Considerações Éticas

Esta pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos) e aprovada em 19 de dezembro de 2017, sob CAAE nº 80679817.0.0000.5344. Foi encaminhado um ofício (APÊNDICE B) e uma cópia do projeto à Direção da Unidade Universitária da universidade onde as entrevistas foram realizadas, solicitando a permissão para a coleta dos dados, o que já foi concedido.

Os professores foram convidados a participar deste estudo sendo informados sobre os objetivos a que se propõe a investigação, de acordo com a Resolução nº 196/96, modificada pela Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 1996/2012) e a Resolução nº 510/2016 (BRASIL, 2016), aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais, sobre pesquisas envolvendo seres humanos do Código de Ética do Conselho Nacional de Saúde, contemplando a autonomia, a não maleficência, a beneficência e a justiça. O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE C) foi lido e assinado em duas vias pelos professores e pela pesquisadora, sendo que uma via fica em posse do sujeito (professor) e outra, da pesquisadora.

Os sujeitos da pesquisa se manifestaram de forma autônoma, consciente, livre e esclarecida, e só assinaram o termo após o estabelecimento da relação de confiança entre pesquisador e participante, obtido ou registrado em qualquer uma das fases de

execução da pesquisa. No momento do convite à participação da pesquisa perguntamos ao sujeito qual o melhor local e horário para que este responda às questões, respeitando a escolha feita e a cumprindo, observando a disponibilidade da doutoranda.

Foram preservados os princípios éticos de autonomia e não maleficência dos sujeitos, sendo-lhes garantida a preservação do anonimato11_{, da privacidade e do}

direito de desistir em qualquer fase da pesquisa. Todos os princípios éticos foram respeitados, procurando proteger os direitos das pessoas envolvidas. Como medida de segurança, as informações contidas nos instrumentos de coleta de dados serão guardadas pela pesquisadora por cinco anos, quando, então, serão destruídos.

Assumimos o compromisso da divulgação dos resultados da pesquisa através de relatórios, publicações em periódicos indexados, divulgação em eventos científicos, bem como reuniões/palestras/rodas de conversa, de acordo com a preferência dos sujeitos envolvidos. Estes, eventualmente, correram o risco mínimo de desconforto ao responder às perguntas. Assim, comprometemo-nos a minimizar o máximo possível tais riscos. Ressaltamos que esta pesquisa é com seres humanos e não em seres humanos.

11 _{Nesse sentido, os Cursos nos quais os professores entrevistados atuam não serão divulgados,}

4 “AS PESSOAS ESTÃO FICANDO LOUCAS”

É com essa frase tão curta e tão corriqueira que iniciamos a análise dos dados nesta Tese, dita em uma das entrevistas realizadas. Talvez isto que as pessoas tanto falam, tanto repetem, esse enunciado tão presente no contemporâneo consiga dar força à pesquisa. Talvez. Dizemos “talvez” porque para chegar até essas cinco palavras muitas outras foram consideradas. E para compreendê-las, com o sentido que elas tomam nesse momento, é necessário mergulhar nos discursos e caminhos percorridos.

Ao nos depararmos com as informações produzidas nas entrevistas e artigos analisados, notamos regularidade em ambos, o que levou a duas dimensões de análise: 1) conceito de saúde e a docência no ensino superior vinculados à qualidade de vida e à doença mental, bem como a docência no ensino superior e o produtivismo na era do superdesempenho; 2) docência no ensino superior e os atravessamentos de gênero. Obviamente que esses enunciados não saltaram aos olhos logo na primeira leitura do material empírico. Mas após muito estudar, dividimos o capítulo de análise nestas duas grandes dimensões pela força de sua regularidade. No primeiro, retomando um pouco o Referencial Teórico, apresentamos de que saúde e de que doença os artigos e sujeitos entrevistados falam; também abordamos a saúde/doença mental, visto que foi o que mais emergiu nos achados; ainda, discutimos sobre as condições de trabalho que o professor enfrenta e que tem relação com o seu adoecimento; evidenciamos, novamente, que não falamos de condições físicas, mas, principalmente, das exigências e cobranças que o professor que atua no Ensino Superior enfrenta em tempos de superdesempenho. Na segunda dimensão de análise, tratamos da relação de gênero no trabalho docente e como a saúde/doença estão implicadas nessas relações.

Importante destacar que não tomamos esses enunciados como naturais ou verdadeiros, mas consideramos as regularidades encontradas, numa temporalidade específica. Desse modo, mostramos os discursos acerca do adoecimento dos professores que atuam no Ensino Superior (estudados).

Considerando os aspectos éticos assumidos nessa pesquisa, garantimos o anonimato dos sujeitos e instituição onde as entrevistas aconteceram. Por isso, ao trazer excertos das falas dos sujeitos, para não os identificar, utilizaremos a letra “P”, referindo “Professor” e números em vez de nomes. Por exemplo: P1 para professor 1,

P2 para professor 2. Como as publicações são públicas e qualquer um tem acesso, utilizarei os sobrenomes dos autores.

Com o intuito de diferenciar o que é fala dos sujeitos nas entrevistas e excertos dos artigos, do que é citação literal de estudos utilizados para análise, colocaremos os excertos e falas em itálico, centralizado, com espaçamento entre linhas de 1,5, com recuo de parágrafo de 3 cm à direita e à esquerda, como no exemplo:

Saliento ainda que, com o intuito de diferenciar o que é fala dos sujeitos e excertos dos artigos, do que é citação literal de estudos utilizados para análise, apresentarei os excertos e falas em itálico, centralizado, com espaçamento entre linhas de 1,5

com recuo de parágrafo de 3cm à direita e à esquerda.

Antes de descrever sobre os achados desta Tese, situamos o leitor que, nesse momento, o Referencial Teórico se funde às análises para lhe dar potência. Portanto, iniciamos com uma breve contextualização da constituição do Ensino Superior no Brasil e depois seguimos para as dimensões de análises.