• Nenhum resultado encontrado

O presente capítulo buscou apresentar as comparações empíricas entre dois modelos ma- croeconômicos dinâmicos de equilíbrio geral. O primeiro com uma abordagem microfundamentada nas decisões individuais baseado na existência de agentes heterogêneos na economia, tal como apre- sentado no Capítulo 2, e o segundo, desenvolvido neste Capítulo, cuja modelagem considera apenas o agente mediano ou representativo.

A calibração dos dados levou em consideração um cenário de estagnação da economia brasileira e, a partir desta, foram realizadas simulações de diversos cenários para a economia brasi- leira. A principal simulação teve como objetivo avaliar os impactos da Emenda Constitucional 95 que determinou o congelamento dos gastos públicos por um período de vigência por 10 ou 20 anos.

Além das simulações da EC 95, foram propostas duas novas simulações alternativas à EC 95. A primeira, PA1, levou em consideração a possibilidade de após o prazo de vigência do congelamento dos gastos, os investimentos públicos retornarem ao seu nível anterior a política. Já o segundo, PA2, dado a importância dos investimentos do governo em estimular o crescimento da economia, permitiu-se que este permanecesse de fora do congelamento, ou seja, flutuasse durante a EC 95.

Os principais resultados das simulações apontaram haver ganhos significativos de bem- estar para as famílias com a implantação da EC 95. Além do mais, das políticas alternativas sugeridas a PA2 foi a que apresentou ganhos expressivos, para os agentes, associados a redução de gargalos na economia através do estímulo ao crescimento do produto no longo prazo.

Em comparação com o modelo apresentado no Capítulo 2, observou-se que o modelo de agente representativo pode apresentar distorções graves ao deixar de considerar a heterogeneidade existente entre os agentes da economia. Isto ocorre devido ao reducionismo nas hipóteses durante a modelagem deste tipo de modelo.

Como vimos nas Tabelas comparativas mesmo a política que possibilita a redução de gargalos na economia, revertendo assim um cenário de estagnação, é incapaz de tornar melhor os agentes mais pobres (agente p) em comparação com a situação onde não houvesse a implementação da EC 95.

agentes na economia, modelos que consideram a heterogeneidade entre os diferentes agentes poderão refletir melhor os impactos gerado pela implantação determinadas políticas. Sendo assim, poderão ser uma ferramenta mais adequada a disposição dos tomadores de decisão da economia, pois possibilitarão a identificação dos diversos ganhadores e perdedores a partir das ações adotadas.

Referências

AIYAGARI, R. Uninsured idiosyncratic risk and aggregate saving. The quarterly journal of econo- mics. v. 109, n. 3, p. 659–684, 1994.

ASCHAUER, D. A. Fiscal policy and aggregate demand. The American Economic Review. v. 75, n. 1, p. 117–127, 1985.

Auerbach, A; and Kotlikoff, L. Dynamic Fiscal Policy. Cambridge University Press, Cambridge,1987. BAILEY, M. J. National income and the price Level. New York: Mcgraw-Hill, 1971.

BARRO, R. Output effects of government purchases. Journal of Political Economy. p. 1086-1121, 1981.

BARRO, R. Government Spending in a Simple Model of Endogeneous Growth. Journal of Political Economy. v.98, p.S103-25, 1990.

BARRO, R.; XAVIER, Sala-i-Martin. Economic Growth. 2ª Ed. The MIT Press. Cambridge, Massachusetts, London, England: 2004.

BEZERRA, A. R. ; PEREIRA, R. A. C. ; CAMPOS, F. A. O. ; CALLADO, M. C. Efeitos de cresci- mento e bem-estar da recomposição dos investimentos públicos no brasil. Pesquisa e Planejamento Econômico. (Rio de Janeiro). v. 44, p. 579-607, 2014.

BRASIL. Câmara dos Deputados. Emenda Constitucional Nº 95, de 15 de Dezembro de 2016. Altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, para instituir o Novo Regime Fiscal, e dá outras providências. Disponível em:<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/emecon/2016/

emendaconstitucional-95-15-dezembro-2016-784029-publicacaooriginal-151558-pl.html>.

BROCK, W. A.; HOMMES, C. H. A rational route to randomness. Econometrica. v. 65, n. 5, p. 1059, set. 1997.

BROCK, W. A.; HOMMES, C. H. Heterogeneous beliefs and routes to chaos in a simple asset pricing model. Journal of economic dynamics and control. v. 22, n. 8–9, p. 1235–1274, 1998.

CAMPOS, F. A. O.; PEREIRA, R. A. C. Corrupção e Ineficiência no Brasil: uma análise de equilíbrio geral. Estudos Econômicos. v. 46, p. 373-408, 2016.

CASS, D. Optimum Growth in an Aggregative Model of Capital Accumulation. The review of eco- nomic studies. v. 32, n. 3, p. 233, 1965.

CHATTERJEE, S. et. al. A quantitative theory of unsecured consumer credit with risk of default. Econometrica. v. 75, n. 6, p. 1525–1589, nov. 2007.

