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Apesar dos resultados científicos que demonstram os benefícios da AF na saúde - e que têm sido consubstanciados por equipas internacionais - os níveis de AF da população muitas vezes não vão de encontro àqueles que são recomendados.

Previamente à discussão dos resultados é importante relembrar que os dados foram obtidos com base nos questionários, cujas desvantagens já foram abordadas. Ainda relativamente à metodologia utilizada, é importante salientar que os questionários não definem, de forma rigorosamente objectiva, a AF e os comportamentos alimentares nos adolescentes.

Relativamente ao excesso de peso e obesidade, torna-se pertinente referir a baixa concordância existente entre a categorização de Lohman87 e a classificação de Cole94, para determinação da composição corporal. A importância de relembrar este facto, centra-se na maioria dos estudos e que iremos fazer referência ao longo desta discussão, apresentar os seus resultados segundo a terminologia de excesso de peso e obesidade, não sendo muitas vezes possível comparar esses valores, com os encontrados através da categorização de Lohman87.

5.2 Discussão

Ao efectuarmos uma analise descritiva dos dados, no que diz respeito ao nível de escolaridade e à profissão dos encarregados de educação, constatamos que uma grande percentagem encontra-se no 1º Ciclo (31,1%) e que, nas profissões agrupadas, a maior percentagem (45,6%) exerce uma profissão de acordo com a de ajudante técnico, desenhador, caixeiro, contra-mestre, oficial de primeira, encarregado, capataz ou mestre-de-obras.

53 Ao abordarmos o tema da AF, e no que diz respeito à pratica de exercício físico com regularidade, podemos verificar que 68,9% dos alunos realiza exercício físico, sendo que 28,3% não realiza. Mais detalhadamente podemos ver que 53,8%, ocorre no grupo de alunos que afirmou que faz exercício físico com regularidade há mais de 6 meses. Seguidamente surge o grupo de alunos que alegou fazer exercício físico com regularidade há menos de 6 meses (15,1%). O dado menos positivo refere-se aos alunos que disseram não fazer exercício físico, nem pretendem começar nos próximos 6 meses, com a percentagem de 12,3%.

Ao analisarmos os alunos que fazem exercício físico com regularidade, segundo o género, podemos falar duma tendência para encontrarmos mais rapazes (80,0%) que raparigas (63,8%) a fazer exercício físico, o que vai de encontro com a revisão de literatura, que diz que os rapazes são mais activos do que as raparigas39: os rapazes não só são cerca de 14% mais activos43,45 do que as raparigas, como têm mais MVPA46. Ao estabelecermos um paralelo entre o nível de escolaridade e as profissões agrupadas dos encarregados de educação, verificou-se que há uma tendência para encontrar mais alunos a realizar exercício físico com regularidade há mais de 6 meses, em relação aos restantes, cujos Encarregados de Educação têm o 3º ciclo. Por outro lado também podemos afirmar que há também uma tendência para encontrar mais alunos que realizam exercício físico com regularidade há menos de 6 meses e cujos Encarregados de Educação têm o secundário completo. No que diz respeito às profissões agrupadas, não conseguimos estabelecer nenhum paralelo com a realização do exercício físico.

A literatura diz-nos que os adolescentes sedentários e menos activos estão inseridos em famílias com baixo ESE e baixo nível educacional; por oposição, os resultados mostram que os adolescentes de famílias com alto ESE optam mais frequentemente actividades organizadas. Os dados que recolhemos mostram,

54 efectivamente, diferenças claras entre as actividades físicas de acordo com a formação dos pais e classe social. Verificou-se, portanto, que os adolescentes sedentários e menos activos têm mais probabilidades de terem pais com baixo ESE. Os pais de classes sociais mais altas encorajam mais frequentemente os filhos a participarem em actividades organizadas nos momentos de lazer, comparativamente aos pais pertencentes a classes sociais mais baixas. De acordo com estes resultados, infere-se que devem ser desenvolvidos programas organizados especialmente direccionados para os adolescentes provenientes de famílias com baixo ESE.40

No que diz respeito as actividades organizadas mais praticadas, podemos verificar que 51,9% dos alunos inquiridos praticaram futebol/futsal, nos 7 dias anteriores à data em que foram questionados. Os desportos de raquetes, nomeadamente, badminton, ténis e ténis de mesa foram indicados por 31,1% destes alunos, enquanto que, 29,2% praticaram voleibol. As restantes actividades organizadas registaram valores percentuais abaixo dos 20,0%, havendo uma variação percentual entre 17,0% e 0,9%.

