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Conflitos durante o processo de compra familiar

6. RESULTADOS

6.2 ANÁLISE DAS ENTREVISTAS COM OS PAIS

6.2.4 Conflitos durante o processo de compra familiar

Lawlor e Prothero (2011) reconhecem que quando um dos pais recusa a compra para um filho surge aí o conflito entre eles, mas afirmam que isso é parte inevitável da infância e da interação em família. Essa interação ajuda a socializar as crianças para a realidade comercial do mercado em termos de comportamentos, valores, recursos e restrições da família.

Para Mattos (1988) o conflito nas relações familiares pode ser benigno ou maligno. As formas benignas podem estimular o crescimento quando forem mobilizadas as forças construtivas de cada um dos elementos do grupo, favorecendo o equilíbrio emocional das

relações estabelecidas, porém, se durante o conflito surgirem elementos destrutivos, haverá de se questionar sobre que condições e com quais recursos se poderá readquirir o equilíbrio. Mattos (1988) frisa que esse equilíbrio resulta do grau de integração que seus membros tiverem alcançado dentro do sistema familiar e principalmente pela capacidade dos pais em assumir e desempenhar seus papeis.

Para demonstrar os resultados dos conflitos nas famílias, optou-se em apresentá-los em forma de quadro para não se tornar um texto repetitivo e cansativo, pois as estratégias utilizadas são bastante semelhantes. No quadro 9 demonstram-se os resultados das famílias entrevistadas, destacando ou não a existência de conflito, a frequência que ocorre, qual estratégia os pais utilizam para resolvê-lo e qual a reação da criança diante disso.

6.2.4.1Análise das oito famílias entrevistadas

Quadro 9: Conflitos familiares

Tipo de família Conflito Frequência Estratégias dos pais Reação das crianças

F1 Mono

parental/mãe

Sim Às vezes Negociação e

imposição do não

Aceitam com descontentamento.

F2 Mono parental/pai Sim Às vezes Negociação Aceita razoavelmente

bem

F3 Tradicional Sim Às vezes Imposiçãodo não

enegociação para outro momento

Aceita, fica triste.

F4 Tradicional Sim Às vezes Imposição do não Aceita e negocia para

uma próxima vez.

F5 Tradicional Sim Às vezes Negociação Aceitam e ficam

bravos algumas vezes.

F6 Tradicional Sim Às vezes Conversa e

negociação

Aceita, mas em termos de alimentos burla as regras.

F7 Mono

parental/mãe Sim Sempre Conversa e negociação Aceita com indignação e

frustração, recorre ao pai e avôs.

F8 Mono parental/pai Sim Sempre Conversa e

negociação

Aceitarazoavelmente porem em algumas vezes prevalece sua vontade,em outras

recorre à mãe. Fonte: Elaborado pela autora (2015)

Os dados mostram que existem conflitos entre pais e filhos na decisão de compra, ficando mais evidente em algumas famílias, mais intrínseco em outras. A estratégia mais adotada pelos pais é a negociação, obtendo das crianças diferentes reações em cada família. Algumas aceitam bem, outras ficam tristes e aceitam, outras ficam indignadas e frustradas.

Para Lawlor e Prothero (2011), onde os pais recusam-se a comprar, os filhos indicam sentimentos de decepção e resignação á curto prazo.

As crianças de famílias mono parentais tentam conseguir o que querem recorrendo a outros membros da família, deixando os pais inseguros e desnorteados em relação aos limites, os quais reconhecem claramente que existem vantagens e desvantagens para os filhos nessa situação.

6.2.5 Opinião dos pais a respeito da influência das crianças

Os pais foram questionados a respeito da forma como veem a influência das crianças atualmente e qual sua opinião geral a respeito disso, também para verificar se percebiam isso de forma positiva ou negativa nas famílias e na sociedade de consumo onde estão inseridos.

No quadro 10 são expostos relatos das oito famílias participantes da pesquisa, os quais foram colocados dessa forma com o propósito de exemplificar as ideias expostas pelos pais.

