• Nenhum resultado encontrado

Figura 7 raiz MV seccionada no terço médio.

4.4 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS

Todos os dentes da amostra foram obtidos por meio de doação através do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (apêndice), e o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Ingá–UNINGÁ de Maringá, sob parecer no 0072/11B (anexo).

5 RESULTADOS

Os resultados do presente estudo revelaram que, das 51 amostras:

 13 raízes (25,50%) apresentaram 2 saídas de canais radiculares a 1 mm do vértice anatômico;

 19 raízes (37,25%) apresentaram 2 saídas de canais radiculares no corte do terço apical;

 19 raízes (37,25%) apresentaram 2 saídas de canais radiculares no corte do terço médio.

Tabela 1- resultados dos cortes dos terços da raiz MV.

Figura 4- gráfico demonstrando a distribuição dos resultados das amostras.

Nº %

Resultados dos cortes das amostras

Dois CR a 1 mm do

vértice anatômico 13 25,50

Dois CR no terço apical 19 37,25

Dois CR no terço médio 19 37,25

Total de amostras 51 100

6 DISCUSSÃO

O planejamento e a execução do tratamento endodôntico dependem inicialmente, do acesso e da localização dos canais radiculares. O conhecimento da anatomia dental interna e sua relação com a superfície externa é de fundamental importância para um acesso adequado e para a exploração desses canais radiculares.

Os molares superiores, devido a sua alta complexidade anatômica, têm motivado vários estudos, pesquisas e investigações, principalmente em relação ao número de canais radiculares.

Canais laterais, acessórios, deltas, recorrentes, que não são tocados pelos instrumentos, devem sofrer ação das substâncias químicas auxiliares para uma melhor limpeza. Se esse fato tem importância significativa na etapa do preparo do canal radicular, muito mais relevantes são a localização, a exploração e o preparo químico cirúrgico de todos os canais radiculares presentes. Um quarto canal radicular não localizado e não tratado pode ser o elo entre uma infiltração coronária e a localização de microorganismos na região apical. (SYDNEY; SYDNEY; BATISTA, 2000).

Diferentes metodologias têm sido empregadas para mostrar a presença do quarto canal radicular (canal radicular mésio-palatino) e suas variações anatômicas, nos primeiros molares superiores tais como: microscópio clínico (FOGEL; PEIKOFF; CRISTIE, 1994; GÖRDUYSUS; GÖRDUYSUS; FRIEDMAN, 2001; COUTINHO FILHO et al., 2006; HARTMANN et al., 2009), métodos radiográficos (RODRIGUES et al., 2004; FERREIRA et al., 2007; SYDNEY; SYDNEY; BATISTA, 2000), diafanização (IMURA et al., 1998; COELHO et al., 2002; ALAVI et al., 2002; KHRAISAT; SMADI, 2007; RWENYONYI et al., 2007); remoção de dentina, a partir do assoalho da câmara pulpar em direção ao canal radicular palatino com ultrassom, e ampliação microscópica (YOSHIOKA et al., 2005); uso do microscópio clínico com auxílio do ultrassom (ALAÇAM et al., 2008); análise microtomográfica computadorizada (SOMMA et al., 2009; BARATTO FILHO et al., 2010, VERMA; AMOR, 2011) e seccionamento, das raízes com auxílio da microscopia (JUNG et al., 2005, DEGERNESS; BOWELS, 2010).

Vários estudos demonstram a alta incidência (80%) do canal radicular mésio- palatino, (IMURA et al., 1998; JUNG et al., 2005; COUTINHO FILHO et al., 2006; SOMMA et al., 2009; VERMA ; LOVE, 2011).

No presente estudo a metodologia utilizada foi o seccionamento transversal da raiz mésio-vestibular, ápos, os cortes foram corados, e analisados com microscópio clínico, tendo a finalidade de avaliar a presença do canal radicular mésio-palatino nos diferentes terços da raiz (JUNG et al., 2005; DEGERNESS; BOWELS, 2010).

A amostra foi constituída de primeiros molares superiores, com a presença de duas entradas de canais radiculares na raiz mesiovestibular correspondente aos canais radiculares mésio-vestibular e mésio-palatino.

Quando presente, o canal radicular mésio-palatino pode seguir trajetória direta até o ápice com saída independente ou unir-se ao canal radicular mésio- vestibular em diferentes níveis, propiciando uma saída foraminal única.

No presente estudo, 37,25% das amostras possuíam 2 canais radiculares saindo separadamente da câmara pulpar e convergindo no terço apical formando um canal radicular único estando de acordo com Sydney; Sydney; Batista (2000), Ferreira et al. (2007), Khraisat ; Smadi (2007).

Sendo assim, o conhecimento da anatomia da cavidade pulpar e do sistema de canais radiculares, além do reconhecimento de suas variações, são de extrema importância para a localização dos canais radiculares mésio-vestibular e mésio- palatino, objetivando a limpeza e a modelagem, em toda a extensão dos mesmos, obtendo-se, assim, maior êxito nas intervenções endodônticas.

7 CONCLUSÃO

Por meio dos resultados obtidos, a partir da metodologia aplicada, é lícito concluir:

 25,50% das raízes apresentaram 2 canais radiculares a 1 mm do vértice anatômico;

 37,25% das raízes apresentaram 2 canais radiculares no terço apical;  37,25% das raízes apresentaram 2 canais radiculares no terço médio.