Para as três actividades mais assinaladas pelos alunos, e que responderam às questões relacionadas com o número médio de minutos diários que realizaram estas actividades, e com que intensidade, é de destacar que:

50% dos alunos que responderam à questão relacionada com o número médio de minutos dedicados ao futebol/futsal, realizaram esta actividade durante 90 minutos, no máximo. Relativamente à intensidade, 56,0% dos alunos que responderam a esta questão indicaram que realizaram a actividade de futebol/futsal com moderada intensidade, mais precisamente, com a respiração a um nível normal;

Nas actividades relacionadas com os desportos de raquete e tendo como base os alunos que responderam à questão dos minutos, 50% também realizou estas actividades, no máximo durante 90 minutos, tal como aconteceu no futebol. A intensidade mais

55 referida nestes desportos foi também moderada, sendo no entanto a percentagem mais expressiva quando comparada com a registada no futebol, uma vez que 70,0% dos alunos que responderam a esta questão indicou que realizou desportos de raquete com a respiração num nível normal;

Na actividade do voleibol, dos 29 alunos que responderam quantos minutos jogaram voleibol, por dia, em média 50% jogou, no máximo, 90 minutos. Relativamente à intensidade, dos 28 alunos que indicaram qual a intensidade dispensada ao voleibol, 71,4% referiu que jogou voleibol respirando normalmente;

Qualquer uma das três actividades realizadas com mais frequência foi praticada no mínimo durante um dia na semana, sendo que o máximo, refere uma frequência diária.

Fazendo uma análise mais detalhada em relação ao género, verificamos que a actividade organizada mais praticada pelos rapazes é o futebol/futsal com 60,5% e nas raparigas é também o futebol/futsal com 50,0 % e o voleibol com 42,1%,. No que diz respeito ao rapazes, estes resultados coincidem com os dados apontados pelas referências consultadas, que diz que as actividades organizadas ou de competição com mais popularidade entre os rapazes são o Futebol; o mesmo não acontece com as raparigas, já que a literatura aponta para a Ginástica30.

Quando comparamos as percentagens de realização das actividades não organizadas com as actividades organizadas, os valores da 1.ª são mais altos. Senão, vejamos: 70,8% dos alunos inquiridos indicaram andar a pé para se deslocar para a escola, casa de amigos ou familiares. Este resultado faz sentido, uma vez que a localização da escola destes alunos situa-se nos arredores do Funchal, razão pela qual uma grande percentagem opte por se deslocar a pé. O segundo valor mais alto, corresponde ao grupo de alunos que realizaram tarefas domésticas em casa (tais como

56 lavar o chão, aspirar, varrer, entre outras), sendo esse valor de 55,7%. Este, poderá ser explicado pelo facto da amostra ser constituída por mais raparigas (de relembrar que a percentagem de alunas inquiridas é de 57,5%). Ainda nos restam percentagens na ordem dos 30,0%, correspondentes à condição física (32,1%) e caminhada (29,2%). Quando analisamos o número de dias em que foram realizadas estas actividades organizadas, temos no mínimo um dia e no máximo 7 dias, ou seja, existe pelo menos um aluno que realizou estas actividades todos os dias da semana.

Quando vemos os valores do percentil 50 (P50) obtidos nos minutos por dia, durante os quais os alunos realizaram as quatro actividades não organizadas mais frequentes, podemos afirmar que:

50 % dos alunos que responderam a esta questão dos minutos, andaram a pé para se deslocar para a escola, casa de amigos ou familiares ou praticaram condição física, nomeadamente, abdominais, flexões, no máximo durante 30 minutos por dia. Já nas actividades relacionadas com as tarefas domésticas ou caminhada e tendo em consideração os alunos que responderam, 50% dos mesmos realizaram estas actividades no máximo durante 60 minutos.

