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Concluímos que muitas são as dificuldades que cercam a inserção da dança de salão nas aulas de Educação Física (o ensino tradicional, vestígios do tecnicismo, hegemonia esportiva, preconceitos, falta de conhecimento por falta do professor, entre outros), entretanto, percebemos também que muitos são os potenciais educativos atrelados a tal prática corporal de movimento.

De todas as dificuldades, a hegemonia esportiva ficou muito forte para nós nesse processo de pesquisa, a cultura de esportização ainda é muito forte, deixando os alunos, na aula de Educação Física, ainda resistentes com as práticas nas quais eles não estão habituados. Essa cultura precisa ser combatida por nós professores.

Os PCN’s e a BNCC abordam muito a importância da diversidade das práticas corporais de movimento nas aulas de Educação Física. Esses documentos tem um grande potencial de formação curricular, utiliza-los para o preparo do nossas aulas, enriquece bastante nosso planejamento, pois já não cairemos mais na armadilha de não saber o que fazer, e sabendo o que se precisa fazer é melhor para se buscar informações e assim planejar as cada vez melhor as aulas de Educação Física. O professor que não tem muita segurança com a dança de salão e danças em geral pode se utilizar desses documentos para entender o que ensinar e como ensinar e pra que ensinar, pois eles esclarecem grande parte do que se espera das danças como um todo.

Os PCN’s e a BNCC atendem seu objetivo como referencial teórico curricular, contudo, quando se trata de ensino médio ambos deixam a desejar, no casos dos PCN’s não aborda essa fase da educação básica, já a BNCC, quando se trata da Educação Física nessa fase, aborda pouca coisa, dando a entender que tal disciplina perdeu um pouco de importância nessa fase. Tendo como base a lógica da progressão de conhecimento, abordada pela própria BNCC, a dança de salão ganharia mais espaço nessa fase do ensino.

Outro ponto, é fato de se perceber a busca pela diversidade das práticas corporais nas aulas de Educação Física, mas o modo como se abordam as unidades temáticas na BNCC, dá a entender que essa diversidade já é realidade nas escolas,

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que não é o caso. Acreditamos que uma maior equidade no modo da abordagem das unidades temáticas, fazendo com que as menos consideradas nas aulas de Educação Física possam ganhar um pouco mais de visibilidade, possa estimular os professores a buscar tais práticas corporais em vossas aulas.

A respeito da adesão da dança de salão como componente curricular da Educação Física, percebemos que ela é de grande valor educacional, entretanto, ainda sofre bastante resistência por parte dos professores, assim, é preciso que se tenha mais publicações sobre ela especificamente, para que se tenha mais visibilidade e mais produção de conhecimento dessa arte no âmbito escolar, para que professores de Educação Física tenham a oportunidade de se referenciar acerca dessa prática corporal de movimento. Fazendo com que a dança de salão seja cada vez mais presente como componente curricular das aulas de Educação Física

A dança como um todo precisa ser tratada como conhecimento para que possa ser utilizada pelos alunos, e não apenas para apresentações nas escolas, sua riqueza corporal, comunicativa, expressiva e social é imensurável para a escola, não devia ser tratada apenas como educação informal. É preciso que seja cada vez mais aplicada, discutida e debatida nos cursos superiores de Educação Física, para que se possa chegar à escola com mais qualidade, numa abordagem voltada âmbito escolar

A dança de salão, por ter uma característica mais social, de baile e festas, do que outras que tem características de apresentação, poderia quebrar esse estigma de “dança-apresentação” nas escolas. Sem contar com sua capacidade de melhorar as relações inter e intrapessoais, por meio de suas características que nos mostram a responsabilidade humana que devemos ter uns pelos outros.

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