4%) e uma forma de esclarecer duvidas\ aprofundar conhecimentos (47,6%).

Tabela 4 – Distribuição dos enfermeiros relativamente à promoção do aleitamento materno P8 – Até que idade aconselha o

aleitamento materno exclusivo N

% 4 Meses 1 1,3 6 Meses 42 55,3 12 Meses 7 9,2 24 Meses ou mais 26 33,2 Total 76 100,0

P12 – Práticas que revelam boa pega?

O queixo do bebé toca a mama 62 82,7 As bochechas do bebé fazem “covinhas” 11 14,6 A boca do bebé não apanha a maior parte

da aréola e pode ver-se a mesma quantidade de aréola acima e abaixo da boca do bebé

2 2,7

Total 75 100,0

P14 – Integra os denominados “Dez Passos Para o Sucesso do AM”?

Sim 31 40,8

Não 5 6,6

Apenas alguns passos 40 52,6

Total 76 100,0

P17 – Informa sobre as vantagens do AM

Nunca ou raramente 0 0,0

Algumas vezes 6 7,9

A maioria das vezes 70 92,1

Total 76 100,0

A protecção/apoio da amamentação é uma dimensão analisada através das questões 13,21,22 e 23 cujos resultados estão especificados na tabela 5.

O facto de a mãe ser portadora de HIV (81,6%) é a situação mais referenciada como motivadora do desaconselhamento ou não recomendação do AM.

A maioria das vezes (90,8%), os enfermeiros demonstram disponibilidade, atenção e apoio, justificando esta opção por a considerar como sendo uma medida de apoio\motivação (51,3%) e forma de esclarecimento de dúvidas (23,1%), considerando no entanto que há falta de condições (25,6%) para implementar esta prática.

Relativamente à preocupação com a intimidade da mulher, tentando não tocar na mãe nem no bebé quando ajuda nas mamadas, os profissionais algumas vezes (57,9%) têm esta preocupação, apesar de justificarem como sendo uma atitude de ajuda (33,3%), apesar de considerarem que a mulher tem direito à intimidade/ética (58,3%), informam também a maioria das vezes sobre os direitos em relação à amamentação (56,6%).

Tabela 5 – Distribuição dos enfermeiros em relação à protecção\apoio da amamentação P13 – Perante que situação desaconselha

ou não recomenda o AM?

N %

Documentos relacionados