Na análise da intensidade com que foram realizadas estas mesmas quatro actividades, constatamos que as maiores percentagens ocorrem no grupo de alunos que as realizaram com moderada intensidade, tendo ocorrido a maior na caminhada (76,0%), seguindo-se a actividade de condição física (72,4%), as tarefas domésticas (67,9%) e por fim, o andar a pé para se deslocar (52,1%).

No que diz respeito ao género e a actividade relacionada com as tarefas domésticas em casa (tais como lavar o chão, aspirar ou varrer), podemos afirmar que a prática desta actividade está relacionada significativamente ao género. As raparigas são as que mais realizam estas tarefas domésticas, comparativamente com os rapazes. Faz

57 sentido este resultado, uma vez que são tarefas tradicionalmente mais reservadas às mulheres.

A literatura diz-nos que andar de bicicleta é a actividade não organizada mais frequente30 nos adolescentes.

Reportando-nos às actividades sedentárias, as mais apontadas pelos adolescentes são as que estão relacionadas com a navegação na Internet e com a televisão ou vídeo, registando iguais percentagens (84,9%). Seguem-se os trabalhos de casa ou o estudo, indicados por 83,0% , as conversas com os amigos - que não ao telefone (78,3%); conversas ao telefone (56,6%); jogos de vídeo e de computador (39,6%). As actividades relacionadas com a leitura sem ser para a escola e os jogos de vídeo portáteis foram as menos realizadas por estes alunos, uma vez que registaram as menores percentagens: 29,2% e 13,2%, respectivamente. Qualquer uma destas actividades foram realizadas no mínimo um dia e no máximo sete dias, tendo como base os sete dias anteriores à data em que os alunos foram inquiridos. No seguimento do mesmo raciocínio, e tendo como base os alunos que responderam às questões dos minutos e intensidade, notamos que:

Metade dos alunos ouviram música, viram televisão ou vídeo, no máximo durante cerca de 90 minutos por dia. Já nas actividades relacionadas com a realização dos trabalhos de casa ou de estudo, com as conversas com os amigos (que não ao telefone), jogos de vídeo e de computador e jogos de vídeo portáteis, 50% dos alunos realizaram-nas, no máximo, durante 60 minutos.

A actividade relacionada com a navegação na Internet registou, em metade dos alunos, um máximo de 120 minutos por dia.

58 Os minutos dispensados por metade dos alunos nas actividades “Falar ao telefone” e “Ler” (sem ser para a escola) foram os mais baixos, sendo de 25 e 30 minutos, respectivamente.

Por fim, analisamos a intensidade com que estas actividades sedentárias foram realizadas e notamos que, com excepção das actividades “Falar ao telefone” e “Ler (sem ser para a escola) - que relembramos terem sido também as actividades realizadas durante menos tempo por 50% dos alunos respondentes - as restantes foram mais apontadas pelos alunos como sendo realizadas com moderada intensidade, ou seja, com respiração normal. Ainda é de referir que os valores percentuais rondam, aproximadamente os 50,0% e 60,0%. “Falar ao telefone” e “ler sem ser para a escola”, foram realizadas por 52,8% e 55,2% dos alunos que responderam a esta questão, respectivamente, com baixa intensidade.

Mais uma vez isto vem ao encontro com alguns dos artigos lidos que dizem que as actividades mais apontadas pelos jovens são, ouvir música (94,3%), trabalhos para a escola (92,2%), ver TV ou vídeo (90,6%) e conversar com os amigos (90,1%). As actividades de lazer mais praticadas pelos jovens não são activas38.

Analisando as actividades sedentárias do nosso estudo segundo o género, os rapazes despendem mais tempo em jogos de vídeo, enquanto que as raparigas vêm mais televisão, ouvem mais música, falam mais ao telefone, viajam mais na internet, passam mais tempo a fazer os trabalhos de casa; estes dados obtidos no estudo colidem com o que é apresentado por alguns autores, que defendem que os rapazes vêem mais TV. No que diz respeito aos jogos de computador ou vídeo, os resultados coincidem com a literatura, na medida em alguns estudos dizem-nos que os rapazes fazem-no mais do que as raparigas.

59 As raparigas ouvem mais música, visitam pessoas conhecidas, vão ao cinema, teatros e concertos e praticam mais actividades de arte e expressão do que os rapazes. As diferenças que se verificam entre os géneros devem ser tidas em conta ao nível do planeamento de estratégias de intervenção com jovens, sendo que estas diferenças se relacionam, particularmente, com a auto-estima e com os constrangimentos intra- pessoais38,125,126.

