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CONFIRMAÇÃO DAS HIPÓTESES

No documento Adm 464 ónica Inácio (páginas 57-61)

PARTE II – INVESTIGAÇÃO DE CAMPO

6.2. CONFIRMAÇÃO DAS HIPÓTESES

A resposta elaborada para cada uma das hipóteses colocadas tem como base o descrito na revisão literária e a análise dos resultados obtidos nas entrevistas, assim como, de toda a parte teórica.

6.2.1. Hipótese 1: A aplicação da GPO à GNR tem implicações na

forma como é estruturado e implementado o Plano e o Relatório

de Actividades.

Atendendo à análise das perguntas n.os 3, 4, 5, 6 e 8 constata-se que a hipótese é

validada. A aplicação da GPO à GNR implica a elaboração do Plano e do Relatório de Actividades de acordo com o que está legalmente estabelecido.

Anteriormente, à obrigatoriedade da implementação do sistema de GPO, existia um Plano e um Relatório de Actividades na GNR que estava estruturado segundo as necessidades do modelo de gestão em vigor.

No seio da GNR, só algumas das chefias se preocupavam em elaborar, separadamente, determinados documentos que por vezes tinham a designação de Planos de Actividades, contudo, os mesmos não possuíam as formalidades legais que são exigidas, bem como, os objectivos e os valores que contemplassem toda a estrutura da GNR.

Capítulo 6 – Conclusões e Recomendações

Para além deste documento, também era elaborada uma directiva de planeamento do Comandante-Geral, que funcionava como um Plano de Actividades, e onde se definiam as grandes linhas orientadoras para o ano seguinte.

O Relatório de Actividades era um documento estruturado numa vertente de actividades operacionais onde os recursos financeiros e humanos eram secundários. Este relatório descrevia as actividades operacionais comparadas com os anos anteriores, dando a noção dos fenómenos internos e externos que estavam a surgir e dos que estavam em retracção. Havia também análises de dados comparativos com os anos anteriores, identificação de lacunas, análise de fenómenos criminais. O qual, servia de base à elaboração do Relatório Anual de Segurança Interna, que contemplava todas as forças e serviços de segurança. Neste modelo não existia a sistematização da execução dos objectivos/actividades acabando por ser feito, mas de uma forma casuística e menos formal. Estes eram considerados instrumentos auxiliares à gestão, uma vez que, havia serviços que faziam e outros que não.

Com a entrada em vigor da Lei n.º 66-B/2007, de 28 de Dezembro, implementou-se uma nova forma de avaliação no seio da Administração Pública, efectuada em cascata. Desta forma, passou a abarcar a avaliação do Serviço em si (SIADAP 1), como também, dos seus dirigentes (SIADAP 2) e colaboradores (SIADAP 3). Assim, se deu inicio à GPO, a nova realidade de gestão pública em Portugal.

Devido à necessidade de instituir um novo modelo de gestão pública determinada por objectivos, orientada para os resultados e com instrumentos de gestão necessários para actuar e responsabilizar, o Plano e o Relatório de Actividades passaram a ser instrumentos obrigatórios e estruturados de forma a assegurar a GPO e a avaliação do desempenho da GNR, sendo elaborados de acordo com o modelo definido no Decreto- Lei n.º 183/96, conjugado com a Lei n.º 66- B/2007, de 28 de Dezembro.

Para reforçar os objectivos plasmados no Plano de Actividades de cada Serviço foi criado o QUAR. No que respeita ao Relatório de Actividades, este, passou a contemplar o balanço social e a auto-avaliação do serviço, indo desta forma em linha de conta com os objectivos traçados no Plano e no QUAR.

Ressalvar, que devido às especificações de cariz militar da GNR ainda não foi possível, implementar o SIADAP 2 e 3 para os militares da Guarda, estando neste momento a ser efectuado uma reformulação do Regulamento de Avaliação do Mérito dos Militares da Guarda Nacional Republicana.

Para uma melhor interligação da GPO com o Plano e o Relatório, seria de extrema importância a implementação de uma ferramenta informática que fosse transversal a toda a estrutura hierárquica da Guarda.

Capítulo 6 – Conclusões e Recomendações

A REFORMA DA GESTÃO FINANCEIRA: O PLANO E O REATÓRIO DE ACTIVIDADES COMO INSTRUMENTOS DE GESTÃO

6.2.2. Hipótese 2: O Plano e o Relatório de Actividades estão

coerentes com o QUAR e o Orçamento da GNR.

Esta hipótese é validada com base na análise da pergunta n.º 2. No Plano de Actividades da GNR é definido a estratégia da organização para o ano seguinte, interagindo com a sua missão geral e de cada unidade orgânica bem como da visão e dos valores que a representam. Neste instrumento de gestão, estão discriminados: os objectivos a atingir, os programas a realizar e os recursos a afectar, que após aprovação do Ministro da Tutela, fundamentará a proposta de orçamento a apresentar em sede da elaboração do Orçamento de Estado. Assim, poder-se-á aferir, por um lado, que o Plano de Actividades é coerente com o Orçamento de Estado, facto importante devido à necessidade de financiamento das actividades a desenvolver com vista a atingir os objectivos definidos e os resultados pretendidos. Como também, com o QUAR, instrumento de gestão que permite medir os objectivos através de indicadores que visam avaliar o desempenho da organização e dos seus colaboradores, sendo que os objectivos em causa, advêm de uma negociação entre o Serviço e um representante do Ministério, como também, só têm em conta uma parte de todos os objectivos e atribuições do Serviço.

