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É o acordo fi rmado entre duas ou mais prefeituras visando à execução de projetos, obras, serviços ou consultorias de interesse comum voltados para o desenvolvimento regional.

A sua ampla utilização advém da possibilidade da obtenção de equipa- mentos e também da divisão de custos de manutenção e utilização. Dos 12 quesitos pesquisados o maior uso foi observado nas áreas de saúde e meio ambiente.

Os consórcios têm sido utilizados na solução de um amplo espectro de problemas municipais e regionais e também por um número cada vez maior de municípios. Ainda que largamente usados, como se observa nos gráfi cos apresentados, carecem de bases legais sólidas.

Apesar de seu reconhecimento como único instrumento possível de solucionar demandas que, por seu porte ou por sua abrangência, superam a capacidade de um município, exigindo a conjunção de esforços de vários e mesmo de outros entes federados, somente agora vislumbra-se uma pos- sibilidade de praticar este tipo de parceria extremamente efi caz em bases constitucionais mais sólidas.

O artigo 241 da Constituição Federal determina que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios “disciplinarão por meio de leis os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre entes federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos” (Redação dada pela Emenda Constitucional no 19, de 4

de junho de 1998).

Há um projeto de lei tramitando em regime de urgência constitucional, PL no 3884/2004, o qual “institui normas gerais para a constituição de consórcios públicos e para contratos de programas para a prestação de serviços públicos por meio de gestão associada”. A razão da urgência é permitir aos prefeitos que serão empossados em janeiro de 2005 terem em mãos o arcabouço legal que permitirá a formação de parcerias entre municípios e outros entes federados na execução de obras e serviços que julgarem convenientes, sem os percalços legais que enfrentam hoje.

As razões apresentadas na justifi cativa deste projeto são:

1 - Necessidade de superar a insegurança jurídica dos atuais arranjos de cooperação entre os entes públicos brasileiros;

2 - Maior racionalidade na execução cooperada;

3 - Entendimento dos consórcios públicos como instrumento para gestão cooperada entre entes federados, e não só entre municípios; e

4 - Reforço da função de planejamento do setor público, principalmente nas atividades de desenvolvimento regional e de prestação de serviços públicos, a plena capacidade contratual e convenial dos consórcios pú- blicos.

Os consórcios são articulações entre iguais, isto é, entre dois ou mais entes federados que têm como missão institucional o bem comum. Os convênios já são parcerias entre entes diferentes, por exemplo, entre entes federados e empresas. As possibilidades de utilização através da ação con- junta dos municípios são variáveis:

Saúde - É onde a sua utilização tem sido mais ampla. Para os municípios

pequenos é a única forma de atender adequadamente às demandas da área. A Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002 mostra que 46,1% (Gráfi co 12) dos municípios até 5 mil habitantes, através de consórcios, já atendem às suas populações através desse expediente. Também nos muni- cípios maiores essa prática já é usual. Em todas as formas de articulações pesquisadas encontrou-se associações na área de saúde.

Meio ambiente - Apesar de já serem bastante utilizados, é onde se espera a

disseminação ampla. Os problemas de meio ambiente exigem projetos que contemplem uma bacia hidrográfi ca como um todo. Os consórcios poderão resolver, além da preservação ambiental, saneamento, solução para a for- mação de lixos e obras de contenção de enchentes, entre outros.

Habitação - É onde as economias de escala podem torná-los a grande so-

lução para as cidades. Permite projetos arquitetônicos comuns, compras de material a preços mais baixos, fi nanciamento com taxas de juros mais baixas, entre outros. Espera-se uma grande expansão desses programas com a nova legislação que se pretende implantar. Nos municípios de maior porte, através de convênios, já é bastante comum, mas já se observa a sua formação nos municípios de até 5 mil habitantes.

Assistência e desenvolvimento social - É amplo o leque de possibilidades.

Contempla construções comuns para práticas desportivas, formação profi s- sional, artesanal, escolas e outros. Pelos dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2002, nota-se que os gestores municipais têm formado consórcios nessa área independente de seu tamanho, é uma prática gene- ralizada. Dentre as formas pesquisadas nesta área a mais utilizada se deu através de convênios.

Educação - Pelos dados da pesquisa, pode-se ver que é uma prática bas-

tante comum no Brasil. Ele diminui os custos de construção de prédios escolares, reciclagem de mão-de-obra, formação de professores, compra de material para manutenção e desenvolvimento pedagógico, dentre os vários possíveis.

Observa-se comportamentos bastantes distintos no uso de consórcios: na área de Saúde quanto menor o município maior utilização e no Meio Ambiente o comportamento é inverso. Nos outros setores, os percentuais de ocorrência do uso não passam de 10%.

Por Grande Regiões, se destacam, na área de Saúde, a Região Sul, com 60,5% e a Sudeste, com 59,3% de incidência. Em relação ao Meio Ambiente tem-se: Sul, com 17,4%, e Sudeste; 19,0%.

___________________________________________________________________Perfi l dos Municípios Brasileiros Gestão Pública 2002

Convênio de cooperação

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