Capítulo 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.4 Conjecturas que podem ser formuladas sobre a prática desse grupo de professoras, a partir da análise de algumas tarefas que eles propõem a seus
alunos
Na análise das práticas das professoras e das tarefas que elas propõem a seus alunos não é possível identificar os objetivos que presidem suas escolhas.
Aparentemente, trata-se de um rol bastante repetitivo de atividades. Verificamos que, numa mesma folha de atividades, são reunidas propostas de trabalhos bastante descontextualizadas.
Observamos que não há atividades que estimulem a percepção dos alunos para as várias utilidades dos códigos numéricos e dos números em suas vidas. Os códigos numéricos não são utilizados pelo professor para identificar (os números das casas, por exemplo), classificar (os números do CEP) e ordenar, por exemplo, (o RG).
Também não são explorados os aspectos práticos da escrita numérica, quantificar (o preço de uma passagem, por exemplo). Não há registro de atividades
que estimulem a observação dos alunos, dos códigos existentes nas placas de trânsito, nas propagandas, nos preços; nem a análise das informações numéricas contidas em rótulos de produtos vendidos no comércio.
Enfim, situações que mostram a presença do número em nossas vidas não são exploradas no decorrer das aulas.
Também não são explorados recortes de revistas, jornais, portadores de símbolos numéricos e de palavras que os representam.
Observamos, ainda, a ausência de atividades que têm por objetivo desenvolver a capacidade de descobrir regularidades e que facilite a compreensão das estruturas do sistema de numeração decimal, como, por exemplo, atividades de formação de seqüência numérica do tipo acrescentar um ou retirar um, que são fundamentais para o domínio do sistema de numeração.
Nos depoimentos das professoras, verificamos que as atividades orais (como as contagens, por exemplo) não são muito trabalhadas por elas. Também parece que não consideram importantes os jogos, como instrumento facilitador e motivador, portanto, possíveis de propiciar situações significativas de aprendizagem. Fizeram referências a jogos como dominó, jogos com varetas, de tabuleiros, de baralho, mas afirmaram que por “falta de tempo e acúmulo de conteúdo”, foram abandonando os jogos.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. v.3 Brasília: MEC/ SEF, 1997.
COCHRAN-SMITH, M; LYTLE, S. L. The Teacher research movement: a decade
later. Educacional Researcher, v.28, n.7. p.15-25, 1999.
ELBAZ, F. Teacher thinking. A study of pratical knowledge. Londres: Crom Helm, 1983.
FAYOL, Michel. A Criança e o Número: Da contagem à resolução de problemas. Tradução por Rosana Severino de Leoni. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
GARCIA, C.M. Formação de Professores para uma mudança educativa. Portugal: Porto, 1998.
INRP. Un, deux, beaucoup, passionement. Coleção Rencontre pédagogiques. Paris.
KAMMI, Constance; JOSEPH, Linda Leslie. Aritmética: Novas perspectivas:
Implicações na Teoria de Piaget. Tradução por Marcelo Cestari T. Lellis, Marta Rabioglio, Jorge José de Oliveira. 2. ed. Campinas, Papirus, 1993.
KAMMI, Constance; DECLARCK, Georgia, Reinventando a Aritmética: Implicações
da Teoria de Piaget. Tradução por Elenice Curt, Marina Célia Moraes Dias, Maria do Carmo D. Mendonça. 8. ed. Campinas: Papirus, 1994.
KAMMI, Constance; LIVINGSTON, Sally J. Desvendando a Aritmética: Implicações
da Teoria de Piaget. Tradução por Marta Rabioglio e Camilo F. Ghorayeb. 2. ed. Campinas: Papirus, 1995.
KAMMI, Constance. A criança e o Número: Implicações Educacionais da Teoria de
Piaget para a atuação junto a escolares de 4 a 6 anos. Tradução por Regina A. de Assis. 28. ed. Campinas: Papirus, 2001.
LERNER, Délia e SADOVSKY, Patricia. O sistema de numeração: um problema
didático. In: PARRA, Cecília; SAIZ Irmã; [et al] (Org.). Didática da Matemática:
Reflexões Psicopedagógicas. Tradução por Juan Acuña Llorens. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. p. 73-155.
MONTANGERO, Jacques; MAURICE-NAVILLE, Danielle. Piaget ou a Inteligência
em Evolução – Sinopse Cronológica e Vocabulário. Tradução por Tânia Beatriz Iwaszko Marques e Fernando Becker. Porto Alegre, Artmed, 1998.
NETO, Ernesto Rosa. Didática da Matemática. São Paulo: Ed. Ática, 11 ed., 2002.
PIAGET, Jean e SZEMINSKA, Alina. A Gênese do Número na criança. Tradução de Christiano Monteiro Oiticica. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 3 ed. 1981
PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999.
PIRES, Célia Maria Carolino. As Crianças e a Função Social dos Números. In: Material para o Curso de Formação de Professores. Uniararas. 2003.
PIRES, Célia Maria Carolino. As Crianças e a produção de escritas numéricas. In: Material para o Curso de Formação de Professores. Uniararas. 2003.
PIRES, Célia Maria Carolino. As Crianças e seus procedimentos de contagem e de
comparação de quantidades. In: Material para o Curso de Formação de Professores. Uniararas. 2003.
PIRES, Célia Maria Carolino. Descobertas de professores sobre o universo numérico
das crianças. In: Material para o Curso de Formação de Professores. Uniararas. 2003.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Guias Curriculares Propostos Para
As Matérias do Núcleo Comum do Ensino Do 1.º Grau. 1979.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Programa da Escola Primária do
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Subsídios para a implementação do guia curricular de
Matemática: Álgebra para o 1º grau - 1ª a 4ª séries. 2ª ed. São Paulo: SE/CENP, 1979.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas. Atividades Matemáticas: Ciclo Básico. v.1. São Paulo: SE/CENP, 1982.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Proposta Curricular para o Ensino
de Matemática: 1.º Grau. São Paulo: SE/CENP, 1986.
SCHÖN, D. A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a
aprendizagem. Porto Alegre: Editora Artmed. 2000.
SHULMAN, L. Renewing the pedagogy of teacher education: the impact of subject- specific conceptions of teaching. In L Montero Mesa e J M Vaz Jeremias. Las
didácticas específicas en la formación del profesorado. Santiago de Compostela, Tórculo Edicións, 1992.
TARDIF, M. Saberes Docentes e Formação Profissional. Petrópolis, RJ.: Vozes, 2002.
ZEICHNER, K. Novos caminhos para o praticum: uma perspectiva para os anos 90, in Nóvoa, A (coord)Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote. (1992)
ZUNINO, Delia Lerner. A Matemática na Escola: Aqui e agora. Tradução por Juan Acuña Llorens. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
Anexos
Anexos Descrição Página
Anexo I Atividades dos Subsídios para a implementação do Guia Curricular de Matemática - Álgebra para o 1º grau – 1ª a 4ª séries
I
Anexo II Atividades dos Subsídios para a implementação do Guia Curricular de Matemática - Álgebra para o 1º grau – 1ª a 4ª séries
VIII
Anexo III Atividades dos Subsídios para a implementação do Guia Curricular de Matemática - Álgebra para o 1º grau – 1ª a 4ª séries
XV
Anexo IV Entrevista com grupo de professoras do ano inicial do Ensino Fundamental
XXII
Anexo V Atividades mais freqüentes registradas nos cadernos dos alunos
XXIV
Anexo I
Atividades dos Subsídios para a implementação do Guia Curricular de Matemática - Álgebra para o 1º grau – 1ª a 4ª séries
CAPÍTULO 1 ATIVIDADES: