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Capítulo 2: Pesquisa Bibliográfica

2.12 Considerações Acerca do Consumo de Achocolatados

Em meio ao agitado e turbulento mundo pós-modernidade, observa-se que o mercado está sempre em transformação, em uma busca incessante por conquistar uma parcela cada vez maior de mercado consumidor.

É nesse cenário de mudanças que muitas indústrias têm produzido achocolatados, fazendo com que haja grande variedade e preços competitivos ao consumidor, que vem se mostrando cada vez mais preocupação em relação à sua alimentação.

Devido a esta preocupação do consumidor em relação à sua própria dieta, o hábito de ler as informações nutricionais nos rótulos dos produtos industrializados vem sendo cada vez mais freqüente, havendo a necessidade de que estas informações sejam corretas e completas, a fim de oferecer conveniência e praticidade a um público que não pára nunca.

Os achocolatados são alimentos consumidos por pessoas de todas as idades, ainda que o público infantil seja o principal mercado, e podem ser encontrados em todo o mundo. As suas características nutricionais e sensoriais como o aroma principalmente, assim como sua conveniência e praticidade fazem com que o produto seja bem aceito pelo consumidor (In: EDUARDO; LANNES, 2004).

O consumo de achocolatados e derivados do cacau estão concentrados em países de clima frio, e alta renda per capita, destacando-se a Bélgica (consumo de 5,5 kg/hab. /ano), a Argentina (3,8kg/hab. /ano), a Suíça (3,6kg/hab. /ano), a Áustria (3,6kg/hab. /ano), a Inglaterra (3,4kg/hab. /ano) e a Islândia (3,04kg/hab. /ano) (In: SUFRAMA, 2003). No entanto, afirma a Nestlé que o Brasil é o país que mais consome achocolatados em pó no mundo (In: REALITY PUBLICIDADE, 2008).

O mercado de achocolatados brasileiro movimenta aproximadamente R$ 700 milhões por ano, com destaque para as vendas do quadrimestre junho – setembro, que são praticamente iguais à soma dos oito meses restantes do ano. O mercado de achocolatados vem crescendo no Brasil a um ritmo de 15% ao ano, de acordo com dados do site Universia. Os principais consumidores da categoria são crianças de 4 a 10 anos, porém o produto tem grande apelo entre os jovens e adultos até 25 anos, que o consomem preferencialmente no café da manhã (FONTES et al., 2007). Segundo a Revista Indústria de Laticínios (2007), o mercado de achocolatados também acompanha uma tendência do mercado alimentício em geral, a fortificação e o apelo funcional dos alimentos. A maior parte da indústria apresenta seus achocolatados enriquecidos com uma combinação das vitaminas A, C e ácido fólico, com ferro, zinco e cálcio.

Ainda, segundo site da Previ, pesquisa desenvolvida na Universidade de Campinas (Unicamp) aponta que os achocolatados em pó são benéficos para o organismo. Ingerir o produto nas medidas indicadas nos rótulos pode significar o suprimento de 20% a 30% das necessidades diárias de ácido fólico. Os pesquisadores afirmam, no entanto, que o consumo diário recomendado, por faixa etária, é de 150 microgramas, de 1 a 3 anos; 200 microgramas, de 4 a 8 anos; 300 microgramas, de 9 a 13 anos; e 400 microgramas, dos 14 anos até a velhice.

2.12.1 História e Origem do Chocolate

Mediante informações obtidas nos sites da INDECA, ABAGA, DOCEIRA OFNER E MR. FONDUE, a civilização Olmeca, que viveu na região do Golfo do México, foi a

primeira a se utilizar do fruto do cacaueiro, por volta de 1.500 a.C. Outros povos que foram surgindo também faziam uso do cacau, como é o caso de Toltecas, Astecas e Maias, os primeiros a se dedicarem, por volta de 600 a.C., ao cultivo organizado de pés de cacau que iriam gerar posteriormente os frutos e o tão desejado chocolate.

Essas antigas civilizações consideram o chocolate um alimento dos Deuses e o consumiam como bebida em rituais religiosos importantes. Desde aquela época o chocolate tinha grande valor. É tanto, que as sementes do cacau chegaram a ter a função de moeda corrente e usada como meio de troca.

O primeiro a levar as sementes de cacau para a Europa foi Cristóvão Colombo em 1502, mas estas passaram despercebidas na Corte do Rei Fernando II. Somente em 1519, outro espanhol, Hernando Cortez descobriu as possibilidades de valor dessa semente durante suas expedições de conquista do México. De Volta à Espanha em 1528, Cortez levou consigo as sementes, a receita e as ferramentas necessárias para o preparo de bebidas de cacau. Com o passar do tempo, os espanhóis começaram a agregar açúcar e outros adoçantes à bebida, tornando-a menos amarga e mais palatável, portanto, ao gosto Europeu.

