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O CONSELHO DE CLASSE NA PERSPECTIVA DA AVALIAÇÃO FORMATIVA

7 – ESTRATÉGIAS DE ENSINO, DE APRENDIZAGEM E DE AVALIAÇÃO: NÃO

9. O CONSELHO DE CLASSE NA PERSPECTIVA DA AVALIAÇÃO FORMATIVA

quando planejado e executado com a intencionalidade de acompanhar para intervir, didaticamente, a fim de garantir as aprendizagens de todos. Ele é, ao mesmo tempo, espaço de planejamento, organização, avaliação e retomada do Projeto Político-Pedagógico da escola. É a instância em que se encontram e podem se entrelaçar os três níveis da avaliação: aprendizagem, institucional e de redes ou larga escala, é momento privilegiado para autoavaliação da escola (LIMA, 2012). Quando consegue refletir sobre os índices, sobre o espaço da coordenação pedagógica, sobre os projetos e demais interações no interior da escola, sobretudo, potencializa sua caminhada na direção da avaliação formativa. Para Dalben (2004), o conselho de classe se insere como um colegiado que fortalece a gestão pedagógica da escola.

O conselho de classe precisa ser conduzido no sentido de identificar, analisar e propor elementos e ações articuladas que sejam acompanhadas no cotidiano da escola. Esta instância cumpre papel relevante quando consegue identificar o que os estudantes aprenderam, o que eles não aprenderam e o que deve ser feito, por todos, para que as aprendizagens aconteçam. Orienta-se que sejam envolvidas as famílias, os demais profissionais da escola e os próprios estudantes para auxiliar nas reflexões e nas proposições de projetos interventivos e demais atos que possam colaborar para que sejam garantidas as aprendizagens de todos na escola.

Alerta-se para que essa instância não se torne um espaço hostil onde prevaleça o uso da avaliação informal de maneira negativa para expor, rotular, punir e excluir (avaliados e/ou avaliadores).

Os eventos ou momentos em que se realiza o Conselho de Classe devem ter objetivos bem definidos. Todos os encontros devem ser diagnósticos, formativos e interventivos. Mesmo que a etapa ou modalidade da Educação Básica utilize a avaliação somativa, ela não deve ser pautada apenas no produto, a preocupação e ação durante o percurso poderá conduzir às sínteses, notas ou conceitos de maneira coerente e menos injusta. Não se considera que a nota ou o conceito invalidem ou não permitam o uso da avaliação formativa, ela estará presente na maneira como se orienta, retoma e se intervém no processo que resultará a nota ou conceito.

No Distrito Federal a Lei n. 4.751/2012 reserva o status de colegiado que comporá, com outros, os mecanismos de garantia da participação democrática dentro da escola. Assim diz o artigo 35 desta legislação:

O Conselho de Classe é órgão colegiado inte- grante da gestão democrática e se destina a acompanhar e avaliar o processo de educa- ção, de ensino e de aprendizagem, ocor- rendo tantos conselhos de classe quantas fo- rem as turmas existentes na escola.

I – todos os docentes de cada turma e repre- sentante da equipe gestora, na condição de conselheiros natos;

II – representante dos especialistas em educa- ção;

III – representante da carreira Assistência à Educação;

IV – representante dos pais ou responsáveis; V – representante dos alunos a partir do 6º ano ou primeiro segmento da educação de jovens e adultos, escolhidos por seus pares, garantida a representatividade dos alunos de cada uma das turmas;

VI – representantes dos serviços de apoio es- pecializado, em caso de turmas inclusivas. § 2º O Conselho de Classe se reunirá, ordinari- amente, uma vez a cada bimestre e, extraor- dinariamente, a qualquer tempo, por solicita- ção do diretor da unidade escolar ou de um terço dos membros desse colegiado.

§ 3º Cada unidade escolar elaborará as nor- mas de funcionamento do Conselho de Classe em conformidade com as diretrizes da SEEDF. Destaca-se, no corpo da lei, a dimensão am- pliada que passou a ter o Conselho de Classe. É visí- vel que se trata de uma instância que realizará a avaliação de todos os processos que ocorrem na es- cola e, com isso, a autoavaliação da unidade.

A organização ou a dinâmica para que ocor- ram as reuniões do Conselho de Classe é da autono- mia da escola, contudo sugere-se que existam mo- mentos anteriores aos conselhos de classe para que os grupos ou seguimentos possam, com seus pares, dialogar e autoavaliar-se antes da reunião ordinária. A elaboração de fichas, registros para acompanhar estes momentos é de livre iniciativa da escola, ape- nas orienta-se que apreciem o teor dos itens do for- mulário/instrumento para que não contemple, ape- nas, elementos informais da avaliação. Salienta-se, com especial atenção, para que tais momentos não sejam reservados, apenas, para valorização do que foi ruim, negativo ou improdutivo. A avaliação que se defende não fechará os olhos às fragilidades, po- rém, avaliação que não aponta progressos ou ele- mentos positivos torna-se perigosa e desencoraja- dora (HOFFMAN, 2009).

O Conselho de Classe não deve ser entendido como uma reunião geral que ocorre sempre em uma data específica durante o ano letivo, ao contrário, o conselho de classe é uma reunião pedagógica que pode ser convocada pela equipe diretiva da escola, pelo corpo docente, pela família, por um estudante ou pela Coordenação Regional de Ensino. Em quais- quer dos casos tal solicitação deve passar pela anuência da equipe diretiva da escola, cujo gestor escolar é o presidente nato do conselho de classe. A escola pode diluir, no percurso do ano letivo, várias reuniões de conselho de classe, não precisa concen- trar em um único dia no bimestre, trimestre ou se-

mestre, a necessidade de cada caso deverá ser ava- liada pela equipe de direção da unidade escolar.

10 – NEM CERTO, NEM ERRADO, NEM CORRI-

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