Quadro 10: Opinião dos pais a respeito da influência das crianças Famílias

Participantes

Relatos de Mães e Pais

Família 1 Elas influenciam bastante, mas a gente precisa estar sempre educando, fazendo nosso papel de pais, educar. Já influenciam de todas as maneiras, no alimento, por exemplo, tem que estar educando para se alimentarem de uma maneira mais saudável e a escola também ajuda nisso. Vejo a influência delas como positiva, por exemplo, na compra de um novo celular, eles estão por dentro do que nem têm ainda aqui, eles já sabem tipo de produtos, preços, etc. (Participante M1).

Família 2 Um dado irrefutável é a culpa dos pais, como eles não tem tempo para os filhos, eles sempre se sentem culpados pelo fato deles não terem amadurecido, as pessoas hoje não são muito maduras, elas vão lá e são egoístas, suprem a criança despejando algumas coisas através de uma aquisição. Dificilmente suprem sua culpa dando seu tempo, mas sim coisas... Vejo isso meio geral, os pais têm

muita culpa e tentam suprir isso com produtos. Sobre a influência das crianças na família acho bom que elas sejam ouvidas, desde que a interlocução com elas seja madura também, que os pais não se coloquem no mesmo nível, afinal de contas a autoridade é tua. (...) Uma certa vez, fui viajar por uns quinze dias e antes disso comprei um brinquedo caríssimo para ele e eu sabia que estava fazendo isso como uma compensação, já que vou viajar e ficar longe dele vou comprar essa coisa grande que ele tá me pedindo. Só que ele não brincou muito com aquilo, não se tornou parte do dia a dia dele, brincou algumas vezes e depois deixou aquilo lá (Participante P2).

Família 3 Eu acho que as crianças estão extremamente poderosas ao estarem sendo super apoiadas pelo pai ou pela mãe, vejo os casais em pouca sintonia, as crianças dando opiniões, hoje os adultos muito atrapalhados, acho que tão crianças quanto essas crianças (...) as crianças estão sentadas no banco de trás, mas estão guiando os pais (...) e isso dá muita insegurança, por um tempo parece que é bom, mas vejo crianças querendo ter prazer e resolver as coisas imediatamente, que é uma preocupação que eu tenho, como se frustrar e aprender a lidar com a frustração, acho que minha filha se frustra pouco, então acho que isso é um grande erro, que os adultos estão colocando as crianças num lugar muito especial (...) porque mais adiante vai ter consequências muito graves, justamente pela dificuldade de ensinar, então acho que isso é um problema que a gente vai ter mais adiante (...) tu termina delegando um poder (...) os pais tão se eximindo da responsabilidade(Participante M3).

Os pais não têm muito controle sobre os filhos porque não têm tempo, porque não aguenta, ou porque não tem condições de ter filhos (...) acho assim, são crianças sem limites (...) cedo já aprender o limite, eles precisam de limites, uma criança que não tem limite, os pais não tem limites, é um aprendizado geral (participante P3).

Família 4

Eu acho que a criança virou muito o centro da família e não mais um membro da família entendeu? Quando ela virou o centro, ela decide as coisas né? Ela decide o que a família vai comprar, ela decide onde é que a família vai, o que a família vai fazer ou deixar de fazer... uns anos atrás as crianças eram apenas membros integrantes da família e agora ela virou o centro de atenção, se ela virou o centro de atenção ela decide, ela decide compra, passeio, ela decide tudo, acho que vai chegar um ponto que a gente vai ter que entrar num meio termo, nem tanto superioridade dos pais em relação aos filhos como era antigamente e nem tanto a superioridade dos filhos em relação aos pais como tá hoje. Vai chegar um ponto que tem que se achar um equilíbrio de novo né? (...) Eu acho que as pessoas tão muito influenciadas pelo que as crianças querem, porque a vida moderna que a gente vive hoje do pai e mãe fora de casa, elas tão sendo criadas por outras pessoas e essas tem mais dificuldade de botar limites nas crianças, aí os pais chegam em casa, o que vão fazer? Passaram o dia inteiro fora, vão querer agradar a crianças, então vão fazer o que a criança quer, então acho que a criança influencia em tudo, de comida a roupa, viagem, tudo, acho que a vida das pessoas fica em função das crianças, isso é o que eu vejo no dia a dia (Participante M4).