COOLEY, T. F.; HANSEN, G. Tax distortion in a neoclassical monetary economy. Journal of Eco- nomic Theory. v. 58, p. 290-316, 1992.

EICHER, Theo; TURNOVSKY, Stephen J. Scale, Congestion and Growth. Economica, New Series. v. 67, n. 267, p. 325-346, 2000.

FERREIRA, P, C; NASCIMENTO, L. G. Welfare and growth effects of alternative fiscal rules for infrastructure investment in Brazil. Ensaios Econômicos. EPGE 604, Fundação Getulio Vargas, 2006.

HANSEN, G. D. Indivisible labor and the business cycle. Journal of monetary economics. v. 16, n. 3, p. 309–327, 1985.

HEATHCOTE, J.; STORESLETTEN, K.; VIOLANTE, G. L. The macroeconomic implications of rising wage inequality in the United States. Mimeo, New York University, 2008b.

HEATHCOTE, J.; STORESLETTEN, K.; VIOLANTE, G. L. Quantitative macroeconomics with he- terogeneous households. Annual review of economics. v. 1, n. 1, p. 319–354, 2009.

HUGGETT, M. The risk-free rate in heterogeneous-agent incomplete-insurance economies. Journal of economic dynamics and control. v. 17, n. 5–6, p. 953–969, 1993.

IMROHOROGLU, A. Cost of business cycles with indivisibilities and liquidity constraints. Journal of political economy. v. 97, n. 6, p. 1364–1383, 1989.

KRUEGER, D.; PERRI, F. Does income inequality lead to consumption equality? evidence and the- ory. Review of economic studies. v. 73, n. June, p. 163–193, 2005.

Krusell P., Smith A. A. Quantitative macroeconomic models with heterogeneous agents, in Advances in Economics and Econometrics: Theory and Applications , edited by Blundell R, Newey W, T Persson. Cambridge: Cambridge University Press, 2006.

Koopmans, T. C. On the Concept of Optimal Economic Growth. The Economic Approach to Deve- lopment Planning. Chicago: Rand McNally. pp. 225–287, 1965.

KYDLAND, F. E.; PRESCOTT, E. C. Time to build and aggregate fluctuations. Econometrica. v. 50, n. 6, p. 1345–1370, 1982.

LJUNGQVIST, Lars; SARGENT, Thomas. Recursive Macroeconomic Theory, 2nd Edition, vol. 1, 2 ed.. The MIT Press, 2004.

LUCAS JR, R. E. Models of business cycles. Cambridge, MA: Basil Blackewell, 1987.

LUCAS, R. E. On efficiency and distribution. The economic journal. v. 102, n. 411, p. 233–247, 1992.

PEREIRA, R. A. C.; FERREIRA, P. C. Efeitos de Crescimento e Bem-estar da Lei de Parceria Público- Privada no Brasil. Revista Brasileira de Economia. v. 62, n. 2, p. 207–219, 2008.

PEREIRA, R. A. C.; FERREIRA, P. C. Avaliação dos impactos macroeconômicos e de bem-estar da reforma tributária no Brasil. Revista Brasileira de Economia. v. 64, p. 191-208, 2010.

PEREIRA, R. A. C.; FERREIRA, P. C. Impactos Macroeconômicos da Cobrança pelo Uso da In- fraestrutura Pública no Brasil*. Pesquisa e Planejamento Econômico. v. 41, n. 2, p. 183–212, 2011.

PINTEA, Mihaela; TURNOVSKY, Stephen J. Congestion and Fiscal Policy in a Two-Sector Economy with Public Capital: A Quantitative Assessment. Computational Economics. v. 28, p. 177-209. Springer, 2006.

RAMSEY, F. P. A Mathematical Theory of Saving. The economic journal. v. 38, n. 152, p. 543–559, 1928.

Rios-Rull, J. V. Models with heterogeneous agents, in T. F. Cooley (ed.), Frontiers of Business Cycle Research , Princeton Universit y Press, Princeton, 1995.

ROGERSON, R. Indivisible labor, lotteries and equilibrium. Journal of monetary economics. v. 21, n. 1, p. 3–16, 1988.

SANTANA. P. J; CAVALCANTI, T. V. De V.; PAES, N. L. Impactos de Longo Prazo de Reformas Fiscais sobre a Economia Brasileira. Revista Brasileira de Economia. v. 66, p. 247-269, 2012. SOLOW, R. M. A Contribution to the Theory of Economic Growth. Quarterly Journal of Econo- mics. Cambridge, v.70, n.1, p. 65-94, 1956.

SWAN, Trevor W. Economic growth and capital accumulation. Economic Record. Wiley. 32, p. 334–361, 1956.

TURNOVSKY, S.J. Fiscal Policy, Adjustment Costs, and Endogenous Growth. Oxford Economic Papers 48. p. 361-381, 1996c.

UZAWA, Hirofumi. Neutral Inventions and the Stability of Gro wth Equilibrium. Review of Econo- mic Studies. v. 28, n. 2, 117-124, February 1961.