Estes passaram a tomar o líquido quente, e o chocolate quente começava cada vez mais a cair no gosto da elite espanhola. Também nesta época o cacau começou a ser feito em tabletes, que depois eram mais facilmente transformados em bebida. Ao longo dos próximos 150 anos, a novidade foi se espalhando pelo resto da Europa e seu uso foi sendo difundido na França, Inglaterra, Alemanha, Itália, e outros países. Vários ingredientes continuavam sendo agregados ao chocolate líquido: leite, vinho, cerveja, açúcar e especiarias. Por volta de 1746, o cacau chega ao Brasil, e a lavoura cacaueira começa a se expandir na Bahia. Somente em 1755, é que o cacau apareceu nos Estados Unidos. Em 1795 os ingleses começaram a usar uma máquina a vapor para esmagar os grãos de cacau, e este invento deu início à fabricação de chocolate em maior escala.

Mas a verdadeira revolução do chocolate aconteceu 30 anos depois, quando os holandeses desenvolveram uma prensa hidráulica que pela primeira vez permitia a extração, de um lado, da manteiga de cacau, e do outro a torta, ou massa, de cacau. A qual era pulverizada para se transformar em pó de cacau, que quando acrescido de sais alcalinos se tornam facilmente solúvel em água. Daí ao desenvolvimento de bebidas achocolatados foi um passo rápido, e em sequência a mistura com manteiga de cacau fez aparecer os

primeiros tabletes de chocolate mais ou menos como os conhecidos hoje. Em pouco tempo a Espanha, que tinha praticamente o monopólio do cacau, perdeu sua hegemonia para a Inglaterra, França, Holanda e outros.

O cacaueiro “Theobroma Cacao”, significando em grego, alimento dos deuses, é uma planta da família das sterculiaceas que dá ao mesmo tempo brotos, flores, folhas e frutos. Árvore cultivada em áreas tropicais e subtropicais, caracterizadas pela fertilidade do solo e pelo equilíbrio das condições climáticas, pois é bastante sensível aos excessos de chuva e de sol, e muito vulnerável a pragas e a fungos. Exige temperatura sempre superior a 20 graus e, por isso, sua faixa ideal para cultivo, no Brasil, fica entre os Estados do Espírito Santo e da Bahia.

O cacau brasileiro é encontrado, em estado nativo, nos vales dos rios do Amazonas e Pará e como atividades agrícolas, no Acre. Amazonas, Pará, Amapá, Maranhão, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo. O maior produtor nacional é a Bahia, com 96,9% de colheita brasileira.

Nos últimos 50 anos a produção mundial de amêndoas de cacau passou de aproximadamente 800.000 toneladas métricas por ano para 3.000.000 de toneladas métricas por ano. Atualmente a maior parte da produção provém do Oeste da África, onde quatro países: Costa do Marfim, Gana, Camarões e Nigéria, produzem 65% do cacau no mundo. Destacam-se a Indonésia e a Malásia. Os maiores importadores de cacau são os Estados Unidos, Holanda, Alemanha, Inglaterra e França. Respondem juntos por mais de 60% da produção mundial de amêndoas.

O Brasil, que já foi o maior produtor do (40%), hoje produz a penas 4% do total, ocupando a posição de sexto maior produtor mundial de cacau. Segundo dados de 2005 da ABICAB – Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Cacau, balas e Derivados, o faturamento do setor foi de R$ 8,5 bilhões, sendo R$ 5,6 bilhões em Chocolates, e tendo como os seus 10 maiores compradores: Estados Unidos, África do Sul, Argentina, Paraguai, Bolívia, Chile, Canadá, México, Uruguai e Angola.

Na fabricação do chocolate é usada a massa de cacau, açúcar, manteiga de cacau, e, possivelmente, leite. Todo fabricante tem, para cada um de seus produtos, uma formulação própria, onde a proporção dos ingredientes varia conforme o produto final. A fabricação de chocolate, que começou em pequenas oficinas com equipamentos simples, hoje, tornou-se um rentável negócio de corporações multinacionais, podendo se apresentar comercialmente

sob diversas formas: em barra, bombons, balas e também em pó, como os achocolatados, por exemplo.

Nesse cenário transnacional, os efeitos da bebida disseminaram-se e o chocolate se tornou um alimento muito popular no mundo inteiro, conhecido por seu valor nutritivo e suas propriedades energéticas e estimulantes, além de seu poder afrodisíaco. O chocolate também é rico em substâncias aromáticas que lhe são acrescidas para dar sabor e cheiro característico. Em geral, Fontes et al. (2007), afirmam que os achocolatados líquidos ou em pó apresentam em elevado conteúdo calórico (variando entre 100 e 400 kcal a cada 25 gramas), carboidratos, proteínas, gordura, vários nutrientes (Cálcio, Ferro, Sódio e Fósforo), Niacina e vitaminas de vários tipos.

Enfim, uma análise detalhada do chocolate revela que raramente é encontrada tanta energia e nutrientes naturais em um só produto.