Assim poder-se-á dizer que, apesar do QUAR ser elaborado em Dezembro, os seus objectivos estratégicos e operacionais provêm de uma área chave dos objectivos definidos no Plano de Actividades, de acordo com as Políticas Públicas e as Grandes Opções do Plano, o qual, por sua vez, se encontra coerente com o Orçamento, já que este não é mais que a quantificação do respectivo Plano, tendo por limite o plafond atribuído pela Tutela.

No que diz respeito ao Relatório de Actividades efectuado pela GNR, constata-se que o mesmo é elaborado de acordo com as regras do Decreto-Lei n.º 183/96, 27 de Setembro, e da Lei n.º 66- B/2007, de 28 de Dezembro, o que, possibilita a análise dos objectivos delineados no Plano de Actividades, e da sua quantificação no Orçamento, bem como, o estudo dos resultados alcançados e dos desvios verificados no âmbito do QUAR.

6.2.3. Hipótese 3: O actual sistema de gestão da GNR revela-se

adequado por apresentar as fases e instrumentos de um ciclo de

gestão alinhados com o SIADAP.

A hipótese é validada com base nas perguntas n.os 13, 14 e 15. O actual sistema de

gestão implementado na GNR encontra-se adequado às fases e aos instrumentos do ciclo de gestão emanados na Lei n.º 66-B/2007, 28 de Dezembro.

Capítulo 6 – Conclusões e Recomendações

Conforme o apresentado na Parte I do presente trabalho, bem como, a análise efectuada às diversas entrevistas e aos apêndices, é possível constatar que a GNR possui um Plano de Actividades, no qual, é referenciado a missão, as atribuições e os valores da actividade da Guarda e que a partir deste é elaborado o Orçamento, conjuntamente com o mapa de pessoal.

Que com base no QUAR é efectuada uma monitorização dos objectivos, estratégicos e operacionais, chaves para a missão da Guarda, no qual, está subjacente o SIADAP 1. E que para efeitos de controlo de gestão, é elaborado o Relatório de Actividades, com uma demonstração qualitativa e quantitativa dos resultados alcançados, bem como, o balanço social e a auto-avaliação do serviço.

No que diz respeito ao SIADAP 2, pode-se referir que o Comandante-Geral da Guarda e os restantes dirigentes superiores possuem Carta de Missão atribuída, tendo em conta os objectivos estratégicos plurianuais determinados superiormente.

Relativamente ao SIADAP 3, constata-se que o mesmo é efectuado em pleno ao pessoal civil que se encontra em funções na Guarda.

Quanto aos dirigentes intermédios e aos restantes militares, a avaliação de desempenho de acordo com os parâmetros do SIADAP 2 e 3, respectivamente, encontra-se a aguardar a conclusão da reformulação do Regulamento de Avaliação do Mérito dos Militares da Guarda Nacional Republicana.

Salientar que apesar do n.º 1 do artigo 8º da Lei n.º 66-B/2007, 28 de Dezembro, referir como se articula o SIADAP ao ciclo de gestão de cada serviço da Administração Pública, não se pode considerar como sendo esta a sequência lógica e obrigatória do ciclo de gestão. Exemplo desta afirmação, é o facto da Lei n.º 66-B/2007, 28 de Dezembro, fazer referência à aprovação do Orçamento (alínea b) do nº1 do artigo 8º) e só depois frisar a elaboração e a aprovação do Plano de Actividades (aliena b) do nº1 do artigo 8º), indo contra ao disposto no n.º 2 do artigo 1º do Decreto-Lei n.º 183/96, de 27 de Setembro, o qual, refere que após a aprovação do Plano de Actividades pelo ministro competente, este, fundamentará a proposta de orçamento.

6.2.4. Hipótese 4: Existe uma articulação entre os diferentes níveis

de decisão (estratégica, de gestão e operacional).

Através da análise de conteúdo das perguntas n.os 10, 11 e 15, esta hipótese encontra-se

validada. A nível da elaboração dos vários instrumentos de gestão da GNR que compõem o ciclo de gestão, constata-se a existência de uma articulação entre o nível de decisão estratégico e o nível de gestão, sendo neste nível, nas diversas direcções e

Capítulo 6 – Conclusões e Recomendações

A REFORMA DA GESTÃO FINANCEIRA: O PLANO E O REATÓRIO DE ACTIVIDADES COMO INSTRUMENTOS DE GESTÃO

divisões que compõem a estrutura hierárquica da GNR, que se procede à reunião dos dados e informações necessárias para a elaboração do Plano e do Relatório de Actividades, mapa de pessoal, orçamento, balanço social, carta de missão, QUAR, que irão servir de suporte à tomada de decisão do nível estratégico da Guarda.

Relativamente às fontes de informação que alimentam todos os instrumentos de gestão é de salientar a existência de uma articulação desde o nível operacional até ao nível estratégico na medida em que toda a informação produzida pelo nível operacional por meio da elaboração, por exemplo, de SITREP’s, RELIM’s, BIA’s, BAC’s, vão ser recebidos e tratados pelo nível de gestão para ajudar os comandantes superiores na tomada de decisão.

Importa enaltecer que devido à estrutura de dimensão impar da GNR, não é possível e caso fosse nem era viável, devido a constrangimentos temporais, que todos dos níveis de decisão participassem numa forma activa na elaboração e monitorização dos instrumentos de gestão.

Tendo por base o que foi referido, é possível constatar a existência de uma articulação entre os diferentes níveis de decisão, contribuindo cada um, de forma diferente, para o ciclo de gestão da GNR.

No documento Adm 464 ónica Inácio (páginas 57-61)

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