REFERÊNCIAS

ALAÇAM, T. et al. Second mesiobuccal canal detection in maxillary first molars using microscopy and ultrasonics. Australian Endodontic Journal, Sydney, v. 34, p. 106- 109, 2008.

ALAVI, A.M.; OPASANON, Root and canal morphology of Thay maxillary molars.

International Endodontics Journal, Oxford, v. 35, p. 478-485, 2002.

BARATTO FILHO, F. et al. Analysis of the internal anatomy of maxillary first molars by using different methods. Journal of Endodontics, Baltimore, v. 35, n. 3, 2009. COELHO, C.S.M. et al. Configuração anatômica interna da raiz mesiovestibular de primeiros molares superiores permanentes. Revista Brasileira de Patologia Oral, 2002. Disponível em: <http://www.patologiaoral.com.br/texto05.asp>. Acesso em 30 jul. 2010.

COUTINHO FILHO, T.C. et al. The influence of the surgical operating microscope in locating the mesiolingual canal orifice: A laboratory analysis. Brasilian Oral

Research, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 59-63, 2006.

DEGERNESS, R.A.; BOWLES, W.R. Dimension, anatomy and morphology of the mesiobuccal root canal system in maxillary molars. Journal of Endodontics, Baltimore, v. 36, n. 6, 2010.

FERREIRA, P.O.M. et al. Análise radiográfica da trajetória do quarto canal no primeiro molar superior. Revista Sul Brasileira de Odontologia, Joinvile, v. 4, n. 2, p. 13-15, 2007.

FOGEL, H.M.; PEIKOFF, M.D.; CRISTIE, W.H. Canal configuration in the

mesiobuccal root of the maxillary first molar: A clinical study. Journal of Endodontics , Baltimore, v. 20, n. 3, 1994.

GÖRDUYSUS, M.Ö.; GÖRDUYSUS, M.; FRIEDMAN, S. Operative microscope improves negotiation of second mesiobuccal canals in maxillary molars. Journal of

Endodontics, Baltimore, v .27, n .11, p. 683-686, 2001.

HARTMANN, M.S.M. et al. Clinical and microscopic analysis of the incidence of a fourth canal and its trajectory in the maxillary first molar. Revista Gaúcha de

Odontologia, Porto Alegre , v. 57, n. 4, p. 381-384, 2009.

IMURA, N. et al. Two canals in mesiobuccal roots of maxillary molars. International

Endodontic Journal, Oxford, v. 31, n. 6, p. 410-414, 1998.

JUNG, II. Y. et al. Apical anatomy in mesial and mesiobuccal roots of permanent first molars. Journal of Endodontics , Baltimore, v. 31, n. 5, p. 363-368, 2005.

KHRAISAT, A.; SMADI, L. Canal configuration in the mesiobuccal root of maxillary first molar teeth of a Jordanian population. Australian Endodontic Journal, Sidney, v. 33, p.13-17, 2007.

MARROQUÍN, B. B.; EL-SAYED, M. A. A.; WILLERSHAUSEN-ZOÖNNCHEN, B. Morphology of the Physiological Foramen: I. Maxillary and Mandibular Molars.

Journal of Endodontics, Baltimore, v. 30, n. 5, p. 321-328, 2004.

NASCIMENTO, B.; SANTOS, C.S. Análise da morfologia interna da raiz

mesiovestibular em primeiros molares superiores através da técnica de

diafanização.Itajaí: UNIVALI, 2007. Trabalho de Conclusão de Curso, Faculdade de

Odontologia, universidade do Vale do Itajaí – SC, Itajaí, 2007

RODRIGUES, D.L. et al. Estudo anatômico do canal mesiopalatino em raízes

mesiovestibulares de molares superiores. Jornal Brasileiro de Endodontia, Curitiba, v. 5, n.19, p. 316-21, 2004.

RWENYONYI, C.M. et al. Root and canal morphology of maxillary first and second permanent molar teeth in a Ugandan population. International Endodontics Journal, Oxford, v. 40, n. 9, p. 679-683, 2007.

SAYÃO MAIA, S. M. A. et al. Study of foramen openings and their concurrence with root apexes. RSBO, Joinville, v. 2, n. 1, p. 7-11, 2005.

SIDNEY, R.B.; SIDNEY, G.B.; BATISTA, A. Análise clínica e radiográfica da freqüência de um quarto canal na raiz mésio-vestibular dos molares superiores.

Revista de Odontologia da Universidade de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto, v. 3, n. 2,

p. 67-75, 2000.

SOMMA, F. et al. Root canal morphology of the mesiobuccal root maxillary first molars: a micro-computed tomographic analysis. International Endodontics Journal, Oxford, v. 42, n. 2, p. 165-174, 2009.

WEINE, F. S. Tratamento endodôntico . 5. Ed. São Paulo: Santos , 1998.

YOSHIOKA, T. et al. Detection of the second mesiobuccal canal in mesiobuccal roots of maxillary molar teeth ex vivo. International Endodontics Journal, Oxford, v. 38, p. 124-126, 2005.

VERMA, P.; LOVE, R.M. A Micro CT study of the mesiobuccal root canal morphology of the maxillary first molar tooth. International Endodontic Journal, Oxford, v. 44, p. 210–217, 2011.

APÊNDICE

Documentos relacionados