Efectivamente a prática destas actividades encontra-se em estreita ligação com os aspectos relacionados com a prática ou não de AF. Assim, e de acordo com os valores médios apresentados, constatámos que os alunos pontuaram mais alto na escala que mede os aspectos positivos associados ao exercício físico (3,57), ou seja, podemos afirmar que estes alunos, em média, concordam que à prática de actividade física estão associados aspectos positivos. Por outro lado, o valor médio mais baixo foi de 1,86 que corresponde à escala que avalia o impedimento destes alunos fazerem actividade física ou exercício; isto significa que podemos afirmar que, em média, estes alunos raramente vêem qualquer impedimento para fazerem actividade física ou exercício.

Dos alunos que referiram alguns impedimentos para a prática de AF, mais concretamente no que diz respeito às barreiras apontadas para não praticar AF, podemos afirmar que existem diferenças entre rapazes e raparigas na escala que mede as atitudes de encorajamento aos outros para a prática de actividade física e estamos em condições de afirmar que as raparigas têm mais atitudes de encorajamento aos outros para a prática de actividade física, que os rapazes.

Ao abordarmos as barreiras sob o ponto de vista da percentagem de utilização das instalações que os alunos conhecem e são de fácil acesso, estas são de 68,47% e os alunos afirmam que utilizam mais de metade das instalações que conhecem.

60 Os estudos relevam uma significativa relação28 inversa entre a actividade física e a distância a que as raparigas vivem da escola. Assim sendo, as raparigas que vivem longe da escola despendem mais tempo em deslocações. Como tal, têm menos tempo para serem fisicamente activas e não compensam esta carência de outra forma. As raparigas que dependem dos autocarros e outros meios de transporte para irem para casa talvez tenham menos oportunidades para ficarem na escola até mais tarde, de forma a participarem em actividades extra-curriculares.

O transporte providenciado pelos pais e o uso das infra-estruturas locais está associado à participação total dos adolescentes na actividade física em diferentes jogos de equipa e classes de actividades33. O uso de infra-estruturas locais, nomeadamente as que se situam na vizinhança, explica 5,1% da variação entre a participação total dos rapazes, depois de se ajustar o transporte dos pais. Infere-se, então, que os rapazes participam mais do que as raparigas em actividades que requerem o transporte33.

No que concerne à forma como os alunos descrevem o seu peso, podemos ver que a maior percentagem ocorreu no grupo de alunos que descreveu o seu peso como normal, sendo esse valor de 48,1%. O segundo valor mais alto, 29,2%, ocorreu nos alunos que consideraram que têm um pouco de peso a mais, seguindo-se os alunos que acham serem um pouco magros (17,9%). Apenas 3,8% indicou serem muito magros, enquanto que um aluno indicou ter muito peso a mais, considerando-se mesmo obeso. Em relação às intenções dos alunos em relação ao peso, temos mais alunos a considerar que têm um peso normal; ainda assim a maior percentagem ocorreu nos alunos que estão a tentar perder peso, abrangendo 42,5% do total da amostra. No entanto, 34,0% indicou que não está a tentar ganhar ou perder peso. Por fim, temos 22,6% dos alunos inquiridos que indicam que estão a tentar ganhar peso.

61 Assim, através da analise atenta dos resultados, podemos verificar que existe uma diferença elevada entre a forma como os alunos descrevem o seu peso e o que realmente têm, segundo a caracterização de Cole. Podemos verificar que 73,6% dos alunos inquiridos tem peso normal, constituindo-se assim um dado positivo. De qualquer forma, é de chamar a atenção à percentagem de alunos que têm excesso de peso, uma vez que se aproxima dos 20,0%. Por fim, encontramos 5 alunos que têm subnutrição, enquanto que 3 alunos são obesos.

