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27 2.1 A Mudança Organizacional

3.2. Consequências do PRACE

Decorrente das orientações estratégicas definidas no PRACE, foi criada em de 7 de Fevereiro, através do Decreto-Lei n.º 25/2007, a Empresa de Gestão Partilhada de Recursos da Administração Pública, E. P. E. (GeRAP). A criação desta empresa pública teve como objectivo preparar um Programa de Gestão Partilhada de Recursos na Administração Pública (GeRALL), de forma a desenvolver e disponibilizar um conjunto de soluções integradas de gestão de recursos na Administração Pública. No Artigo 6.º do referido Decreto-Lei pode ler-se que compete à GeRAP, “… a instalação, experimentação e disseminação do modelo de serviços partilhados e de acordo com os contratos-programa celebrados com a tutela:

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a) Configurar os modelos operacionais a adoptar nos domínios correspondentes ao seu objecto;

b) Definir um programa de implementação geral dos modelos operacionais;

c) Implementar, gradual e controladamente, os modelos operacionais, disponibilizando aos serviços - clientes os meios necessários ao funcionamento dos serviços partilhados, nomeadamente através da utilização de aplicações informáticas e da prestação de serviços no âmbito das suas atribuições;

d) Criar e mobilizar as estruturas definitivas que assegurem a prestação de serviços partilhados.”

Prosseguindo a sequência da legislativa publicada em 2010, foi tornada pública a Resolução do Conselho de Ministros n.º 83/2010 na qual é considerada a modernização administrativa como um dos instrumentos essenciais da estratégia de desenvolvimento do País. No mesmo documento é “atribuído particular relevo aos domínios da administração electrónica e da simplificação administrativa como áreas decisivas para elevar os padrões de competitividade e qualidade de vida dos cidadãos.”

O texto realça ainda a importância de “…dotar a Administração Pública de ferramentas tecnológicas e de instrumentos de gestão que lhe permitam adaptar-se a este novo paradigma, orientando o esforço de muitos órgãos e serviços públicos para a promoção da simplificação e utilização da tecnologia para se reorganizarem em função das necessidades dos cidadãos e das empresas.”

Mais à frente a RCM refere “ …. a aposta na prestação de serviços partilhados com vista a uma Administração Pública mais económica, eficaz e eficiente…” por forma a tornar os procedimentos “ … mais céleres, eficientes e seguros.”

Resulta claro que, apesar da avaliação da aplicação e dos seus efeitos não estar efectuada, o PRACE provocou a reestruturação de todos os Ministérios e consequentemente de todos os serviços públicos. Assim sendo, pode afirmar-se que, se mais nenhuma consequência positiva tivesse resultado do PRACE, pelo menos veio colocar alguma racionalidade nos sistemas. Os efeitos benéficos são comparativamente mais dos que os aspectos negativos, sendo de salientar, entre

outros, a harmonização de critérios de desconcentração de serviços, maior controlo financeiro em cada Ministério (foi criada uma Inspecção Geral em cada Ministério), a uniformização das soluções organizacionais e a implementação do modelo de serviços partilhados, como atrás já foi explicitado. Não cabe neste trabalho a análise do papel do Estado mas parece ficar evidente que o PRACE, por ser um programa cujo objectivo é apontar caminhos para uma reforma estrutural, não deu resposta à pertinência da acção da administração central nem terá ido suficientemente longe na inovação organizacional.

Todavia, convém salientar que a clarificação da missão de cada serviço, bem como a avaliação da gestão económico-financeira, foram aspectos muitos importantes, que o PRACE ajudou a incorporar na Administração Pública de forma indelével. Realça-se também que a institucionalização do Sistema de Avaliação de Desempenho (SIADAP) realizada a três níveis (SIADAP 1 – Serviços; SIADAP 2 – Dirigentes; SIADAP 3 – Trabalhadores) veio reforçar a necessidade de fixação de objectivos em cada um dos diferentes patamares, e essa medida traduziu-se, na maioria dos casos, no aumento substancial da eficiência e eficácia dos serviços.

Neste contexto, decorrente da publicação e, da entrada em vigor da Portaria n.º 637/2007, de 30 de Maio, que estabeleceu o Estatuto e a nova Orgânica do IEFP, IP, ocorreram modificações a nível da estrutura organizacional do Instituto, que agora abordaremos. De facto, a alteração da legislação motivou uma nova realidade nas unidades orgânicas, funções, atribuições, responsabilidades e afectação de pessoas às diversas actividades, envolvendo a criação de Serviços Partilhados, numa óptica de reafectação de mais recursos às funções do negócio.

A implementação de serviços partilhados no IEFP, IP, foi considerada como objectivo estratégico inscrito no QUAR6 (Quadro de Avaliação e Responsabilização)

6 O Quadro de Avaliação e Responsabilização é o compromisso que o IEFP, I.P., assume, no quadro das suas atribuições, enquanto órgão da Administração Pública, responsável pelo serviço público de emprego nacional, com a sociedade civil em geral e com os seus utentes directos, em especial, designadamente os activos desempregados, activos empregados, jovens à procura do 1º emprego, activos em risco de desemprego, públicos especialmente desfavorecidos, empresas e todos aqueles que se dirigem aos seus serviços.

Os objectivos estratégicos, definidos para o triénio 2008-2010, foram definidos, tendo em conta a melhoria continua dos seus serviços à sociedade civil e o caminho a percorrer para atingir um serviço de excelência. (…) Por fim, o objectivo estratégico 5, prende-se com a introdução de um modelo interno de serviços partilhados que, apostando na centralização das actividades de apoio e na especialização de

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para o período 2008-2010, passando a representar uma nova lógica de funcionamento e de interacção com o cliente interno, com níveis de performance negociados e acordados entre ambas as partes.

3.3. O PREMAC

Aprovado em reunião do Conselho de Ministros de 20 de Julho 2011, o PREMAC (Plano de Redução e Melhoria da Administração Central do Estado) visa a melhoria organizacional do Administração Central e tem como objectivos:

 Racionalizar e reduzir as estruturas da Administração Central do Estado,  Promover uma melhor utilização dos recursos humanos do Estado.

 Reduzir em pelo menos 15% no total das estruturas orgânicas dependentes de cada ministério e redução de pelo menos 15% do número de cargos dirigentes.

Como conclusão, pode ler-se na nota tornada pública “que o PREMAC (…) é o primeiro passo para o reforço da eficiência da Administração Pública e para uma melhor gestão dos seus recursos humanos. No domínio do sector público assumido pelo Governo, terá continuidade em outras acções concretas, a desenvolver no curto/médio prazo, com referência especial para:

• Reestruturação do Sector Empresarial do Estado; • Reforma da Administração Local Autárquica;

• Realização de censo e análise detalhada do custo/benefício de todas as Fundações; • Reorganização dos serviços desconcentrados da Administração Central;

• Reforço da utilização de serviços partilhados na Administração Pública.

estruturas, poderá libertar recursos humanos das áreas administrativas para as áreas de atendimento, melhorando, também nesta linha, o serviço que presta à sociedade civil. Fonte: QUAR 2008, IEFP, IP