Porque tem um lado bom eles escolherem, só que eu acho que eles têm que escolher dentro das regras (...) a gente determina o que quer comprar alguma coisa e a partir disso ele participa pensando, ajudando na escolha (...) Também acho que a exposição à TV é muito comercial em cima da cabeça das crianças, principalmente elas querem comprar o que tá no comercial né? (Participante P4)

Família 5 Em geral é a facilidade de resolver, de tu não ter uma demanda emocional pra aquilo ali, porque tu gasta energia com muita coisa. Existe culpa e aí a gente tem que pensar, porque eu sempre procuro fazer esse exercício de pensar, porque aquilo é imediato (...) Porque isso tá estourando e é muito mais fácil porque tá no início, porque se tu deixar pra resolver lá, vai ter três vezes mais trabalho, tu vai ter que ter uma demanda maior, não vai ter tanta energia no futuro né? Então eu acho que a coisa de resolver hoje, orientar hoje, tu conseguir ter essa demanda hoje é muito melhor, tu vai resolver com muito mais facilidade. Já ensina pro futuro e a criança quando tá aprendendo, tudo é muito mais fácil (...) `

Às vezes tu não tem energia pra orientar, é a tarefa mais difícil que eu enfrento, é muito difícil, porque são personalidades, tem que entender, tem que respeitar. E outra coisa que eu noto que hoje em dia eles contestam tudo. O que minha mãe falava eu dizia amém (...) o que eu noto é que os filhos querem ficar no mesmo patamar que os pais, eu não sei se é hierarquia (...) e às vezes eles querem ficar no mesmo patamar do adulto, dos pais e não é assim (...) às vezes tem que chegar aquela hora da reunião né? De família, porque tá demais tem que dar uma segurada(Participante M5).

Família 6 Eu acredito assim, que o que as crianças consomem influenciam diretamente a sua família (...) na minha profissão as famílias querem o menor envolvimento possível, tipo assim, eu vou pagar e vou me atirar pra trás (Participante M6). Eu pago, ele resolve, não quero ter trabalho(Participante P6).

(...) o que propomos é um entendimento e envolvimento familiar, eu acho que isso eu vejo muito, aquela pressão de qualquer consumo, do imediatismo, quero aquilo resolvido logo, tô pagando, então isso acho que em relação ao consumo.É o que eu vejo (Participante M6).

(...) Os pais suprem as carências com outras coisas materiais(Participante P6).

Família 7 Vejo no tempo em que eu clinicava os pais realmente se disponibilizando a ser provedores sem limites, acho que isso é sintoma geracional mesmo, e acho também que a forma que as mídias sacaram o assédio a infância.É o consumidor que tá online, na televisão, no celular, eles tão direto (...) eu vejo que ela já sabe a marca pelo nome, coisas que eu não sei, de uma bolsa, de um sapato, de um produto de beleza, de uma roupa (...) eu vejo que ir ao shopping é o grande programa familiar, isso me assusta né? Porque acho que trocam o shopping por um passeio, uma caminhada né? (...) eu fico muito incomodada com aquela aparência devoradora das vitrines sobre as pessoas, eu vejo que isso tá meio que se naturalizando pras famílias, então isso preocupa, eu fico preocupada. Isso é o espelho de uma posição consumista dos pais (...) uma das referências que ela tem, é uma geração que tá vendo pais consumindo muito loucamente, muito

a base da imagem (...) nos finais de semana com o pai na frente do computador eles fazem muitas compras online e já vieram com muitas coisas extremamente inúteis, porque era muito fácil teclar e botar o número do cartão de crédito (...) a minha forma de lidar com o consumo é bem diferente do jeito que o pai, então isso tem um conflito porque ela volta dizendo:“ Ahh nem sabe o que nós compramos pela internet nesse final de semana...”, e ela sabe que isso no momento vai me deixar chateada quando diz que “com o pai a gente consegue”, é claro que isso mexe em outras coisas das relações, isso tem me incomodado bastante (Participante M7).