Relativamente ao género, podemos verificar que no grupo dos rapazes, 78,0% apresentou peso normal, valor que se aproxima do registado no grupo das raparigas (80,7%), assim como com o do total da amostra (79,6%), razão pela qual não podemos afirmar que existe associação entre estas duas variáveis, uma vez que os valores percentuais aproximam-se uns dos outros. Estes valores não vão ao encontro do que é referido pelos estudos consultados, em que resultados de 2003 a 2005 mostram que 38,6% dos portugueses 10,80 têm excesso de peso e 13,8% são obesos.

No que diz respeito aos resultados obtidos no nosso estudo em relação ao excesso de peso segundo o género, constatamos que nos rapazes a percentagem é de 22,0 e nas raparigas é de 19,3.0. Neste âmbito127, comparamos com um estudo efectuado com adolescentes, em que se concluiu que cerca de 53,% dos rapazes apresentavam excesso de peso, nos quais 22,4% tinham sobrepeso e 12,9% eram obesos. Nas raparigas, cerca de 24,7% possuíam excesso de peso das quais 15,5% tinham sobrepeso e 9,2% eram obesas. Apesar dos valores percentuais serem díspares, é notória uma tendência para os rapazes possuírem valores de excesso de peso e obesidade superiores às raparigas, tal como no nosso estudo. Torna-se igualmente pertinente apresentar um estudo desenvolvido na nossa região128, em que a recolha de dados foi efectuada de 96 a 98, e integrou adolescentes. A prevalência total de excesso

62 de peso foi de 14,22% no sexo masculino e 10,99% no sexo masculino, valores mais próximos ao estudo que agora apresentamos.

Este estudo124 que consultamos prevê que a nível mundial, 16% das crianças e adolescentes com idades compreendidas entre os 6 e os 19 anos apresentem excesso de peso e obesidade. Ainda neste contexto127,128, os rapazes apresentam valores mais elevados de excesso de peso e obesidade.

Ao analisarmos as variáveis realiza exercício físico segundo a classificação de Cole verificamos que não estamos em condições de afirmar que a realização de exercício físico tem efeito significativo na classificação de Cole que o aluno possa obter. Analisando as percentagens, vemos que, independentemente da realização de exercício físico, as maiores percentagens dizem respeito aos alunos que têm peso normal. No entanto, é de referir que no grupo de alunos que fazem exercício físico há menos de 6 meses, 83,3% tem peso normal, valor igual ao registado no grupo de alunos não fazem exercício

Embora os estudos mencionem que o aumento dos níveis de MVPA está associado a um baixo IMC e a uma menor exposição à TV; e o aumento da última está proporcionalmente associado ao aumento do IMC. Em geral, os jovens50 que praticam menos AF vêm mais TV, sendo que o aumento de tempo a ver TV aumenta a obesidade como consequência das mudanças que produz nos hábitos nutricionais e de AF.

Atendendo ao facto de que apenas uma pequena parte dos adolescentes que são activos, continuarão a sê-lo na vida adulta60, torna-se fundamental o incentivo à prática da AF, contribuindo assim para a redução do excesso de peso e obesidade. O aumento dos níveis de AF de moderada para vigorosa iria provavelmente resultar numa redução dramática do grupo dos que têm excesso de peso. Verificamos, por conseguinte, uma associação significativa entre a MVPA e o excesso de peso.7 A prática da AF regular

63 torna-se uma uma peça fundamental na perda de peso, apresentando-se ainda como o melhor prognóstico, a longo prazo, para a manutenção do peso113. Vários estudos mostram que o exercício aeróbio regular, mesmo entre os que não se abstêm de qualquer tipo de alimentos, pode reduzir significativamente a gordura corporal. Os alunos com excesso de peso ou obesos têm mais 40% de probabilidade de serem inactivos do que os alunos com peso normal36.

Tendo em conta as actividades relacionadas com a TV, a percentagem de alunos que dispensaram menos de 120 minutos por dia é superior (50,9%) quando comparada com a anterior (tendo em consideração os jogos de vídeo, jogos de vídeo portáteis e a televisão/vídeo, 42,5%).

Se observarmos as actividades relacionadas com a TV segundo a classificação de Cole, não nos é permitido afirmar que existe uma associação estatisticamente significativa entre os minutos que os alunos dispensaram a ver televisão ou vídeo por dia e classificação de Cole que obtiveram. Analisando as percentagens vemos que, quer nos alunos que apresentaram peso normal, quer nos alunos que apresentaram excesso de

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