Família 8 Eu vejo assim, o que eu percebo, até pelas redes sociais, as pessoas têm um tipo de exposição diferente né? Eu acho que existe muita carência né? O que eu percebo é que as pessoas tão meio perdidas, as pessoas conversam com o filho pelo facebook, tudo bem é normal sobre certos aspectos, mas tem pessoas que eu acho que são demais né? (...) Aquilo ali parece que tá no lugar de alguma coisa, o que significa isso? Acho que é um pouco dessa questão das pessoas se espelharem nos filhos né? (...) acho que as pessoas se projetam muito nos filhos, o que é normal até um certo ponto né? Projetam-se nos filhos no sentido de querer que os filhos alcancem o que elas não alcançaram e elas não percebem isso... não percebem, daí exigem muito, quer representar um amor que talvez ele tá mal colocado né? Eu acho que existe muita falta, um pouco mais de vivência (Participante P8).

A respeito dessa questão, as opiniões dos pais foram bastante parecidas: todos reconhecem que os filhos influenciam bastante nas compras da família e em produtos para eles próprios, observam isso com uma ótica positiva, afirmando que vivemos tempos “mais democráticos” e é importante ouvir a opinião das crianças. Essa percepção é a mesma tanto nas famílias tradicionais quanto nas monoparentais, salientando que nessas últimas, as crianças participam e opinam mais sobre todo o processo de compra. Thomson et al(2007) fizeram estudos cujos resultados demonstraram que a influência da criança é vista como positiva pelos pais e que as mesmas demonstram comportamentos sofisticados, porém descontraídos baseados em informações e conhecimentos.

Ficou evidente nas respostas dos pais que a maioria se sente culpada e sem tempo para os filhos, tentando suprir isso comprando produtos. Outros percebem que os limites estão mais elásticos e outros apontam ainda que a hierarquia na família está diminuindo ou nem existe.

Em análise dos dados coletados podemos afirmar que a culpa, falta de tempo e de hierarquia e a terceirização do cuidado dos filhos são as principais questões que levam os pais a darem menos limites, mais liberdade e crescente participação dos filhos nas decisões de compra da família. Além disso, existem outros fatores como a grande influência das diversas

mídias como TV e Internet, o shopping virando o grande programa familiar, limites diferentes estabelecidos pelos pais de famílias mono parentais e a crescente sociedade que se preocupa com a imagem e o consumo na qual estão inseridos.

Para Silva (2014), existe recentemente um aspecto no qual as pessoas têm de ser ou, pelo menos, de se sentir “celebridades” onde querem ser vistas, cobiçadas ou invejadas, mas não por suas ações ou talentos e sim pela imagem que apresentam. A explosão das redes sociais ilustra bem esse processo. Ou seja, os filhos aprendem observando os pais e desde muito cedo percebem que é interessante ser “visto” como alguém “feliz”e com “sucesso”.

Outro ponto identificado na pesquisa e cabe ressaltar é que essa geração de pais encontra-se meio “desnorteada” em relação à definição de limites para seus filhos e a forma de educá-los, quando relatam que é preciso haver mais “equilíbrio” nas relações familiares, reconhecendo que algo está errado e que estão perdendo o controle sobre os filhos; alguns salientam que o limite deveria ser estabelecido desde a primeira infância para não terem maiores problemas nas fases seguintes, destacando que os filhos são muito contestadores, diferentes deles quando crianças e que precisariam lidar melhor com as frustrações.

Porém, mesmo com os relatos dos pais, o que os dados mostram é que parece não haver nenhum movimento desses para que aconteça uma mudança em relação ao que está ocorrendo dentro das famílias.

É possível que isso venha acontecendo em decorrência do que Sinay (2012a) nos adverte, chamando de jovialismo, um extenso fenômeno em que homens e mulheres que já ultrapassaram a maioridade e negam-se a aceitar este acontecimento natural da vida, adotam atitudes juvenis, recusam-se a assumir responsabilidades e compromissos, contagiam-se por modismo e pela pobreza vocabular. Muitos pais impregnados pelo jovialismo recuam de suas funções de impor limites e transmitir valores, aderindo à cumplicidade e ao coleguismo com os filhos.

Sinay (2012b) explica que para observar como isso afeta o grupo dos adultos basta prestar atenção ao abandono afetivo, existencial e ético em que crescem as verdadeiras crianças e adolescentes desta sociedade. São filhos órfãos com pais e mães vivos.

Outro motivo que poderia explicar essa posição dos pais em relação a seus filhos é que eles tiveram uma educação mais autoritária, sem liberdade de expressar suas vontades, tendo que aceitar e obedecer tudo o que seus pais mandavam. No momento de educar seus filhos, temendo serem como seus pais, deram liberdade demais perdendo o controle principalmente em dizer “não” aos filhos no momento de dar produtos além do necessário e na definição de

limites e regras dentro da família. Nota-se aí que esses pais fazem certa confusão sobre o que é autoridade e autoritarismo.

Envolvidos pelo consumismo exagerado e a necessidade de status da sociedade atual, optam em deixar seus filhos sozinhos ou aos cuidados de outras pessoas para educá-los, reconhecendo que a educação das crianças está sendo terceirizada a outras pessoas.

Em relação a isso, Filho (2012) postula que a criança de hoje é precocemente colocada para fora do lar em creches, escolinhas, etc, recebe cada vez mais atenção eletrônica (vídeos, TV, jogos) e ainda é informatizada. O autor alerta para a terceirização da educação dessas crianças deixadas com babás e frisa que a educação, o respeito, o afeto, o amor familiar devem ser aprendidos com os pais e na ausência deles, com outros membros da família, de preferência os avós.

Sinay (2012) afirma ainda que ninguém é obrigado a ser pai ou educador profissional. Portanto, se alguém escolheu sê-lo, seu dever moral essencial consiste em demarcar limites que ajudem a crescer e amadurecer, além de transmitir valores por meio da presença e do comportamento e não por meio do discurso pomposo e vazio.

A fala de um pai ilustra a visão que alguns deles têm a respeito disso:

Os pais não têm muito controle sobre os filhos, porque não têm tempo, porque não aguentam, ou porque não tem condições de ter filhos. Hoje em dia tá assim, têm filhos mas não tem condições... não deveriam ter filhos... mas ainda tem uma pressão da sociedade (...) (participante P3).

É conveniente ressaltar que apesar de os pais terem a visão do que está acontecendo, quase nenhum esforço está sendo feito para reverter essa situação, percebe-se a angústia em suas falas e a falta de rumo sobre o que fazer. Complementando essa percepção, buscou-se a afirmação de Filho (2012) para ilustrar isso. “...E que resultados conseguimos perceber na

evolução de crianças cuidadas por pessoas pagas para fazer o papel de mãe e/ou de pai?”

Filho (2012) cita o psicólogo infantil Aldo Naouri, que afirmou em 2009 no jornal La

Nación sobre o que considera um fenômeno perigoso dos tempos atuais: “a promoção do prazer sem limites, do individualismo e do poder infantil”. Complementa ainda dizendo que

esses pais que criam com cumplicidade, sem impor limites, que se esforçam em ser tão ou mais jovens que seus filhos os transformam em “pequenos tiranos” que quando adultos vão querer tudo sem fazer absolutamente nada em contrapartida.

Um problema que atormenta os adultos e volta à mídia a cada semana: a tirania infantil ou infantojuvenil. De quem seria a culpa? Da falta de limites, respondem os especialistas. E a falta de limites, de onde vem? Das mães que hoje trabalham fora e por isso, achacadas pela culpa, enchem de mimos seu herói, dizem eles. Também das novas famílias constituídas horizontalmente, sem hierarquia e sem poder, numpode - tudo confuso que só poderia gerar essa permissividade insuportável.

O estudo também averiguou se havia diferença entre as famílias tradicionais e monoparentais nos processos de decisão de compra. O que se obteve com a pesquisa é que os comportamentos são muito parecidos, tanto no que se refere à influência das crianças no processo de compra, quanto às estratégias que utilizam. Sobre os motivos pelos quais os pais